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Conheça de onde vem a força de Edênia Garcia, tricampeã mundial de natação

A atleta paralímpica já contabiliza mais de 300 medalhas: 90% de ouro!

Texto: Patrícia Afonso Publicado em 18/08/2016, às 12h18 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Edênia Garcia - WASHINGTON ALVES (MPIX/CPB)
Edênia Garcia - WASHINGTON ALVES (MPIX/CPB)
Nasci aparentemente normal. Porém, aos poucos, fui dando sinais de que havia algum problema com a minha saúde. Aos 9 meses, quebrei o mesmo braço duas vezes. Mais tarde, aos 7 anos, mamãe notou que minhas pernas estavam afinando. Eu morava no interior do Ceará e os médicos pediram que eu me consultasse com um especialista em Curitiba. 

Apesar das dificuldades financeiras, minha mãe conseguiu que fôssemos de ônibus. Foram três dias de viagem. Lá, recebi o diagnóstico: portadora de polineuropatia sensitiva motora, uma doença degenerativa hereditária, que prejudica os movimentos das pernas e dos braços. Recebemos a orientação de iniciar fisioterapia, mas faltava algo para complementar. Mamãe pediu, então, a opinião de mais um médico, que sugeriu a natação. Lá fomos nós! Logo de cara a professora disse: ‘Essa menina será nadadora’. Mas eu não tinha nenhuma pretensão, ainda. 

Em 2000, nos mudamos para o Rio Grande do Norte e, por coincidência, morava no nosso bairro um atleta paralímpico da natação. Ele me levou até o centro de treinamento e comecei a atuar — a rotina era bem pesada! Eu tinha que pegar quatro ônibus no trajeto. Lembro que eu chegava em casa com muita fome e quase não tínhamos comida — geralmente, era arroz puro ou com manteiga. 

Aos 15 anos, participei do meu primeiro campeonato mundial, na Argentina, e voltei com o título de melhor do mundo. Decidi, então, que essa seria a minha profissão. 

Amo a piscina e a possibilidade que ela me dá de me superar. Além disso, ela permitiu que eu tirasse a minha família da pobreza. Minha força vem do desejo de transformar a deficiência em eficiência. Intuo que, este ano, farei minha melhor participação em Jogos Paralímpicos.”