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Crianças que enfrentam os pais

Veja as dicas de um especialista para melhorar o comportamento dos pequenos

Diane Neubüser Publicado em 11/07/2017, às 09h00 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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A falta de níveis hierárquicos entre pais e filhos é uma das causas de mau comportamento infantil - Foto Shutterstock
A falta de níveis hierárquicos entre pais e filhos é uma das causas de mau comportamento infantil - Foto Shutterstock
Veja as dicas do Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra e psicanalista, para lidar com a geração de crianças que enfrentam os pais: 

1. O primeiro passo é a conscientização dos pais de que é sua responsabilidade educar os filhos. A educação se dá pelas orientações e explicações dadas aos filhos, e também pelo próprio modo como os pais se comportam. Os pais são os primeiros modelos que os filhos observam e procuram se espelhar.

2. Devem também se conscientizar de que há uma hierarquia na relação pais-filhos, sendo que os pais estão num patamar superior em relação aos filhos. Pode, e deve, haver amizade entre pais e filhos, mas é preciso deixar claro que esta amizade é diferente daquela que eles têm com seus amigos e colegas.

3. Não há como educar sem impor limites. E a colocação de limites começa cedo, tão logo a criança começa a explorar o ambiente.

4. Os limites devem ser tão claros quanto possível, de modo a não deixar dúvidas para a criança. Ela tentará ultrapassar o limite, mas saberá direitinho qual é o limite e saberá que está testando os pais quanto à colocação do limite.

5. Não adianta querer poupar a criança da colocação de limites. Se os pais não fizerem isso, a vida real (o mundo “lá fora”) o fará, de forma muito mais dura e sem piedade.

6. Pais devem estar de acordo quanto ao limite. Se um diz “não” e o outro diz “sim”, a criança aproveita a brecha e “deita e rola”. A incoerência entre os pais é frequente quando estes são separados, uma vez que muitas vezes a criança é usada para provocar o ex-cônjuge.

7. Os limites podem variar gradualmente, conforme a idade da criança; da mesma forma, as recompensas e as punições, se o limite é cumprido ou não. Os elogios, quando a regra é cumprida, e as repreensões, quando não é cumprida, também fazem parte desse processo.

8. É importante conversar com a criança sobre suas reações à frustração, para que ela aprenda a expressá-las de modo verbal, e não fisicamente.

9. Se a situação começa a sair do controle, procure logo ajuda psiquiátrica ou psicológica. Não espere, pois quanto mais tarde é a intervenção terapêutica, mais difícil conseguir um bom resultado.

Em uma situação de agressão já estabelecida, será necessário também buscar ajuda especializada para uma avaliação detalhada da criança/adolescente e da família nuclear. Em geral, já se estabeleceu uma certa dinâmica de interação patológica entre os membros da família, o que sugere a necessidade de intervenções não apenas para tratar a criança/adolescente agressivo, mas para trabalhar e modificar a dinâmica familiar.