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Demitida? Abra novas portas e faça o dinheiro da rescisão render

E agora? Muita calma: deixe passar o susto e tome atitudes que abrirão novas portas

Texto: Carmen Cagnoni Publicado em 27/09/2016, às 10h26 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Demitida? Abra novas portas e faça o dinheiro da rescisão render - Shutterstock
Demitida? Abra novas portas e faça o dinheiro da rescisão render - Shutterstock
Quando ouvimos a frase “Você está demitida”, a vida muda num minuto. Parece história de terror. Mas a verdade é que com a crise econômica atual todas nós sentimos como se fosse apenas uma questão de tempo até a nossa hora chegar, não é mesmo? Acreditar que isso faz parte de um processo de mudança e que existe luz no fi m do túnel é a chave para não se desesperar e passar com tranquilidade por cada etapa do desemprego. O coach Robson Profeta (SP) diz que as transformações provocam medo, ansiedade e stress, sobretudo quando não são desejadas. “Encarar a situação que nos foi imposta como um salto para um novo patamar é um desafio que nos lapida e nos torna melhores. Ela deve ser vista como natural”, complementa o expert.

DESESPERAR, JAMAIS!

O primeiro conselho para superar o momento e caminhar rumo à felicidade é: tenha calma. A especialista em gestão de carreiras Madalena Feliciano (SP) conta que a demissão é um choque para qualquer um. “Porque provoca insegurança e diminui a autoestima e a motivação. No entanto, é preciso ter bom senso e começar a planejar o amanhã para não ficar para trás no mercado de trabalho”, recomenda. A psicoterapeuta Maura de Albanesi (SP) analisa que a demissão por corte de custos ou falência da empresa não deve gerar culpa. “Mesmo sendo frustrante é necessário não internalizar a crise. O mundo pode estar caindo, porém você precisa sentir que tem algo a oferecer, que é capaz de contribuir para se motivar e buscar um novo caminho.” 

SEJA RACIONAL

Na hora de acertar as contas com a empresa, num primeiro momento, não assine nada. Pense e faça propostas. “Algumas negociações são possíveis, como continuar no plano de saúde com os mesmos benefícios”, avisa Rafael Chiuzi (SP), doutor em psicologia do trabalho. Também é possível pedir uma indenização maior ou tentar sugerir um trabalho como freelancer em algum projeto especial da empresa. “Só é importante tomar cuidado para sair com um bom relacionamento com os antigos patrões, pois você ainda pode precisar das pessoas para indicações ou como referência num futuro emprego”, diz o consultor. Outro cuidado fundamental é manter a sensação ruim longe das redes sociais. Uma pesquisa recente mostrou que 38% das pessoas que são demitidas falam mal de seus ex-chefes na internet. E nenhuma empresa quer contratar um funcionário que expõe os seus problemas publicamente. Estudos apontam que 93% dos recrutadores afirmam procurar os perfis dos candidatos em redes sociais. Portanto, seja educada e discreta. Isso vale, também, no momento de se despedir dos colegas de trabalho. Escreva um e-mail simples, abordando como foi bom atuar com eles. “Se a demissão ocorreu por corte de gastos, é importante manter as portas abertas para uma possível volta”, pondera Rafael. 

PLANEJE O FUTURO 

Passado o primeiro momento, arregace as mangas! “Quem ficou desempregado e precisa se manter na ativa deve se atualizar. É essencial renovar e ampliar conhecimentos nesse processo de se requalificar e aumentar a rede de contatos”, afirma Madalena. “Muita gente se adapta à rotina diária e não sai dela. Ir a algum lugar novo e conhecer pessoas ajuda a ampliar o networking. Até sair socialmente pode fazer toda a diferença, porque você cria a possibilidade de aumentar o círculo e, apesar de o mercado se transformar bastante, a indicação é algo que ainda vale muito.” Outra dica: invista em aprimoramento. “Adquirir outras habilidades e fortalecer pontos fracos é uma ótima estratégia. Cursos, palestras, oficinas e congressos são alternativas para aprender mais e conhecer gente”, garante a consultora. 

CABEÇA EM ORDEM 

PARE DE SE FAZER DE VÍTIMA: assuma, nem que seja para si mesma, a parcela de culpa que lhe compete. É importante perceber os erros para não cometê-los novamente. “Tem sido constante o número de casos de pessoas que já produziram muito em prol da empresa, no entanto se acomodaram e estão estagnadas em uma zona de conforto. Com a crise, esses são os primeiros a ser mandados embora para cortar gastos”, alerta Madalena Feliciano. 

TIRE UM TEMPO PARA SE RECOMPOR: em vez de sair enviando currículos loucamente, pare, respire e pense no que pretende da vida. As emoções pós-demissão podem fazer com que se candidate a qualquer vaga. “Tire de uma a quatro semanas para se reorganizar, interna e externamente – mas sem perder os contatos. E avise sobre a procura por recolocação”, recomenda Maura. 

ABRA A MENTE: o mundo mudou e hoje muitas vagas são para um período curto, ou seja, para uma contratação temporária. Portanto, avalie a oportunidade de ganhar dinheiro enquanto não se recoloca. Ela também pode ter chance de virar uma experiência de longo prazo. 

MANTENHA-SE POSITIVA: na entrevista para uma nova vaga, não minta sobre como se sente com a demissão. Mas também não reclame da vida. Relate que, apesar de tudo, encara a situação como um desafio de crescimento pessoal e profissional.

Manual de sobrevivência

Como fazer o dinheiro da rescisão render até a recolocação

1. Levante a sua despesa mensal Monte uma planilha de gastos e defina qual seria o menor valor necessário para sustentar as despesas corriqueiras. 

2. Calcule a nova renda Some o valor da rescisão do seguro desemprego e as suas economias e divida pelo número de meses que acredita que levará até se recolocar. 

3. Divida o bolo A nova renda deve ser dividida assim: 50% custos essenciais, 25% gastos supérfluos, 15% dívidas e financiamentos, 10% emergência. 

4. Faça a reserva render Invista em fundos de renda fixa — melhores que a poupança, podem ser sacados a qualquer hora, sem grandes perdas. 

5. Fuja do risco Embora o valor da rescisão pareça alto, não faça compras caras nem aposte todas as fichas num novo negócio ou investimento de risco. O tamanho de sua reserva deve ser proporcional ao seu tempo de sobrevivência sem emprego.