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Lucy Ramos ensina a ser feliz na própria pele

No auge da carreira e apontada como uma das mulheres mais belas e talentosas da nova geração televisiva, Lucy Ramos esbanja autoconfiança e manda um recado inspirador: “Podemos ser tudo o que desejamos”

por Patrícia Affonso Publicado em 23/08/2017, às 09h00 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Lucy Ramos  - Gustavo Arrais
Lucy Ramos - Gustavo Arrais
Aos 34 anos, Lucy Ramos mostra o talento em horário nobre na pele da arquiteta Leila, de A Força do Querer (Globo); é porta-voz de uma famosa marca de cosméticos capilares; exibe os cachos mais desejados da TV brasileira; e esbanja felicidade na vida pessoal – está casada há dez anos com o ator e diretor Thiago Luciano (37 anos). O segredo dessa trilha estrelada e tão desejada envolve muito talento e esforço. No entanto, bastam poucos minutos de conversa com a bela para conhecer outro de seus trunfos: a atriz é daquelas mulheres de fibra que não dão espaço ao vitimismo. “Não podemos fazer com que todas as situações da vida sejam favoráveis, mas somos capazes de escolher a forma como vamos reagir a elas”, diz. Para ser mais específica, Lucy prefere a ação ao mimimi. “Minha mãe me ensinou desde cedo que não sou melhor nem pior do que ninguém. Então me blindei muito da opinião alheia. Por exemplo, se estou em algum meio no qual sou a única negra, não fico acuada, nem nada disso. Faço a minha parte e dou o meu melhor em tudo o que me proponho a fazer. Acho que, mais do que levantar bandeiras, cumpro meu papel sendo quem sou e ocupando espaços”, comenta a bela.

SÓ UM CAMINHO: A VITÓRIA 

Lucy teve uma infância extremamente simples. Aos 5 anos, veio do Recife com a mãe e os irmãos em busca de uma vida melhor na capital paulista. As dificuldades foram muitas, mas a atriz fala do passado com a gratidão e a maturidade de quem entende que a caminhada nos ajuda na tarefa de estruturar e galgar o melhor de nós mesmas. “Mamãe saía de casa muito cedo e voltava no fim do dia, exausta. Então a gente se virava: fazia comida, lavava roupa, cuidava da casa, tudo. Isso me ajudou a ser independente e saber que preciso batalhar, fazer as coisas por mim”, conta. Na carreira de modelo, iniciada aos 16 anos, ela brilhou em incontáveis campanhas publicitárias. Mas algumas memórias não tão agradáveis também são marcantes. “Muitas vezes, durante os testes, os contratantes ficavam entre mim e uma modelo branca. E, mesmo quando tudo indicava que eu era a melhor escolha, selecionavam a concorrente. Eu ouvia, nessas ocasiões, que as brancas vendiam mais que as negras. E não entendia”, lembra. Perguntada se as coisas mudaram desde então, Lucy diz que estamos num caminho de transformação. E, como prova disso, comemora seu segundo papel na pele de uma negra bem-sucedida — a atriz diz que, antes, só era recrutada para representar escrava ou empregada doméstica. A virada começou com a psicóloga Patrícia, de I Love Paraisópolis (2015). “Na época, as mulheres me paravam na rua e agradeciam, diziam que se identificavam com a Patrícia e que era bom ver as negras sob uma outra perspectiva na TV. Foi o momento que eu olhei para isso e comecei a entender que o racismo era muito forte”, diz. Em A Força do Querer, sua personagem é bem-sucedida, moderna e, a exemplo de sua intérprete, avessa a lamentações. “A autora, Glória Perez, sempre coloca em discussão assuntos atuais. Nessa novela, a questão da diferença e do respeito será muito abordada. Além da minha personagem Leila, tem a modelo plus size Abigail (Mariana Xavier) e a transexual Mira (Carol Duarte). Acho que a TV tem que mostrar a diversidade mesmo, já que atinge tanta gente”, defende. E completa, falando especificamente da sua experiência pessoal. “Acredito que, quando você nasce negra e se torna uma pessoa pública, ganha uma missão: a de quebrar barreiras e mostrar que é possível chegarmos aonde desejamos. Como atriz, quero, além de fazer bem o meu trabalho, despertar nas pessoas que se identificam comigo o desejo de vencer”, revela. 

BELEZA NEGRA COBIÇADA 

Há algum tempo já se nota um movimento pela retomada dos cabelos cacheados. Na contramão do que se via há alguns anos — os salões cheios de mulheres recorrendo a procedimentos como a escova definitiva — a procura agora é por tratamentos que possam ajudar na retomada da forma original dos fios. Entusiasta da beleza afro, Lucy fala sobre o assunto com emoção. “Recebi uma mensagem de uma telespectadora que disse que a filha, ainda criança, estava pedindo havia meses para alisar os fios. No entanto, ela me viu na TV, achou meus cachos lindos e desistiu da ideia. Hoje, ela ama os cabelos. Isso é lindo demais”, diz. A atriz conta que nunca teve vontade de alisar as madeixas, mas tinha problemas com o excesso de volume. “Na época de escola, eu era muito magrinha e tinha aquele cabelão armado. É claro que isso me rendeu muitos apelidos desagradáveis”, confessa. Mas foi só mais tarde, por causa do trabalho, que ela amargou uma época de crise com a cabeleira. Ela conta que na novela Salve Jorge (2012), o uso do megahair detonou seus fios, mesmo com todos os cuidados. “Estava muito estranho, então quis tentar um outro look e passei uns dois meses brincando de ser lisa. Mas era surreal, eu mal me reconhecia no espelho. O jeito foi apelar para o babyliss até o cabelo voltar ao normal”, afirma. Hoje, ela diz que o grande segredo para amar o cabelo é descobrir o que funciona. “A maior dica é experimentar produtos e técnicas diferentes, até achar aquilo que garanta o resultado que você deseja. No meu caso, gosto de definição nos cachos, então lavo, desembaraço os fios no chuveiro com o condicionador e depois utilizo creme para pentear aplicado em camadas, o que garante a maciez. Para secar, recorro ao difusor e começo pela raiz, para manter o comprimento natural, depois vou para as pontas”, ensina.

EQUILÍBRIO SEMPRE 

Com 34 anos completados no mês de outubro, a libriana é do tipo que vê com bons olhos a passagem do tempo. “Sinto como se, depois dos 30, eu tivesse virado uma chave na minha mente. Eu sempre tive pés no chão, sou bem equilibrada, mas sentia que havia gavetas fechadas, com respostas que eu precisava. Foi o tempo que me ajudou a acessá-las, e com elas veio um maior entendimento do que sou e do que quero”, comenta. Um dos ganhos, ela compartilha, foi a certeza de que viver se comparando com o outro é uma cilada. “Acho que essa era da internet acentua isso, a gente se baseia demais naquilo que vê nas redes. Com a maturidade, aprendi a olhar mais para mim”, enfatiza. Sobre o corpo, sempre em forma, a bela diz que não sentiu grandes mudanças. “Isso porque sempre vivo no equilíbrio. Gosto de pastel, coxinha, feijoada, comida japonesa com muito shoyu, mas essa não é minha rotina. Me alimento de forma saudável para poder ter esses prazeres quando saio para comer num restaurante bacana, por exemplo”, diz. Com um metabolismo de dar inveja, que ajuda a silhueta a se manter sequinha, sua estrutura de treinamentos é mais voltada para a musculação. “Faço sempre que posso, senão não tem milagre: aparece flacidez, celulite...”.

3 dicas de Lucy Ramos para se sentir bem na própria pele

Foque na sua vida
Deixe de achar que tudo o que há nos outros é melhor ou mais interessante. Você é única e especial. Descubra o que você tem de bom e aposte nisso. 

Não exagere nas comparações
Admirar ou se inspirar em alguém é normal e saudável. Mas tentar se igualar àquela pessoa é perda de tempo e certeza de frustração. Procure sempre ser a melhor versão de si mesma. 

Mãos à obra
Se tem algo incomodando você, não lamente, mude! Analise bem o cenário que tem à frente e reflita sobre o que pode ser ajustado para a realidade ficar mais próxima do desejável.