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No Distrito Federal, uma iniciativa desperta a cidadania e leva a arte para as ruas

Muros, postes, calçadas e paradas de ônibus coloridos e cheios de mensagens positivas fazem das ruas uma verdadeira galeria a céu aberto. Graças ao projeto Mapa Gentil, de Janaína André, 39 anos

Máxima Digital Publicado em 21/10/2016, às 12h17 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Janaína André, 39 anos - Arquivo Pessoal
Janaína André, 39 anos - Arquivo Pessoal
Em 2012, a associação cultural da qual sou integrante começou a atuar numa escola de ensino médio de Taguatinga, no Distrito Federal. Discutindo temas para trabalhar com os alunos, surgiu a ideia de abordar a questão da gentileza e uni-la à revitalização de espaços públicos que estavam abandonados e até depredados. Nascia assim o projeto Mapa Gentil, que tem como objetivo estimular a reflexão sobre as relações sociais, exercitar um novo olhar para o nosso ritmo e estilo de vida e propor que as pessoas tomem de volta os espaços urbanos que são delas! 

Para isso, realizamos reuniões e debates — utilizando jogos pedagógicos para passar os conteúdos — e disponibilizamos aos alunos oficinas criativas, ministradas por artistas de rua, que atuam com diferentes formas de intervenção, como o estêncil, o grafite, a poesia, a criação de personagens... Passamos, então, à confecção das obras de arte e da instalação em ruas, praças e outros locais. Por fim, é criado um roteiro cultural do projeto, que traça todo o caminho por onde se estendem as peças. 

A população pode visitar essa rota de forma independente ou agendando uma visita guiada com monitores, que explicam a ideia por trás de cada criação e dão informações históricas e culturais sobre os locais contemplados. Todas as atividades do projeto Mapa Gentil, desde as oficinas até as visitas, são gratuitas. Nossa grande ferramenta é a arte engajada, que questiona o sistema vigente e desperta nas pessoas a sensação de cidadania e pertencimento. As diretorias das escolas nas quais atuamos nos relatam uma significativa diminuição da violência e o despertar de atitudes positivas: os alunos passam a cuidar melhor da escola, restauram bancos, pintam paredes, criam jardins... 

O projeto já alcançou quatro instituições de ensino nas regiões de Taguatinga, Ceilândia, Riacho Fundo e Samambaia. Nas visitas guiadas recebemos mais de 80 escolas! Este ano planejamos fazer arte urbana nos trilhos, com instalações em todas as estações de trem, nos vagões e também nos túneis.