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Nove remédios que curam as dores da alma

Muitas vezes, o antídoto para aquilo que nos oprime ou nos desequilibra reside dentro de nós mesmas. Conheça esses importantes bálsamos e entenda seu potencial curativo

por Raphaela de Campos Mello Publicado em 12/12/2017, às 13h05 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Nove remédios que curam as dores da alma - Shutterstock
Nove remédios que curam as dores da alma - Shutterstock

1. SIMPLICIDADE
Ser simples é remover falsos obstáculos e abrir passagem para o que importa, afirma o sábio Mahaprajna Shanti. Lembrar disso nos ajuda a parar de complicar tudo e gastar tempo e energia numa insistência cega. Já reparou que certas pessoas passam anos experimentando chaves e mais chaves em portas que nunca estiveram trancadas? “Só quem se conhece sabe do que realmente precisa e qual a quantidade suficiente para a plena satisfação”, afirma o psicoterapeuta e terapeuta floral Thiago Guimarães (SP). Quem volta o olhar para dentro, ele diz, deixa de viver de forma massificada e robotizada e passa a prestar atenção em si mesmo, nas suas reais necessidades.

2. TOLERÂNCIA
Tolerar o que nos contraria é um exercício de resistência emocional e enfrentamento das adversidades. Isso nos ajuda a suportar os trechos incômodos da jornada, sem nos desorganizarmos internamente. Porém, essa força só acordará em nós se aceitarmos a realidade tal como ela se apresenta e dermos um passo além, admitindo que muitas coisas são desagradáveis porque nós as tornamos assim. Quem aplica esse entendimento no dia a dia tem mais chances de ser tolerante com os outros, colocando o respeito à frente das diferenças. “A tolerância pressupõe discordância. Seu valor, portanto, não é só protetivo da convivência, mas também garantidor da democracia”, avalia o professor de filosofia e palestrante Clóvis de Barros Filho (SP). Em períodos de embates irados, temos que resgatá-la e ofertá-la por onde passarmos.

3. COMEDIMENTO
Segundo o Pequeno Livro dos Remédios da Alma, viver como hábeis equilibristas é possível se aprendermos a valorizar não só a importância de cada ação a ser manifestada como também ponderarmos suas prováveis consequências. Antes de agir, respire e refl ita: “O que eu disser ou fi zer trará transtornos ou soluções?”. Na Grécia antiga esse jeito de ser avesso aos excessos ganhou fama através das ideias do filósofo Epicuro. Ele entendia que, para eliminar a dor e o sofrimento, o homem deveria perseguir o prazer, mas não qualquer um, somente aqueles que agregam tranquilidade e bem-estar. “Para Epicuro, a paz do corpo e da alma constitui uma só realidade”, lembra Clóvis. É o que os gregos chamavam de ataraxia, um bem-estar global, alcançado por quem sabe trilhar o inteligente caminho do meio.

4. ALEGRIA CONTEMPLATIVA
“Se os olhos do espírito estão bem abertos, são tantas as maravilhas que eles veem que o nosso ser é invadido por uma alegria ímpar, serena e reconfortante”, dizia Mahaprajna. Um broto verdinho, o sorriso de uma criança, o farfalhar das folhas de uma árvore... A conexão com a beleza que reside nos detalhes desponta, segundo a psicóloga Flavia Melissa* (SP), quando nos conscientizamos acerca dos nossos padrões — vozes que dizem que as coisas deveriam ser diferentes do que realmente são. “Isso nos convence de que as coisas não estão boas o suficiente para serem contempladas.” A saída é nos colocarmos na posição de observadores da própria vida e percebermos que as situações não acontecem conosco, e sim para nós: para o nosso aprendizado. “Assim aceitamos que tudo está certo em ser como é”, completa.

5. DESAPEGO
Esse remédio nos confere a real libertação: aprendemos a amar e respeitar sem cultivar qualquer sentimento de posse, já que tudo é temporário. “A pessoa apegada tem medo de perder, de ficar para trás, de não pertencer. Por isso, sente a necessidade de prender as pessoas, coisas, emoções, lugares e sensações”, avalia Thiago. Já a mente desapegada desenvolve todo o seu potencial, porque confi a no fluxo maior. Os Florais de Bach são aliados nesse processo. “A essência Walnut ajuda a quebrar hábitos e vínculos antigos. Nos casos de pessoas apegadas a coisas materiais, relacionamentos, emoções e opiniões, o floral indicado é o Chicory”, sugere Guimarães. É preciso deixar ir o que está impedindo sua vida de se renovar. 

6. PERCEPÇÃO PERFEITA
Somente a observação liberta de emoções e intenções nos permite captar com clareza a realidade das coisas e das pessoas. Precisamos compreender que todos os erros e sofrimentos advêm da nossa incapacidade de separar a ilusão que envolve cada coisa da verdade que ela contém em si mesma. Através do silêncio ou de práticas meditativas escutamos o que se passa dentro de nós e nos familiarizamos com isso. “Percebemos, então, que somos apenas uma peça desse todo e que ele tem uma vida própria”, diz Flavia. Confiar que a existência pode se desenrolar de acordo com sua sabedoria inata e que, ainda assim, seguimos ancorados em nosso centro, é poderoso.

7. COMPAIXÃO
A compaixão nos lembra da nossa irmandade espiritual: somos feitos da mesma matéria e essência e estamos aqui para cumprir a mesma imprevisível travessia. Segundo o padre e teólogo Márcio Fabri dos Anjos (SP), o teste para saber se estamos ligados aos nossos semelhantes é a capacidade de nos alegrarmos com seu sucesso. “O filósofo alemão Nietzsche disse que sentir-se mal pelo sofrimento alheio pode ser um sentimento egoísta, pois temos autopiedade por perceber que o mesmo pode acontecer para nós”, afi rma. A verdadeira compaixão não se resume a sentir benevolência. “Partimos da emoção à ação buscando ajudas concretas e prevenindo o mal que possa atingir o outro", completa.

8. PERDÃO SINCERO
“Quando perdoamos alguém, permitimos a ruptura de um elo que nos mantinha aprisionados a quem nos feriu”, resume Sárada. Ao perdoar, também relevamos os danos que nós mesmos causamos ao nosso emocional. Para isso, temos que abdicar da posição de vítimas. “Perdão não começa com esquecer ou culpar, mas com reconhecer o que houve e procurar compreender”, sugere Márcio. Sua base reside na sabedoria de reconhecer a fragilidade como parte da condição humana.

9. FÉ ESPIRITUAL
Quem caminha com fé tem a certeza de que as coisas se resolverão, de um jeito ou de outro. Isso porque, independentemente da natureza da fé de cada um, cada crença define uma trilha de atitudes a serem manifestadas para o nosso crescimento espiritual. É o contato com a Essência Divina que potencializa a nossa vontade, abre os canais da percepção e transporta as nossas preces. Como resposta, recebemos alento, intuição e convicção para perseverarmos firmes em nossos propósitos.