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Sandy revela como cuida do filho, da casa, da carreira e do casamento

Muitas vezes a cantora nos passa a impressão de estar com a vida todinha resolvida. Mas, tal qual cada uma de nós, ela mostra que está em construção, aprendendo a lidar com novos papéis, sentimentos e demandas

por Patrícia Affonso Publicado em 02/01/2018, às 12h11 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Sandy - Brunno Rangel
Sandy - Brunno Rangel

A gente acompanha a vida e a carreira dessa paulista, nascida em Campinas, desde 1990 — quando ela começou a cantar com o irmão na até hoje adorada dupla Sandy & Junior. De lá para cá, vimos Sandy crescer, desabrochar como mulher, se casar com o cantor Lucas Lima (2008), encabeçar (e decolar) a carreira solo, engravidar (2013), se tornar mamãe (2014)... São tantos anos que nos sentimos quase íntimas da cantora, não é mesmo? Linda, talentosa, bem-sucedida e integrante de uma família que poderia muito bem estrelar comerciais de margarina, ela sempre nos inspirou a ideia — mesmo sem a menor pretensão — de levar uma vida perfeita. Então imagine que (boa) surpresa a nossa descobrir que, na verdade, ela é gente como a gente. Isso mesmo: aos 34 anos, Sandy coloca a mão na massa para valer quando o assunto são os cuidados com o filho, se vê às voltas com as inseguranças típicas das mães de primeira viagem, teve dificuldade para retomar a carreira... Tudo isso (e muito mais) ela divide nesta entrevista exclusiva e supersincera. Delicie-se!

Ser mãe sempre foi um sonho?
Sim, com certeza. E eu sempre soube que essa era uma coisa que ia realizar na minha vida. Levamos cinco anos após o casamento para encomendar o Theo, mas foi o momento perfeito. Estávamos ambos mais preparados e já havíamos curtido bastante a vida a dois.

Você declarou que, assim que viu o Theo, entendeu tudo. Que percepção tão poderosa foi essa?
Mesmo certa de que queria ser mãe, eu tinha muitos medos. Ter um filho é uma responsabilidade gigante: a gente acha que não vai dar conta, que não vai saber lidar... É claro que já comecei a amá-lo na barriga, mas o nosso encontro, após o nascimento, foi indescritível. O mundo some, as dúvidas se dispersam e tudo faz sentido!

O perfeccionismo é uma das suas características mais marcantes. A maternidade acentuou ou acalmou esse ponto?
Continuo perfeccionista. O que mudou é que sempre tive muita mania de controle, gosto das coisas no meu tempo e do meu jeito. Quando um filho chega, mostra que não é bem assim: ele quer mamar fora de hora, chora quando você está no meio do banho, tem febre justamente na noite que você planejou sair com seu marido, após meses de espera. Tive que ajustar meu foco.

Dizem que a culpa é um sentimento comum a todas as mães. No seu caso, quando ela aparece?
Nossa, em qualquer situação! Falo muito disso na terapia. Se tenho que fazer algo por mim, como ir à manicure ou à acupuntura, fico péssima. Passa pela cabeça que devo permanecer grudada no Theo, focando só nas necessidades dele. Estou me adaptando, mas chorava cada vez que o levava à escola. Toda separação é difícil. Demorei mais de dois anos para aceitar a ideia de viajarmos sem ele.

É verdade que quando o Theo nasceu você não quis voltar a cantar?
Eu imaginava que voltaria a trabalhar quando ele completasse 6 meses. No entanto, não tive vontade. Quando o Theo estava quase completando 10 meses, recebi o convite para participar do júri do programa Superstar, da Globo. Topei, mas não foi fácil. Tive crises terríveis por me separar dele. E olha que era só uma vez na semana! Ali, comecei a pensar que poderia me arrepender se não voltasse aos palcos, que mais para a frente poderia não ter o mesmo espaço. Também pensava que o Theo vai crescer, e quero que ele se orgulhe da mãe, que trabalha, é realizada... Aos poucos, fui retomando o ritmo. O DVD (Meu Canto – Ao Vivo), lancei quando ele já tinha quase 2 anos. Voltar não foi um desejo automático. Foi uma ação racional e responsável. Hoje estou feliz, mas a prioridade é a minha família.

Você diz que o Lucas não te ajuda, que ele é parte do processo de criação do Theo, ao seu lado. Qual é a importância dessa parceria?
Ela é fundamental para que a criança tenha as referências, feminina e masculina, com o mesmo peso. Além disso, ajuda na formação de uma visão de mundo mais igualitária, na qual homens e mulheres têm os mesmos deveres e responsabilidades.

Como não esquecer o papel de esposa, após a maternidade?
Realmente, no início a gente fica completamente focada no bebê. No meu caso, sempre fazia uma forcinha para ter momentos a dois. Pensava: “Quando estiver lá, sei que vou ficar feliz e que voltarei renovada”. E é exatamente o que acontece. Acho que todo casal tem que achar seu ponto de equilíbrio.

O fato de poupar o Theo da exposição na mídia tem a ver com a sua própria experiência?
Tem, sim. Eu passei por uma exposição muito grande desde menina, por conta do meu pai (o cantor Xororó) e também pela minha própria carreira. Quando era pré-adolescente já perguntavam sobre namoro, sofri bullying na escola... Hoje, tudo ganha uma proporção muito maior graças à internet. O Theo não é famoso e não tem que pagar por ser filho de artistas. Quando ele crescer, poderá decidir por si. Hoje, tomamos a frente para preservá-lo.

Na sua opinião, qual é o maior desafio da maternidade?
Educar. Não existe manual, é difícil encontrar o limite das coisas. Agora que ele já interage, os dilemas são muitos. Deixo ou não? Explico ou não? Mas acho que essas dúvidas ocorrem em todas as famílias. Só o fato de os pais estarem atentos já mostra que estão fazendo um bom trabalho.

Não quer ter outros filhos?
Já achei, lá atrás, que teria dois. Hoje, não quero, nem o Lucas, por uma questão de responsabilidade social mesmo. Vivemos num mundo superpopuloso e os recursos logo vão faltar. É preciso pensar nessa questão. Além disso, me sinto preenchida. Também não quero sentir culpa em dobro, não (risos).

O que faz no tempo livre?
Sou tranquila! Para mim, basta estar em casa brincando com o Theo, assistindo filmes e séries com o Lucas. Gostamos de ir ao teatro, jantar...

Qual é o seu segredo antienvelhecimento?
Olha, acho que o principal é a genética. Minha mãe (Noely) está com 57 anos e continua com uma pele incrível. Eu sou disciplinada: lavo o rosto duas vezes por dia com sabonete específico, nunca durmo maquiada e passo creme ao redor dos olhos antes de dormir. Ah, uso protetor solar sempre e também tomo bastante água.

E quanto a alimentação e atividade física?
Me alimento superbem, priorizo alimentos integrais, muitos vegetais, evito consumir carboidratos à noite. Felizmente, também não tenho tendência a engordar (a cantora pesa 41 kg). Faço musculação de baixa intensidade e boxe, mas pouco. Não tenho tempo para academia. Nem gosto, também, falando com sinceridade.

Seu último trabalho é bastante autoral. De onde vem a inspiração para suas músicas?
Tudo pode me inspirar. Porém, hoje o processo é mais difícil, pois não posso dar vazão à inspiração quando ela vem. Marco hora com o Lucas para sentarmos juntos e compormos: é um compromisso, registrado na agenda. Algumas coisas que me tocam: paisagens, histórias, canções... Estou sempre com o celular a tiracolo, e meu bloco de notas é cheio de frases soltas, que depois vou conectando, dando sentido. Foi assim que compus a música da nova novela das seis, Tempo de Amar. O nome da canção é Nosso Nó(s).

Conexão Máxima

Pedimos às fãs da Sandy para enviarem perguntas via redes sociais — e elas capricharam! A cantora, por sua vez, respondeu a tudo prontamente!

Qual parceria musical mais gostou de fazer? Ainda sonha com alguma? - Patrícia Gonçalves
Uma das mais especiais foi com o tenor Andrea Bocelli. Recentemente, a parceria com o Tiago Iorc rendeu muitos frutos. Alguns artistas com os quais gostaria de cantar são o John Mayer e a Norah Jones.

Tem vontade de criar um canal na internet? - Aline Marchiori
Tenho uma equipe que cuida do meu Facebook e do site, que coloca meus clipes na rede... O Instagram e o Twitter eu mesma gerencio. Mas não tenho esse desejo, não.

Há chance de uma turnê de Sandy & Junior? - Alessandra Fortes
Não fizemos planos. Porém, não descarto a possibilidade de fazermos uma coisa pontual, comemorativa, um dia.

Como surgiu esse delineado que é sua marca registrada? - Tainá Goulart
Foi um experimento que eu mesma fiz há uns oito anos. Ficou legal, aí fui aprimorando.

Tem saudades de atuar? - Bianca Lopes
Sim, e toparia fazer de novo. Mas tem que ser em projetos pontuais, que não interfiram na música.

Qual é a sua composição favorita? - Glaziane Cordeiro
Em termos de visibilidade, Me Espera (parceria com o Tiago Iorc) foi incrível. Tenho outras canções queridas, como Morada, Você pra Sempre e As Quatro Estações — esta última compus com 14 anos. A letra de Salto, que está no DVD, veio de um poema que escrevi para o Lucas numa data especial.