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Veja como lidar com a volta para o trabalho depois da licença-maternidade

Voltar para o trabalho após a licença-maternidade é um dos momentos mais dolorosos para a mãe. Veja como lidar com os sentimentos

Texto: Carmen Cagnoni Publicado em 24/06/2016, às 12h24 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Hora de deixar o ninho - Shutterstock
Hora de deixar o ninho - Shutterstock
As mulheres estão engravidando cada vez mais tarde em prol do crescimento pessoal e da carreira. “Comprometer uma promoção, ser rebaixada de cargo e perder o lugar alcançado são os pensamentos levados em conta”, constata Regina Nogueira, coach e consultora empresarial (SP). Em compensação, depois da maternidade, sentem um baque na hora de retomar o trabalho: o desejo de estar ao lado do filho, acompanhando o desenvolvimento dele, promovendo o bem-estar e o acolhimento, é enorme e entra em choque com o tão aclamado lado pessoal. Por isso, a volta ao mercado após o período de afastamento costuma ser dolorosa. “O vínculo entre mãe e bebê surge na gestação e aumenta a cada dia após o nascimento. Para a mãe, a sensação de separação e distanciamento do filho se torna sofrimento puro”, acrescenta Cristiane Moraes Pertusi, doutora em psicologia do desenvolvimento humano, com atuação em aconselhamento de carreira e coaching (SP). O primeiro passo para encarar os medos e as expectativas de como será a volta é ter em mente que toda essa ebulição interna é absolutamente natural, no entanto não pode prejudicar a atuação na empresa. É preciso aprender a lidar com a nova realidade de ser mãe, mulher e profissional eficiente, sem que os desejos se choquem. O período é de adaptações, concessões e de ouvir bons conselhos também, principalmente de quem já passou por isso. Vamos botar ordem na casa e na vida? Listamos algumas dicas que vão ajudá-la a passar por esse turbilhão da melhor forma possível.

Com quem deixar o bebê

Não existe uma fórmula ideal. A opção varia de pessoa para pessoa e deve ser ajustada de acordo com crenças, valores e situação financeira, gerando conforto para a família. “Escolha um cuidador de forma consciente. Não importa se é a avó, a babá ou a creche — basta ser alguém de confiança. Caso contrário, fi cará angustiada, o que prejudica o desenvolvimento profissional e emocional”, enfatiza Cristiane. Ao decidir, tome atitudes para facilitar o convívio de todos e lembre-se: “No início, é provável que seu fi lho sinta falta de você e mande o recado demonstrando carência. Talvez ele não queira sair do seu colo, diminua o intervalo entre as mamadas, acorde chorando de madrugada e resista ao sono. O papel da mãe é acolhê-lo com carinho, compreendendo que se trata de uma reação passageira”, alerta a psicóloga. Segundo ela, se a mãe mantiver a cabeça fria, o pequeno se adaptará mais rápido à nova situação e logo os dois compartilharão de um novo motivo de alegria na rotina diária: a hora do reencontro!

Amenize a culpa

Nesse momento permita que todas as sensações se aflorem, incluindo o medo de perder o vínculo com a criança. A tristeza por se afastar durante várias horas é derivada justamente da força desse vínculo. “Mas a mãe deve permanecer serena, pois ela continuará sendo a principal pessoa para o bebê. Ela tem de pensar que é importante ter vida própria e que para ser uma boa mãe não é necessário desempenhar o papel 24 horas por dia. Acho até mais saudável para a criança que a mãe faça outras coisas. E, conforme o fi lho for crescendo, ela deve expor essa necessidade a ele, mostrando o prazer e o enriquecimento que o trabalho traz”, orienta Luciana. Na hora de sair de casa, é recomendável dizer tchau e não adiar a partida. Mesmo que a criança não entenda as palavras ditas, o tom de voz transmite sentimentos. Então é importante ser bem positiva. E, caso escute o bebê chorar, resista à tentação de voltar e consolá-lo. O coração fi cará apertado, com certeza, no entanto seja firme e deixe-o ser acolhido pela cuidadora. Tem mãe que se despede mil vezes, como se esperasse o fi lho chorar. É claro que é inconsciente, pode ser que ela faça isso para confirmar a si mesma quanto o pequeno a ama e depende dela. A mãe é insubstituível, mas é normal que a criança crie vínculos com a outra pessoa. Deixar de trabalhar fora não fará de você uma mãe melhor e vice-versa.

Seja produtiva

É importante tomar atitudes em relação ao trabalho para não ficar pensando só na maternidade e, assim, perder o foco profissional. A coach Cristiane dá algumas orientações: 

1. Antes do fim da licença-maternidade antecipe o contato com os colegas, pois algumas mudanças podem ter ocorrido na empresa e é bom que você já chegue sabendo o que irá encontrar. Vale até um e-mail simpático ou um telefonema para se reconectar com a chefia. 

2. Converse com os superiores para alinhar expectativas de ambos os lados. 

3. Mantenha a postura ética e foque em entregas dentro do prazo. 

4. Não misture os papéis, como explicitar conflitos pessoais no ambiente profissional. Se a ansiedade estiver alta, busque apoio para lidar com a situação. 

5. No caso de demanda grande de trabalho, tente organizar a rotina de modo que traga segurança para você e para a criança. Não se acanhe em pedir ajuda a familiares, babá, creche... 

6. Vai viajar a trabalho? Busque se organizar previamente.

Aproveite o tempo livre

A ginecologista e obstetra Barbara Murayama (SP) preparou uma lista com sugestões para conciliar o tempo de mãe dedicada e boa profissional: 

❚ Crie um menu semanal para já ter tudo planejado e não perder tempo pensando no que preparar ao chegar em casa. 
❚ Organize lanches saudáveis e rápidos para você. 
❚ Reserve uma hora do dia para fazer algum tipo de exercício e, assim, sentir-se revitalizada e com energia. 
❚ Leve o filho à escola para ganhar um tempo a mais com ele. 
❚ Coloque o pequeno na cama e leia uma história para ele dormir. 
❚ Acompanhe as lições de casa e estude com ele sempre que possível. 
❚ Em casa, esqueça o celular, o computador, a TV... Brinque com a criança. 
❚ Divida as tarefas de casa com o seu marido, como o supermercado.