Lucas Castellani vai de saia ao Catar como protesto silencioso contra as prisões de pessoas da comunidade LGBTQIA+

O Qatar, ou Catar, é o país-sede da Copa do Mundo de 2022 e, embora esteja prestes a receber um evento internacional e turistas de todos os lugares do mundo com culturas diversas, o país segue aplicando leis extremamente conservadoras. Como a homossexualidade ser considerada um crime.

Em uma época na qual muito se fala sobre representatividade e liberdade, o país ainda viola os direitos LGBTQIAP+, causando desconforto e revolta em todo o mundo. O que também aconteceu com Lucas Castellani.

Modelo com mais de um milhão e meio de seguidores no Instagram, ele contou que o Qatar está no alvo da imprensa por sediar a Copa e muito se fala sobre a homofobia no país. 

"Essa é minha terceira vez participando da semana de arte e moda do Qatar e, apesar de me sentir seguro no país, eu não poderia fechar os meus olhos para a falha nos direitos da comunidade LGBTQIA+, que habita ou visita o país. Por isso decidi usar os meus looks como forma de protesto e como uma maneira de enviar uma mensagem para comunidade gay do local, para que eles se sintam representados", disse Lucas.

O modelo reforçou a importância da representatividade no meio em que está inserido: "Em um evento da rainha do país, Sheikha Moza Bint Nasser, e sua filha princesa, Al Mayassa Al-Thani, eu escolhi usar uma saia. Acredito que quando a minha comunidade me vê sendo recebido pelos líderes do país, vestindo um saia e sendo exatamente como eu sou, isso tem uma mensagem poderosa tanto para a comunidade quanto para os que se opõe ao nosso estilo de vida".

Lucas foi um dos modelos a desfilar e fechar o desfile para o evento de Naomi Campbell, que tem como intuito arrecadar dinheiro para a ONG Fashion For Relie, uma organização de caridade com foco em ações humanitárias, fundada em 2005. O evento reuniu inúmeras marcas, trazendo ainda mais atenção para o país que será sede da Copa do Mundo de 2022, e contou com nomes como Bella Hadid, Lucas Castellani, Naomi Campbell, Janet Jackson e Ed Westwick.

Com gays sendo até presos por conta da orientação sexual, a pressão tem sido cada vez maior para que haja mudanças no país.

“A imprensa, as pessoas de fora e os cidadãos locais estão dando mais foco no problema e indo contra esse discurso. Apesar de me sentir respeitado no Qatar pela maneira que sou, sei que o país tem um longo caminho a percorrer”, contou o influenciador.

Apesar de tudo, ele vê esperança na luta e promete usar sua representatividade para mudar esta situação na região.

"Vejo eles dispostos a seguir o caminho da igualdade, pois mudanças desse porte levam tempo e muito diálogo. A representatividade começa se fazendo presente. Dessa forma, eu acho que nós, da comunidade LGBTQIA+, com privilégios, precisamos nos fazer cada vez mais presentes e, por isso, eu me arrisco, indo ao país todos os anos, dando a minha cara a tapa, a serviço da minha comunidade", finalizou Lucas.