No mês da visibilidade lésbica, Luana Berti fala sobre a invisibilidade que as mulheres LGBTQIA+ sofrem - Divulgação
Visibilidade Lésbica

No mês da visibilidade lésbica, Luana Berti fala sobre a invisibilidade que as mulheres LGBTQIA+ sofrem: “Mulheres sempre foram e continuam sendo inviabilizadas"

A cantora falou sobre a importância de termos personalidades que lutem de frente com o silenciamento

Máxima Digital Publicado em 19/08/2021, às 11h40

Agosto é o mês da visibilidade lésbica que representa a luta por direitos igualitários e resistência a uma sociedade extremamente machista.

A cantora e compositora Luana Berti é assumidamente lésbica e não se esconde. Ela falou abertamente sobre a importância de artistas se manifestarem e lutarem por suas causas existenciais.

“A primeira coisa que me vem à cabeça é a importância do ato de resistir, esse é um momento onde, como comunidade, celebramos as nossas conquistas até aqui. Comemoramos a importância da vida de cada uma, mas também aproveitamos esses poucos espaços que conseguimos para levantar questionamentos e unir aliados para reverter cada vez mais a nossa situação atual.”, disse.

Muito se fala sobre a invisibilidade lésbica no meio LGBTQIA+, baseada nisso, Luana contou suas experiências até hoje em meio a esse caso.

Divulgação

 

“Essa invisibilidade é real e falamos disso o tempo todo. Em um plano geral, mulheres sempre foram e continuam sendo inviabilizadas, e dentro de uma comunidade específica com homens e mulheres não seria diferente. As oportunidades ainda não são as mesmas, as aberturas de espaços para gente conseguir se comunicar também não e nosso trabalho também não é valorizado em partes iguais. Por isso a importância de termos um mês só nosso, porque são muitas causas dentro do LGBTQIA+, mas as nossas também precisam ser vistas e ouvidas.”, falou.

A cantora falou sobre o peso de ser mulher e lésbica numa sociedade contemporânea altamente machista:

“Ser mulher é um ato político, ponto; e isso a gente aprende na pele desde muito nova. Sendo uma mulher lésbica então, é ter que lidar com toda a enxurrada de provações mais o preconceito e suas extensões.”, declarou. 

Muitas figuras públicas se escondem atrás de falsos rótulos com medo de julgamentos por sua orientação sexual, a artista revelou a sua ideologia a partir da palavra “representatividade”.

“Representatividade foi uma das palavras que eu mais ouvi nos últimos dois anos. Afinal, quem não quer se sentir em comunidade sendo parte de algo, né? Minha mãe sempre me disse que com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades, e, para mim, quem ganha o super poder da comunicação em massa, deve levantar a bandeira, bater no peito e mostrar: eu sou assim, olha só, você também pode ser, se quiser! Quantas pessoas vão comprar um skate depois das olimpíadas? Ou se matricular numa aula de Vôlei? Isso é uma resposta automática do corpo que pega nossos sentimentos guardados e vontades que ainda não matamos e fala: você também podia estar fazendo isso e sendo feliz do jeito que você quer. Ou seja, além de encorajar pessoas que muitas vezes preferem viver dentro de um padrão da sociedade, também existe a quebra do que realmente é um padrão. Por isso é tão importante que pessoas com visibilidade tragam pautas, provoquem diálogos com seu público e mostre que para ser feliz, basta ser você mesmo, do jeitinho que quiser.”, finalizou.

Divulgação

 

 

Luana Berti

Leia também

ONU: LGBT+ foram sexualmente atacados em conflitos em 2023


ABC: São Caetano promove atividades de protagonismo LGBT+


Prefeitura de Paris sai em defesa de drag que carregará a tocha


Onda de calor? Vem ver as fotos refrescantes de Terry Hastings


Escritora lança livro como mãe de homem trans com relatos de outras mães


Bahia quer proibir contratação de condenados por homofobia