A prisão foi considerada a maior do país contra a comunidade LGBTQIAPN+
Máxima Digital Publicado em 30/08/2023, às 13h30
Na última segunda-feira, 28, a polícia nigeriana prendeu mais de 200 pessoas que estavam em um casamento gay. A detenção dessas pessoas foi considerada a maior dos últimos anos contra a comunidade LGBTQIAPN+.
Um porta-voz da polícia no estado do Delta do Sul afirmou aos repórteres que 67 pessoas serão processadas por “supostamente conduzirem e comparecerem a uma cerimônia de casamento entre pessoas do mesmo sexo”.
As relações entre pessoas do mesmo sexo são consideradas crime na Nigéria e o código penal do país aprova uma pena de até 14 anos de detenção para pessoas condenadas por celebrarem uma união civil LGBTQIANP+.
Na última terça-feira, 29, um policial descreveu o evento como "maligno" e afirmou que “não podemos copiar o mundo ocidental. Somos a Nigéria e devemos seguir a cultura deste país”.
A Amnistia Internacional Nigéria condenou a situação e a denominou como “uma caça às bruxas” e recorreu à polícia estadual do Delta para libertar as pessoas detidas que foram “presas e apresentadas aos meios de comunicação social”.
“Numa sociedade onde a corrupção é galopante, a lei que proíbe as relações entre pessoas do mesmo sexo é cada vez mais utilizada para assédio, extorsão e chantagem de pessoas por agentes da lei e outros membros do público. Isto é inaceitável”, escreveu o grupo de direitos humanos na web.
Em comunicado, a polícia afirmou que uma gravação do local apontou as supostas substâncias proibidas: “O local do evento ilícito foi revistado e no local foram recuperados os seguintes itens: um frasco de codeína, três copos de cannabis canadense refinada, cinco sachês de SK, um sachê de tramadol, quatro comprimidos da droga molly, um triturador, e vestidos cerimoniais de casamento gay”.
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