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"Desde os 6 anos frequentei todos os médicos possíveis para tratar meu corpo fora do padrão", conheça a nova colunista de autoestima e amor-próprio da Máxima, Aline Zattar

A influenciadora digital tem uma trajetória inspiradora e, após tantos anos condenando seu próprio corpo, hoje ela o ama. É sobre isso que ela conversará conosco todas as terças-feiras

Aline Zattar Publicado em 08/12/2020, às 12h00

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Aline Zattar é a mais nova colunista da Máxima Digital - Acervo pessoal
Aline Zattar é a mais nova colunista da Máxima Digital - Acervo pessoal

Superação! Talvez se eu fosse procurar uma palavra para definir a minha jornada até o presente momento seria essa. Minha caminhada de vida por muito tempo foi repleta de preconceito, bullying, médicos, remédios tarja preta, anfetaminas, dietas insanas, entre outros, com um único objetivo: tentar me encaixar em um padrão dificilmente alcançável pra mim.

Hoje estou aqui, escrevendo pra vocês, Maravilines (assim chamo gentilmente minhas seguidoras e se me permitem chamarei vocês também, Maravilhosas!). É uma conquista gigante frente à caminhada que tracei pra minha vida. E pra dar esse start nas nossas conversas semanais, acredito que devam conhecer um pouquinho da minha história e como virei a chave do meu empoderamento.

Até os 27 anos eu lutei muito contra mim mesma - hoje estou com 35 -, contra meu corpo e acordava todos os dias pensando em fórmulas mirabolantes sobre: o que farei agora para tentar emagrecer? Ao invés de: como conquistar o mundo? Seria bem mais interessante né? Mas isso não acontecia.

Desde os seis anos de idade eu frequentei todos os médicos possíveis para tentar tratar meu corpo fora do padrão e desde então os médicos já me receitavam vários tipos de medicamentos. Sempre fui muito ativa, fazia natação, dança, basquete, handebol, tudo junto e misturado, sempre amei fazer esporte! Mesmo assim vivi no efeito sanfona, até que aos 14 anos tive uma alteração brusca na tiroide (hipotireoidismo) e engordei aceleradamente, estava com 125kg. A pressão de todo lado sempre foi grande.

“Como que não emagrece? Com essa cara linda, uma pena ser gorda! Tem que haver um jeito!” Então nesse ano (com 14 anos) fiquei internada sozinha em uma clínica por três meses, emagreci 30kg e quando voltei fiz supletivo da 8a série para não perder o ano. Já que mesmo por saúde o colégio não quis fazer EAD.

Até a primeira gravidez eu não engordei esses kg e acabei emagrecendo mais 12kg. Enfim, eu estava mais próxima do aceitável, fiz uma cirurgia reparadora, pois tive muita sobra de pele na barriga. Talvez agora a felicidade estivesse mais próxima, né? Só que por ter passado a vida toda vivendo o que os outros queriam que eu fosse, eu tinha me tornado altamente preconceituosa comigo mesma, além de carregar muitos traumas na bagagem.

Em meio a uma saúde mental complicada, cheia de altos e baixos, conheci meu ex marido e tive dois filhos. Mal tirei fotos grávida, afinal eu era gorda e fiquei mais ainda, para que fotografar “isso”?! Hoje vejo quanta vida eu perdi, não só durante as gestações, mas com as crianças pequenas, além da adolescência, que também não foi nada tranquila! Eu sobrevivia, não era prioridade na minha vida.

Então, tive pessoas abençoadas no meu caminho que insistiram muito para que eu procurasse uma agência de modelos, achei que eu ia passar vergonha, iriam rir de mim e pedi um sinal para Deus se eu deveria enfrentar isso: nem um minuto depois passou na rádio: “DF models procura modelos plus size para integrar seu casting”, me emociono toda vez que conto, pois foi quando decidi ir atrás dessa possibilidade.

Fui à agência e logo fiz meus primeiros catálogos e me apaixonei! Então, procurei algo a mais, me inscrevi no Miss Brasil Plus Size. Venci o Miss em março de 2013 e foi quando minha vida começou a tomar outro rumo. Aquela Aline que não acreditava em si, nem que podia conquistar NADA com o corpo que tinha estava ali dando um passo no caminho da desconstrução de tudo que tinham feito ela acreditar. Era uma vida condicionada a realizar qualquer coisa somente “quando emagrecer eu vou/serei/conquistarei”.

A chave começou a virar. Não é rápido, não foi fácil, nem é, mas é possível posso te dar a certeza disso! Gastamos tanto tempo, energia nos odiando, maltratando, que se gastarmos essa energia dando amor, nos respeitando, e entendendo o quanto merecemos ser felizes, caminhamos em direção a construção de uma nova realidade pra nossas vidas.

Aprendi nesse caminho que o principal é lidarmos melhor com a imagem que temos de nós mesmas para que possamos desconstruir o que fizeram com que acreditássemos por muito tempo. Não é uma jornada fácil, mas é muito recompensadora. O caminho é mais leve quando aprendemos que as únicas pessoas que precisamos agradar somos a nós mesmas.

Eu venho conquistando tantas vitórias sendo exatamente como eu sou... Virei a referência que eu queria ter tido da minha adolescência. Sou muito grata em hoje poder estar aqui contando um pouco da minha história além de estar todos os dias tocando positivamente na vida de tantas pessoas.

Lembro sempre que uma grande amiga me disse: “O ódio destrói e o amor constrói.” E constrói sim, constrói principalmente uma nova realidade. O amor próprio Salva! Eu salvei a minha vida e espero poder cooperar para que você salve ou engrandeça a sua.

Nos vemos semana que vem.
Beijos no coração.


Além de influenciadora digital, modelo, vencedora do miss plus size 2013, Aline Zattar é mãe, linda, inspiradora e é uma mulher que aprendeu a se amar, depois de tantos anos ouvindo que o seu corpo estava fora do padrão.

Autoestima e amor-próprio são essenciais para uma vida saudável (mental e fisicamente falando). Por isso, e por tantos outros motivos que vocês descobrirão ao longo do tempo, Aline Zattar é a nova colunista da Máxima Digital.

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