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Gatilhos de gordofobia na infância e adolescência

Nesta semana, Aline Zattar falou sobre um tema que acomete não só adultos: a pressão estética e cobrança por um corpo padrão

ALINE ZATTAR Publicado em 10/08/2021, às 12h00

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Gatilhos de gordofobia na infância e adolescência - Divulgação
Gatilhos de gordofobia na infância e adolescência - Divulgação

Por anos, a sociedade nos impõe a padrões de beleza de forma violenta e opressiva. O culto ao perfil dos corpos magros e jovens propagam de forma global a venda de cosméticos e procedimentos estéticos, para alcançarmos a tão sonhada forma perfeita.

Atualmente, este risco social vem sendo reforçado pelo uso excessivo dos filtros nas redes sociais. Com isso, chegam com elas a pressão estética — cobrança social para que as pessoas se adéquem a um padrão — e a gordofobia — opressão estrutural baseada na aversão ao corpo gordo, tratando a gordura como adoecimento e desleixo.

Colocar a magreza como saúde e perfeição afetam grande número de pessoas, independentemente da identidade de gênero, de raça e etnia, classe social e et cetera. E muitas vezes acreditamos que tais gatilhos de opressão só atingem às pessoas na fase adulta, mas estamos completamente enganados e muito longe da realidade.

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A pressão estética e a gordofobia também atuam fortemente na infância e na adolescência, fases de estruturação mental. Muitas vezes são iniciadas no ambiente familiar, em forma de brincadeira pelos irmãos ou primos, ou numa cobrança inocente por saúde, por parte dos pais.

As setas psicológicas, com fins destrutivos, são enviadas e em muitos casos causam grandes danos na autoestima e amor-próprio do indivíduo, criando adultos vulneráveis, que entrarão numa busca desenfreada pela estética inalcançável e insatisfação constante com a sua própria imagem.

Os apelidos pejorativos, muitas vezes disfarçados por trás de codinomes carinhosos, podem startar gatilhos emocionais e gerar futuros transtornos psicológicos e sociais, podendo colocar vidas em risco, por meio de “dietas mágicas” e transtornos alimentares.

É de grande importância o acolhimento a essas crianças ou adolescentes, por parte dos pais, e que haja uma rede de apoio no qual esse jovem esteja inserido, para que eles se sintam valorizados e amados.

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Sabemos que os cuidados por qualidade de vida, saúde e bem-estar devem estar no topo da preocupação dos pais em relação aos seus filhos. Entretanto, o que garante o sucesso ou insucesso do processo será a abordagem com que o assunto fará parte do cotidiano desta família.

Precisamos fortalecer o exercício do autocuidado junto às crianças e adolescentes, compartilhando boas ações e falas de incentivo, mas jamais inferir apelidos e impor mudanças aos seus corpos.

Seja exemplo e parceiros dos seus filhos. Sempre que possível, pratique exercícios físicos junto com eles, busquem uma alimentação saudável sem imposições. Elogie e afirme o quanto eles são maravilhosos.

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Além de influenciadora digital, modelo, vencedora do miss plus size 2013, Aline Zattar é mãe, linda, inspiradora e é uma mulher que aprendeu a se amar, depois de tantos anos ouvindo que o seu corpo estava fora do padrão

Autoestima e amor-próprio são essenciais para uma vida saudável (mental e fisicamente falando). Por isso, e por tantos outros motivos que vocês descobrirão ao longo do tempo, Aline Zattar é colunista da Máxima Digital.

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