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Comportamento / Empoderada!

Angélica Ramos fala sobre importância do empoderamento da mulher preta: "Meu papel é dar a elas essa voz"

A ex-participante do 'No Limite' comentou sobre o quanto essa discussão é necessária na sociedade

Gabriele Salyna Publicado em 15/06/2021, às 15h41

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Angélica Ramos fala sobre importância do empoderamento da mulher preta - Márcio Farias
Angélica Ramos fala sobre importância do empoderamento da mulher preta - Márcio Farias

Embora tenha tido uma participação precoce em No Limite, Angélica Ramos trouxe uma grande bagagem e, sem dúvidas, inspirou muitas mulheres que a acompanharam no desafio.

Aos 39 anos, a paulista, que já tinha conquistado os corações dos brasileiros em sua presença no Big Brother Brasil 15, trouxe ainda mais carinho e mantém seu trabalho ativo na internet. 

Angélica compartilha momentos reais com seus seguidores nas plataformas online, como as dores e delícias de conciliar a carreira em ascensão, sua própria individualidade e a criação da linda família que divide com seu esposo Laurent Mougeot.

Racismo, sexismo, autoestima, falta de oportunidades, diferenças de classe, sexualização da mulher negra, esteriótipos e a busca por um lugar ao sol sendo uma mulher preta também estão entre os temas relativamente polêmicos abordados nas redes sociais de Angélica, confessou ter aceitado sua participação no novo reality para tentar de buscar uma maior representatividade para o movimento.

Angélica Ramos fala sobre empoderamento
Crédito: Márcio Farias

“Quando eu fui para o ‘No Limite’ eu fui mesmo com a intenção de me reapresentar, de repente me tornar uma referência, me tornando uma mulher com voz mais potente que inspira as pessoas as quais eu represento, como mulheres pretas, mulheres que tenham filhos de relacionamentos diferentes, mulheres que tem um histórico de vida em que foram pai e mãe ao mesmo tempo.", disse. 

Ela continuou: "Sou feliz por viver numa época especial, em que podemos aproveitar o potencial da internet para se comunicar, passando a minha mensagem para um grande números de pessoas, de diferentes lugares, de uma vez só. E isso é incrível, porque acho que precisamos falar um pouco mais sobre assuntos que por muito tempo foram colocados embaixo do tapete.".

"Isso é muito importante, apesar de ser desconfortável e arriscado falar sobre. Mas a ‘branquitude’, e não falo isso de maneira ofensiva, se sustenta quando evitamos o conflito racial e nos calamos em relação a atitudes racistas”, acrescentou.

Ainda de acordo com Angélica, as questões raciais hoje são discutidas de forma mais intensa, trazendo uma maior conscientização dos jovens sobre a luta antirracista. O que, para ela, nem sempre foi assim.

Angélica falou sobre o processo de empoderamento feminino. “Eu não esqueci quem eu sou, da onde eu vim, o que eu conquistei, o tanto que eu batalhei para ter um pouquinho de voz hoje. Fui criada por uma mulher muito poderosa e isso me empoderou também. E isso fez com que mesmo numa infância/adolescência com pouca representatividade, que mantivesse sempre comigo essa questão feminina muito forte, essa resiliência, essa autoestima, nossa, lá no céu.", disse. 

Angélica Ramos fala sobre força da mulher
Crédito: Márcio Farias

"Eu falo que sou bonita todos os dias e acho muito importante esse abastecimento pessoal do quão maravilhosa, o quão inteligente, cheirosa eu sou. A mulher preta é linda e esse amor-próprio, respeito e empoderamento devem ser exaltados”, pontuou.

Nos bastidores do ensaio para o fotógrafo Márcio Farias, ela falou sobre a representatividade da mulher preta.

"Falar sobre essas questões é como uma missão para mim, porque preciso usar a visibilidade que tenho hoje para inspirar e motivar outras mulheres pretas, que precisam de voz. Carrego elas comigo, e meu papel é dar a elas essa voz. E sinto que de alguma maneira estou conseguindo atingir meu objetivo. Recebo mensagens que falam sobre as minhas colocações, sobre essa minha ‘marca registrada’, que é a minha careca. Eu tenho cabelo, sou careca por opção. Mas vi que através dessa opção dou força a luta de muitas mulheres em diferentes situações como cortes químicos, transição capilar, doença, descalpelamento... Então me sinto na posição de representar esse povo que me acolhe, me respeita e faz essa troca de carinho, respeito, doloridade, sonoridade e empatia comigo”, concluiu. 

Angélica Ramos
Crédito: Márcio Farias