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Dor de amor

Estamos falando do incômodo na região íntima (ou em outras áreas do corpo) durante a transa. Se acontece com você, descubra a causa e como tratá-la

Texto: Patrícia Affonso Publicado em 28/09/2016, às 16h00 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Dor de amor - Shutterstock
Dor de amor - Shutterstock
Sexo é sinônimo de prazer, certo? Só que nem para todo mundo soa dessa forma. Algumas mulheres experimentam sensação de desconforto e dor durante a penetração, problema que costuma gerar desinteresse e perda de libido, além de prejudicar a intimidade do casal. “O incômodo alerta para algo que não está funcionando direito. Principalmente em relações sexuais, em que o objetivo é sentir satisfação, a presença do sintoma deve ser sempre analisada”, diz Lilian Fiorelli, ginecologista e especialista em sexualidade humana da Alira Medicina Clínica e Cirúrgica (SP). Conheça as causas mais comuns relacionadas às queixas e como revertê-las em noites excitantes!

DOR DE CABEÇA
Sim, ela pode acontecer durante a transa e durar horas! E algumas vezes ser até incapacitante. Denominada cefaleia copulogênica ou orgástica, não tem a causa totalmente conhecida pela ciência. Uma das hipóteses é o aumento da pressão sanguínea durante o ato sexual e a dilatação de vasos na cabeça. “A queixa é mais comum em pessoas que normalmente sofrem de enxaqueca”, pondera o ginecologista Gustavo Gustavo Ventura (SP).

SOLUÇÃO: A cefaleia orgástica tem que ser combatida em várias frentes. Em alguns casos são recomendados remédios para enxaqueca, pois os analgésicos convencionais costumam não resolver. “O ideal é ter hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física e uma dieta equilibrada, que diminuem o stress e reduzem as crises e os sintomas”, conclui o médico.


ENDOMETRIOSE
Na presença dessa doença, as células do endométrio — que revestem a parede interna do útero — crescem em outras áreas do corpo, principalmente na região pélvica (útero, ovário, reto, intestino e bexiga). “Ocorre, então, um processo inflamatório crônico dolorido. A dor pode ser agravada quando o pênis alcança as partes mais profundas da vagina”, garante a ginecologista e obstetra Juliana Spirandeli Amato (SP).

SOLUÇÃO: A intervenção cirúrgica é a mais indicada. “No entanto, é um problema de caráter evolutivo, que pode aumentar mesmo após o procedimento. Por isso, é necessário cortar a menstruação com o uso de anticoncepcional contínuo ou DIU hormonal”, explica Juliana.

VAGINISMO 
Trata-se de uma síndrome psicofisiológica, que é caracterizada pela contração involuntária e persistente dos músculos do períneo próximos à vagina. Isso torna a penetração muito dolorosa e, por vezes, até a impossibilita. “As mulheres mais propensas a apresentar esse mal são as que tiveram experiências sexuais traumáticas, abuso na infância, vítimas de violência sexual ou mulheres que receberam uma educação para o sexo muito rígida e proibitiva”, diz Juliana.

SOLUÇÃO: Busque a origem que desencadeia essa disfunção. Para isso, indica-se terapia com supervisão de um psiquiatra e sexólogo habilitado.

CANDIDÍASE 
A maioria das mulheres já amargou os desconfortos dessa infecção — pesquisas apontam que 75% delas terão pelo menos um episódio na vida. “Os sinais clássicos da doença são a presença de um corrimento branco com grumos, com aspecto similar ao de leite talhado, acompanhado de dor e ardência na vagina”, detalha Juliana. A candidíase é provocada pelo crescimento excessivo de um tipo de fungo denominado Candida, que em quantidades normais não acarreta nenhum sintoma. Como o interior da vagina fica mais sensível, o sexo torna-se incômodo. Vale destacar: embora não seja considerada uma DST (doença sexualmente transmissível), a candidíase pode ser transmitida por meio do contato sexual para as genitálias e a boca. 

SOLUÇÃO: Não dá para fugir da consulta médica. Assim que observar os sinais, procure um especialista, que irá indicar medicamentos para combater a proliferação nociva do fungo. Podem ser drogas orais ou de uso tópico, como pomadas, ou uma combinação de ambas.

FALTA DE LUBRIFICAÇÃO 
A lubrificação é um processo que ocorre naturalmente no organismo feminino — ou ao menos deveria... É assim: quando a mulher fica excitada, há o aumento da concentração de sangue na vagina, que estimula a secreção de muco através das glândulas do colo cervical e da mucosa vaginal. Essa umidade, então, facilita a penetração. “A ausência aumenta muito o atrito durante o ato, causando dor e irritação no local”, afirma Gustavo. São muitas as possibilidades que podem levar à situação: infecções genitais, distúrbios hormonais, menopausa e o uso de medicações (drogas, como antidepressivos, anticonvulsivantes e bloqueadores hormonais, tendem a gerar esse efeito colateral). Problemas emocionais e estímulos insuficientes antes da penetração — as famosas e importantes preliminares — também explicam a falta de lubrificação. 

SOLUÇÃO: Fale com o seu médico sobre a questão. “Se ela for decorrente de um desajuste hormonal ou a entrada na menopausa, é possível fazer a reposição dos hormônios sexuais. Se tiver fundo psicológico, é preciso muita conversa e, talvez, a indicação de terapia”, esclarece Gustavo. Mas enquanto avalia a raiz do problema, lance mão de uma solução imediata: o uso de lubrificantes artificiais à base de água. O produto facilita a entrada do pênis (ou dos brinquedinhos eróticos) e não compromete a eficácia da camisinha.