Ele é o grande protagonista dos versos imperfeitos, porque é assim que ele tem que ser
Máxima Digital Publicado em 07/05/2021, às 18h27
Hugo Porto é um escritor que fala sobre amor.
O amor é o protagonista dos versos (im)perfeitos, porque, como ele mesmo diz em um dos trechos de seu livro, é assim que tem que ser.
Amor, e eu com isso? traz um pensamento lógico e positivo sobre diversas formas de amar.
De tantas ideias imperfeitas, o sentimento torna tudo perfeito e é isso que o autor mostra em sua nova obra.
O leitor se conecta com a produção como um sujeito. Assim, os textos se escrevem como a vida os leva: com coletividade, diversidade e várias formas e cores.
Para a obra, o autor reuniu alguns de seus poemas publicados em seu perfil no Instagram durante o período de pandemia, outros inéditos e mensagens que sugerem ao leitor exercícios de racionalização e autoconhecimento.
Por falar em cor, a interpretação pessoal de cada leitor começa desde a escolha da capa do livro: ela está disponível em três cores diferentes, para que cada um selecione aquela que mais toque seu coração.
"Mais de uma capa, vários prefácios. Eu não fiz um livro para mim. Embora, com certeza, o tenha feito através de mim. Eu não seria bobo de perder a oportunidade de crescer. Crescer me lendo através de outros olhos. Crescer lendo outras visões, provenientes destes outros olhos. Crescer consciente de que minha escrita morre em mim. Nisto, cada leitor construirá a sua visão. Daí, assim, nada mais justo do que permitir que cada um escolha a capa que mais lhe agrade", declarou o autor.
O autor reforçou a pluralidade nos sete prefácios, de personalidades distintas, mas com algo em comum. No livro, eles são homenageados e representados com suas identidades e por meio de páginas em branco, que fazem parte da narrativa da obra.
Outro fato importante: Hugo sugere a utilização de gêneros neutros nas palavras. Como escritor, ele traz essa discussão sobre o assunto e provoca esse questionamento nos leitores.
"Pensar no gênero masculino como coletivo, em detrimento e diminuição do feminino, ou do que exista por entre este espectro de subjetividade, que vai de um polo ao outro, é manter sustentada a opressão que diminui o que não seja masculino. O que proponho é que pensemos na ressignificação das referências coletivas como sendo masculinas", explicou o autor.
Hugo completou: "Nós não estamos preparados, ainda, mesmo eu, pra isso. O que poderia ser um desserviço à obra. Tanto porque eu poderia errar, e acabar deixando o texto uma bagunça, como porque poderia haver ruído na comunicação (a leitura do leitor). Livro não é só o que o autor escreve, aliás, a escrita é virtual. A leitura, sim, é concreta. Eu penso no leitor, respeitando-o, mas sem deixar de direcionar as provocações que acredito.”.
Escolha de palavras, construção da narrativa, seleção dos poemas, projeto gráfico e imagético. A obra toda foi pensada e projetada para ter um significado. Páginas em branco ou em preto, todos os símbolos estão conectados à linguagem da internet, afinal ela é o meio em que se desenvolveram as experiências sociais e literais do autor e foi onde surgiu a ideia do livro.
E assim, a história segue com um livro, o amor, três capas, o autor e os sujeitos. As particulares interpretações, porque o amor é assim: único, singular e (im)perfeito.
LEIA UM TRECHO EXCLUSIVO SEPARADO PARA O AUTOR PARA A MÁXIMA:
b. Poema sem título porque não é perfeito
8 de agosto de 2019 às 09h:
Perfeito,
Não precisa ser sem defeito.
Perfeito,
Só precisa ser feito.
Perfeito,
Quando bem feito:
Aquilo que, ao nosso jeito,
Encontra seu efeito.
Desse jeito!
@hugo_porto, 2019
FICHA TÉCNICA:
Título: Amor, e eu com isso?
Autor: Hugo Porto
Páginas: 352
Acabamento: Capa dura
Projeto Gráfico: Hugo Porto com Laurellie Pacussich
Ilustrações: Hugo Porto com Jean Carlos Silveira e Laurellie Pacussich
Capa: Hugo Porto com Jean Carlos Silveira
ISBN: 978-65-00-13208-3
Disponível no Instagram do autor: @hugo_porto
