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Comportamento / Papo importante

Isis Lyon faz desabafo sobre a importância do empoderamento negro: "Nossa luta foi muito dolorida"

A influenciadora digital, filantropa e musa da Unidos de Vila Maria também falou sobre as pessoas negras apoiarem umas às outras

Máxima Digital Publicado em 14/07/2021, às 13h00

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Isis Lyon faz desabafo sobre a importância do empoderamento negro - Waldir Evora
Isis Lyon faz desabafo sobre a importância do empoderamento negro - Waldir Evora

O empoderamento negro ganha vez mais destaque na mídia, trazendo representatividade dando passos importantes no combate ao preconceito. Mas, segundo a influencer Isis Lyon, a união entre os negros não é tão forte assim – pelo menos não no Brasil.

A influenciadora digital, filantropa e musa da Unidos de Vila Maria apontou: “A militância contra a violência e os maus tratos ao negro é fundamental, ms, na prática, não é o que acontece”.

Ela falou sobre as lutas e dores das pessoas negras: “Quando começa a melhorar de vida, o negro acaba se distanciando dos demais que não conseguiram o mesmo que ele, em vez de ajudar os outros negros a crescer. Assim como o branco tem capacidade, o negro também tem e a nossa luta foi muito mais dolorida. Ainda tem cicatriz, ainda tem marca, a gente tem calo, entende?”.

Isis contou que já viu de perto a mudança de comportamento e confessou que reprova o tipo de segregação que eles promovem. “É importante para que eles se misturem com os brancos para se tornarem brancos, tão brancos quanto os brancos. É impressionante, né? Você olha para um negro com dinheiro e ele dificilmente está com outros negros. Ele tem vergonha de sua cultura, de sua família. Infelizmente, quando o negro consegue chegar no topo, ele se esquece dos irmãos. Mas a sociedade sempre arranja um jeito de lembrá-lo que ele é negro por meio de uma situação de preconceito”, explicou.

A influenciadora digital contou que já foi vítima de racismo vindo de outros negros. Para ela, a pior parte é saber que a pessoa que cometeu o ato conhece a dor de ser vítima de preconceito, e, mesmo assim, insiste em praticá-lo.

“O que mais dói é quando o negro é racista com você. Por exemplo, negro desconfia de você no mercado, achando que você vai roubar alguma coisa. Ele te vê como um fenótipo de meliante, te enxerga como lixo. Ele não vai seguir o loirinho de olho azul que talvez esteja roubando e colocando na mochila para trocar por droga. Vai seguir você, que trabalhou o dia inteiro e está cansado, indo ao mercado comprar um miojo para comer em casa”, descreveu.

Isis contou mais casos: “O manobrista não te dá seu carro porque é bom e negro não tem carro bom. Para entrar no condomínio, o porteiro confirma mil vezes o seu documento, pede para abaixar sua máscara para confirmar que é você porque o seu tom de pele é escuro. Impossível você ser tão bem de vida sendo negro e honesto, né? Já sofri de diversas formas, até vindo de vendedores de loja."

Ela finalizou com um desabafo dolorido: "Dói que todos eram escravizados, somos todos iguais. E pode ser claro, mulato, negro retinto. Isso dói muito”