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Comportamento / Dia Internacional Da Não Violência Contra a Mulher

“As mulheres ainda têm medo de fazer denúncias e sofrer represálias”, comenta advogada sobre o 'Dia Internacional Da Não Violência Contra a Mulher'

Clara Phileto incentiva mulheres a criarem coragem para denunciar seus agressores

Máxima Digital Publicado em 25/11/2020, às 15h16

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Clara Phileto fala sobre o 'Dia Internacional Da Não Violência Contra a Mulher' - Freepik
Clara Phileto fala sobre o 'Dia Internacional Da Não Violência Contra a Mulher' - Freepik

“As mulheres ainda têm medo de fazer denúncias e sofrer represálias”, comentou a advogada e influenciadora Clara Phileto

Quarta-feira, 25 de novembro, é uma data importante para a liberdade das mulheres. Este número no calendário é marcado por ser o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher

Os dados coletados pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram a importância de manter um momento dedicado para essa causa. De acordo com as informações, 70% das mulheres do mundo já sofreram ou sofrem algum tipo de violência em algum momento da vida. Os números coletados abordam casos em condições diversas, como sociais, religiões, etnias, culturas e nacionalidades. 

As informações confirmam o que Clara acredita: é preciso avançar, e muito, no combate à violência contra a mulher. 

Com isso, surgiu a data que possibilita reflexões sobre situações de violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial, enfrentadas por uma parcela significativa das mulheres ao redor do mundo, fazendo com que o dia 25 de novembro se tornasse o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher.

Clara incentiva que as personalidades vítimas desse tipo de comportamento criem coragem para denunciar seus agressores. 

“Hoje, a mulher está amparada pela lei, especialmente a brasileira, mas o grande dilema é o medo que as mulheres têm de denunciar e, por consequência, sofrer represálias”, explicou. “Esse é um dos fenômenos que acabam impedindo que os crimes sejam devidamente punidos”, disse advogada e influenciadora baiana. 

O Brasil é um país que possui algumas leis específicas de proteção à mulher em diferentes casos de violência. Uma das mais conhecidas e populares é a Lei Maria da Penha, criada em 2006, para coibir e punir atos de violência doméstica contra a mulher. Essa lei é considerada uma das três mais avançadas mundialmente. Porém, ainda estamos longe de um mundo ideal. Ao redor do planeta, apenas 125 países possuem esse tipo de lei em suas constituições. 

Em 2015, mais um passo para o Brasil. Foi aprovada a Lei do Feminicídio, nome que explica o assassinato de uma mulher, motivado pelo ódio que o criminoso sente em relação ao gênero da vítima, mas mesmo com esse avanço, o país ocupa o quinto lugar no ranking mundial de Feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

Para completar o embasamento, uma série de estatísticas e estudos apontam que as mulheres negras são as principais vítimas de violência desse tipo. De acordo com o Atlas da Violência de 2020, em 2018, 4.519 mulheres foram assassinadas e 68% delas eram negras. Entre 2008 e 2018, os homicídios de mulheres negras aumentaram 12,4%.

Violência contra a mulher no trabalho 

Clara Phileto destacou que os crimes de violência contra a mulher são dos tipos mais diversos e acontecem em qualquer lugar. Uma dos mais comuns, porém pouco denunciados e comentados, é a violência no ambiente de trabalho. Assédio moral e sexual, abuso verbal, pressão psicológica e humilhação diante da equipe são algumas das situações que costumam acontecer nas empresas.

“Quando experimentada no ambiente corporativo, a violência nesses casos deixa marcas profundas, trazendo às trabalhadoras uma situação humilhante, constrangedora e de grande instabilidade emocional. Muitas não conseguem denunciar porque ficam com medo de perder o emprego, principalmente quando esse assédio é cometido por um superior”, declarou Clara.

O que fazer quando rolar uma situação de violência durante o expediente? Para orientar as mulheres de como agir nessas situações, a profissional listou as primeiras atitudes a serem tomadas: “A vítima deverá procurar o setor de recursos humanos ou departamento pessoal da empresa para proceder com a denúncia”, aconselha. “Também poderá contar com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e com o Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, se houver”, disse. 

Em casos mais graves, a mulher também pode levar a denúncia ao sindicato profissional de sua categoria. “Se não obtiver êxito, poderá recorrer ao Ministério do Trabalho e Emprego e ao Ministério Público do Trabalho. É possível ainda encaminhar o caso ao âmbito legal, ajuizando uma reclamação trabalhista”, ensinou a advogada.

Clara ressaltou que não há momento ideal para realizar a denúncia. Esse quesito é variável de acordo com casa sado, mas é fundamental que a vítima tenha consciência de que ela não está sozinha e que pode pedir ajuda quando se sentir verdadeiramente agredida, independente do contexto.

“É importante destacar que o Central de Atendimento à Mulher também funciona! O serviço é gratuito, ativo 24 horas por dia, 7 dias por semana e presta um suporte às mulheres em situação de violência em qualquer lugar do Brasil”, disse Clara.

Clara Phileto fala sobre o 'Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher'
Divulgação