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O Outro Lado do Paraíso: Clara decide denunciar Gael

Patrícia Affonso Publicado em 09/11/2017, às 14h15 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Para fazer a denúncia, Clara pede a ajuda do amigo amigo Renato (Rafael Cardoso)  - Globo/Raquel Cunha
Para fazer a denúncia, Clara pede a ajuda do amigo amigo Renato (Rafael Cardoso) - Globo/Raquel Cunha

Parece óbvia a urgência de uma vítima de violência doméstica entrar com a denúncia. No entanto, nem sempre as coisas se desenrolam facilmente. E assim, os abusos vão se repetindo, crescendo e enfraquecendo ainda mais mulher. Segundo especialistas no tema, os maiores obstáculos para quebrar o silêncio são:

Medo: as estatísticas sugerem que a maioria dos casos de feminicídio ocorre quando as mulheres estão tentando se separar do companheiro agressor. Receosas, muitas mantêm a relação abusiva.

Vínculos com o autor dos maus tratos: especialmente em casos de violência familiar e intrafamiliar, há outras questões envolvidas. A vítima pode depender emocional, familiar e financeiramente dos seus agressores e teme as consequências do rompimento desse vínculo.

Sentimento de merecimento: com a autoestima destruída pelo abuso de poder e de força do parceiro, as mulheres passam a acreditar que merecem a situação que estão vivenciando. E, dentro dessa lógica, acreditam que não haveria motivo para denunciar.

Não reconhecimento da violência: muitas formas de agressão não são legitimadas pela própria vítima, a sociedade e as autoridades. É o caso do ciúme e controle excessivo, da agressão verbal, da humilhação e das ameaças, por exemplo. Grande parte das mulheres, também, não consegue encaixar o parceiro (ou pessoa com a qual mantém um vínculo, como ex ou amante) na mesma gama do que agressores e estupradores. Para ela, esses homens, desconhecidos, são verdadeiros monstros. O homem que as agride, não. Elas tentam justificar os atos de alguma outra forma. 

Revertendo o quadro

Atente-se aos sinais que podem denotar uma relação violenta. Um dos primeiros indícios é o isolamento social. Parceiros autores de violência tendem a confinar a vítima no ambiente doméstico, afastando-a de todos com quem nutria contato.

Se você conhece alguém que possa estar sendo agredida, ofereça apoio. É importante ter o cuidado de não julgar ou minimizar a situação exposta. Sem forçar a barra e dando o tempo necessário para que a vítima decida agir, oriente-a a denunciar e buscar os serviços de apoio psicológico. Tomar a frente da situação e registrar a queixa no lugar da colega não é a melhor opção, no entanto, se faz necessário em casos nos quais a mulher corre risco.

Conheça os canais para denunciar. O primeiro passo é ligar no 180, a Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas. Outra opção é o aplicativo Clique 180, gratuito para Android e IOS, além dos centros de Atendimento para Mulheres Vítimas de Violência e as Delegacias da Mulher – o site do Instituto Maria da Penha (mariadapenha.org.br) lista os endereços de todo o país. Delegacias convencionais também devem registrar esse tipo de ocorrência, mas podem não oferecer um tratamento especializado. Os mesmos passos valem para os casos em que você é a vítima, é claro. Independentemente da situação, saiba que a culpa nunca é da vítima. Não se sinta envergonhada e peça ajuda! Você não está sozinha!