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Os segredos de felicidade da atriz Maria Casadevall são olhar para si mesma e focar no presente

Para a bela Maria Casadevall, olhar para dentro de si mesma e viver o hoje são as melhores maneiras de fazer da vida uma experiência proveitosa — e surpreendente! E, se considerarmos o quanto ela está realizada, parece que a tática funciona...

por Patrícia Affonso Publicado em 05/12/2017, às 12h21 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Maria Casadevall - Yuri Sardenberg e Ana Monteiro
Maria Casadevall - Yuri Sardenberg e Ana Monteiro

Dançar, cantarolar, escrever sobre devaneios, dar vida a personagens que saíam da própria imaginação... Tudo isso fazia parte da rotina da paulista Maria Carolina Casadevall Gonzaga, 30 anos, ainda na infância. “Dentre as principais memórias dos meus tempos de criança estão a vitrola do meu pai, que tinha um lugar especial dentro de casa, onde eu passava tardes inteiras inventando coreografi as sozinha. Também tenho a lembrança de criar, junto com as minhas amigas do prédio, uma pequena companhia de teatro que levava o nome do edifício: garotas Papion”, conta. O que parecia uma brincadeira foi ganhando cada vez mais espaço no coração da morena até tomá-lo por inteiro. Hoje, ela não se vê sem a dramaturgia. “Não existe outra coisa que eu poderia fazer”, diz. Seu primeiro trabalho nas telinhas foi na série Lara com Z (2011), da rede Globo. Mas foi na pele da moderninha Patrícia, da trama Amor à Vida (2013), da mesma emissora, que o público se encantou por Maria. De lá para cá, ela emendou os sucessos Lili, a Ex (2014), I Love Paraisópolis (2015), Vade Retro (2017) e seu trabalho mais recente, Os Dias Eram Assim, campeã de audiência entre as séries exibidas pela Globo às 23 horas. “Mesmo tendo entrado em campo aos 45 minutos do segundo tempo, esse trabalho foi muito intenso, maravilhoso de desenvolver”, revela. Em nosso bate-papo a estrela falou um pouco sobre sua trajetória, paixões e seu forte desejo de liberdade — de padrões, crenças e até mesmo de expectativas sobre o futuro. Confira!

Você sempre sonhou em ser artista?
Foi menos uma questão de sonho e escolha e mais uma percepção, uma aceitação da minha própria natureza. Primeiro, comecei a me expressar pela da escrita — foi a maneira que encontrei de transformar a realidade ao meu redor. Depois, já cursando a faculdade de jornalismo, percebi que o teatro poderia ser o lugar onde eu conseguiria juntar duas formas de expressão que eram muito importantes para mim: a palavra e o corpo. Quando me dei conta, vi que nunca faria outra coisa!

Como foi lidar com a fama repentina após a novela Amor à Vida?
Quando eu fiz o teste para o papel eu não tinha a menor ideia de sucesso; aliás, nunca pensei que teria essa repercussão toda. Minha preocupação era desenvolver a personagem e interpretá- la da melhor forma possível. A fama foi uma consequência!

Qual é o lado negativo se ser uma pessoa famosa?
Minha rotina é pouco alterada pela repercussão do meu trabalho, nunca abri mão de fazer algo por causa disso. O que talvez eu posso citar como negativo seja a alteração da minha posição de observadora: sou curiosa, gosto muito de analisar as pessoas e os lugares. Às vezes, percebo que sou mais observada que observadora e isso me incomoda um pouquinho.

Existe algum perfil de personagem que gostaria de interpretar em projetos futuros?
É engraçado, porque eu sempre desejo fazer o papel que estou desenvolvendo naquele momento. É ele quem toma toda a minha atenção e disponibilidade. Não existe um perfil que eu tenha vontade de interpretar, não. Gosto da surpresa!

Como foi atuar em Os Dias Eram Assim, seu mais recente trabalho?
Foi uma produção longa e fizemos um trabalho de pesquisa muito intenso. O processo de imersão no Chile, na ilha de Chiloé, foi de extrema importância para o desenvolvimento da Rimena, para que eu pudesse encontrar as pulsações mais profundas sobre a origem dela, traçar a forma como ela se coloca no mundo. Fui aprendendo muito também enquanto atuava. Foi muito especial!

Alguns veículos noticiaram que você está cotada para participar da próxima série produzida pela Globo, Ilha de Ferro. Já pode nos contar?
Por enquanto o que posso antecipar sobre os próximos trabalhos é que estarei no longa Mulheres Alteradas, com previsão de estreia para o primeiro semestre de 2018. A minha personagem é a Leandra, uma eterna adolescente enfrentando a tal crise dos 30. O roteiro relata quatro histórias paralelas e tem inspiração nos quadrinhos.

Falando nisso, como foi para você completar 30 anos (em julho)?
Me sinto melhor aos 30 que aos 20 e poucos anos. Envelhecer é visto de uma forma negativa porque vivemos num mundo de valores invertidos. O cultivo do lado espiritual e da sabedoria está apagado em relação ao culto ao corpo, à beleza... Na minha opinião, existem outras manifestações da beleza além da expressão física. É tão bonito perceber as transformações pelas quais passam nossas ideias e acompanhar as mudanças que o tempo opera em nosso corpo! Cuido do meu de uma maneira positiva, sem obsessão, para que as mudanças ocorram da melhor maneira possível e possam refletir principalmente no estado de espírito, no meu interior.

Então, como você cuida do seu corpo hoje?
Meu corpo é a morada da minha alma e meu instrumento de trabalho, por isso trato dele com carinho. Procuro comer coisas que me fazem bem — e isso vem da minha percepção, não de regras. O exercício, na verdade o movimento, é essencial para mim. Gosto bastante de dançar, caminhar... Quando saio por aí para andar é mais que uma atividade física, é um tempo de reflexão. Agora estou num momento de reencontro com a ioga, que tem sido muito importante, pois está ajudando a equilibrar o meu corpo, mente e espírito.

O que mais curte fazer quando tem dias livres?
Gosto de me aproximar de mim mesma. Por causa da minha profissão fico muito distante de mim, pensando sob a ótica da personagem. Então, aproveito as folgas para me dar a devida atenção: vestir o que amo, comer o que gosto, me cercar de pessoas queridas, estar com meus gatos e cachorros... Enfim, ser eu!

Você viaja bastante e já morou fora do Brasil. Qual é, afinal, o seu lugar favorito no mundo?
Dentro de mim mesma, porque a partir dali tenho acesso a qualquer lugar que eu queira. Se estiver tudo bem comigo lá no fundo, posso ir para qualquer parte que, certamente, terei uma experiência interessante.

Tem alguma religião?
Acho que o que mais me encanta nesse tema são as mitologias, as histórias que habitam o inconsciente coletivo e guiam as pessoas. Eu não elegi nenhuma religião, mas tenho muita fé e interesse pelos mistérios do planeta.

Você também canta, já fez aulas de canto... Será que ainda vamos ver algum trabalho seu nesse ramo?
Na minha opinião, a música é uma das formas mais puras de expressão. No entanto, não sei como isso vai se desenrolar para mim. Vamos ver!

Sonhos a realizar?
Sonhar tem muito a ver com criar expectativas e acredito que quanto menos tiver, melhor. Assim, a vida vira uma grande surpresa e o presente emerge com mais potência. Não penso no que desejo realizar lá na frente, procuro fazer o melhor possível no presente.

Porque essa máxima de evitar planos e sonhos?
Prefiro estar presente nas coisas que eu estou fazendo no momento vigente. Acredito que são esses desejos futuros que nos fazem olhar sempre adiante e não focar no agora. São as nossas expectativas que geram as piores frustrações.