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Abaixo a obesidade infantil

Preparar os alimentos em casa e sentar-se à mesa com as crianças ajuda a controlar o peso delas e, de quebra, previne doenças

Texto: Carmen Cagnoni Publicado em 22/04/2016, às 17h06 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Abaixo a obesidade infantil - Shutterstock
Abaixo a obesidade infantil - Shutterstock
O melhor jeito de educar o seu filho é apostar no bom exemplo — e, quando o assunto é alimentação, a regra segue a mesma. Se logo nos primeiros anos de vida as crianças forem acostumadas a consumir produtos industrializados, como embutidos e biscoitos recheados, provavelmente são esses alimentos cheios de conservantes que elas comerão na fase adulta. 

A questão é que os maus hábitos à mesa podem favorecer não só a obesidade mas o desenvolvimento de doenças — hipertensão e diabetes são algumas delas. “Se o excesso de peso não for combatido até os 2 anos, mesmo que a criança tenha um crescimento saudável, as chances de ela se tornar obesa chegam a 20%”, diz Daniel Gentil, especialista em gestão de saúde (SP). 

Para não correr o risco de comprometer a saúde dos pequenos, os pais devem se conscientizar de que a educação nutricional é responsabilidade deles e precisa ser levada a sério. No entanto, pelo que os dados têm revelado, eles não estão fazendo a lição de casa direito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), uma em cada três crianças entre 5 e 9 anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E até 2025 poderemos ter 75 milhões de crianças obesas ou com sobrepeso. Portanto, a hora de agir é agora!

De tudo um pouco 

Além de praticar atividades físicas, a solução para que as crianças vivam sem quilos extras é simples. De acordo com estudos publicados na revista da Associação Americana de Medicina, fazer refeições em família ajuda a comer melhor e, consequentemente, garante adultos magros e saudáveis. “Isso é fundamental para o desenvolvimento físico e mental”, afirma a nutricionista Roseli Rossi, da Equilíbrio Nutricional (SP). Quando começam a comer papinha, os bebês já devem ser apresentados a verduras, legumes e frutas. Conforme vai crescendo, a oferta de alimentos precisa aumentar. Outra vantagem de apostar na dieta caseira é poder controlar a quantidade de sal e açúcar que chega à mesa. A nutricionista Giorgia Varzoni (SP) recomenda, como ideal, a dieta abaixo. As porções devem estar divididas em seis refeições diárias.

Grupo 1
Cereais, pães, tubérculos e raízes: três porções (6 a 11 meses de idade), cinco porções (a partir de 1 ano). 

Grupo 2
Verduras e legumes: três porções (a partir de 6 meses). Frutas: três porções (6 a 11 meses), quatro porções (1 a 3 anos), três porções (a partir dos 4 anos). 

Grupo 3
Leites, queijos e iogurtes: leite materno (0 a 1 ano), três porções (a partir de 1 ano). Carnes e ovos: duas porções (a partir dos 6 meses). Feijões: 1 porção (a partir dos 6 meses). 

Grupo 4
Óleos e gorduras: duas porções (6 meses a 3 anos), uma porção (a partir dos 4 anos). Açúcar e doces: uma porção (a partir de 1 ano). 

Vale lembrar que, mais do que prevenir a obesidade, comer bem diminui o risco de ter colesterol elevado, problemas nas articulações, diabetes, acidente vascular cerebral, infarto, apneia do sono e déficit de atenção e até depressão, já que os gordinhos costumam sofrer bullying na escola.

CONSTRUINDO NOVOS HÁBITOS

É preciso conduzir a rotina alimentar das crianças para que elas conquistem uma dieta saudável. Como? "Envolva o pequeno na escolha e no preparo dos alimentos e na montagem do prato. Faça-o aprender sobre o valor da comida", ensina a nutricionista Elisabete Almeida, que coordena o programa Meu Pratinho Saudável*. Nele, 35 nutricionistas desenvolvem atividades com as crianças com o objetivo de combater o excesso de peso na população infantil. Veja o que os pequenos devem ingerir diariamente:


10 passos para reduzir o peso

1. Apresente pelo menos cinco tipos de vegetais por dia. Às vezes, as crianças não comem legumes, frutas e verduras por falta de persistência dos pais. Estudos mostram que é preciso provar dez vezes um alimento para habituar-se a ele. 

2. Leve o seu filho às compras e convide-o a participar do preparo da refeição. 

3. Monte uma pequena horta (pode ser uma jardineira com ervas) e peça que o pequeno ajude a cuidar dela. 

4. “Crie um horário para as principais refeições”, recomenda Flavia Morais, coordenadora de nutrição da rede Mundo Verde. “Alimentar-se em horários determinados tende a reduzir a quantidade de alimentos ingeridos e os belisquetes”, afirma. 

5. Procure não comprar ou deixar a criança tomar bebidas açucaradas. 

6. Estipule, diariamente, uma hora de atividades físicas, como andar de bicicleta e jogar bola, deixando a criança longe dos eletrônicos. 

7. Evite as visitas a fast-foods. 

8. Ofereça alimentos integrais, que são ricos em fibras. 

9. Substitua os doces da sobremesa por frutas. 

10. Deixe broncas e conversas fora da mesa — a comida deixa de ser associada ao prazer.