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Depressão! Entenda como a doença pode afetar as mulheres em diversas fases da vida

O Dr. Rafael Rodrigues Matias, especialista em Psiquiatria, ressaltou alguns cuidados que toda mulher deve ter no pós-parto e na menopausa

Marina Pastorelli Publicado em 24/07/2019, às 10h12 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Cuidados com a mulher: depressão pode acompanhar a mulher em várias fases da vida - GETTY IMAGES
Cuidados com a mulher: depressão pode acompanhar a mulher em várias fases da vida - GETTY IMAGES

A depressão não é brincadeira, não!

Recentemente, vimos a notícia de que aos 37 anos, a atriz transsexual que participou da trama ‘Salve Jorge’, exibida pela Rede Globo entre 2012 e 2013, morreu após enfrentar um quadro sério de depressão.

No Brasil, 5,8% da população tem a doença e o país é o campeão da América Latina em casos! E para piorar ainda mais esse índice, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as mulheres lideram a lista de pacientes nesse ranking, chegando a um número que é 150% maior do que entre os homens. 

Sabendo disso, o Dr. Rafael Rodrigues Matias, especialista em Psiquiatria, ressaltou alguns motivos e também cuidados que toda mulher deve ter em diversas fases da vida -- mas, principalmente, no pós-parto e na menopausa. 

O médico ressaltou que o ciclo reprodutivo pode influenciar bastante em muita coisa! "Sabemos que as mulheres são suscetíveis a desenvolver mais episódios depressivos que os homens de forma geral e as fases do ciclo reprodutivo da mulher estão altamente associadas a tais episódios", afirmou ele.

MOTIVOS

O que explica os números tão altos? Hormônio, genética...? O Dr Rafael explica! "Sem sombra de dúvidas, as variações hormonais que acontecem nesses períodos são a chave para que possamos entender esses números. Entretanto, não são somente as variações hormonais, mas uma integração entre pré-disposição genética e fatores ambientais que acompanham a mulher em cada uma dessas fases do ciclo reprodutivo".

FASES QUE MERECEM CUIDADOS

"Episódios depressivos podem acompanhar o sexo feminino em vários momentos ao longo da vida. Os ciclos menstruais, por exemplo, podem desencadear, em algumas mulheres, o transtorno disfórico pré-menstrual, um transtorno depressivo cíclico. O período da gestação e parto também estão associados a quadros depressivos, além do período relacionado ao fim da idade reprodutiva da mulher – a menopausa".

DEPRESSÃO PÓS-PARTO: FATORES DE RISCO, CUIDADO E PREVENÇÃO

"A depressão pós-parto pode afetar mulheres em qualquer idade.  Existem inúmeros fatores de risco associados ao quadro. Temos os fatores associados ao bebê (prematuridade, intercorrências durante o parto), associados à mãe (alterações hormonais, manifestações psiquiátricas prévias, baixa autoestima) e fatores ambientais (problemas conjugais, suporte social inadequado, gravidez não planejada)", expõe o Dr, formado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (2012) e em psiquiatria pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Muita gente não sabe, mas há prevenção, sim, para a depressão pós-parto e ela começa durante a gestação! "É importante lembrar também que esse período é seguido por muitas mudanças na vida da mulher, ocasionando estresse psicológico. Para prevenção é importante que o acolhimento se inicie já durante a gestação, entendendo as necessidades da mãe, além de cuidar para que a mulher tenha um suporte social adequado. Além disso a detecção precoce do quadro é fundamental para iniciar o tratamento o mais cedo possível".

COMO TRATAR?

Nenhum caso é igual a outro! Todos devem ser avaliados separadamente e o tratamento fica por conta do profissional! "Tanto o uso de psicofármacos quanto as medidas psicossociais são importantes aliados no tratamento dos quadros depressivos da mulher e devem ser avaliados caso a caso. No que tange a depressão pós-parto, existem cuidados muito específicos que devem ser tomados por conta dos riscos na relação mãe-bebê", esclarece mais uma vez o Dr. Rafael, que também tem formação em Terapia Cognitivo Comportamental. 

E para quem tinha dúvidas, agora não terá mais: o apoio da família, junto aos cuidados médicos, é extremamente importante! "É de fundamental importância o apoio psicológico e social dessas mulheres, com a presença da família. No caso de depressão associada a menopausa, esta deve ser avaliada em conjunto com o ginecologista para escolha do tratamento mais eficaz, que pode ser realizado com medicações psiquiátricas e/ou reposição hormonal, de acordo com as necessidades de cada mulher (considerando riscos e benefícios de cada tratamento)".