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Descubra a quais alimentos o seu organismo tem intolerância

Alimentos aparentemente inofensivos e até saudáveis podem sabotar o seu emagrecimento. Entenda como eles despertam reações negativas no organismo e provocam o acúmulo de gordura

Texto: Diane Neubüser Publicado em 02/12/2016, às 11h39 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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PERIGO: Comidas reativas - Shutterstock
PERIGO: Comidas reativas - Shutterstock
O americano Lyn-Genet Recitas, expert em nutrição, faz uma abordagem curiosa em seu livro The Plan (O Plano, em tradução livre). Já na capa ele anuncia: “Elimine os alimentos saudáveis que estão engordando você — e perca peso rápido”. É chocante, mas tem uma explicação simples. Algumas comidas saudáveis, quando entram em contato com certos agentes do organismo, podem se tornar tóxicas e desenvolver processos inflamatórios. Várias causas estão por trás dessa reação: “Sensibilidade a algum nutriente (problema que normalmente se desenvolve com o avançar da idade, após os 35 anos); exagero no consumo de um mesmo item; alergia alimentar desconhecida; consumo excessivo de álcool; uso de medicamentos que comprometem a permeabilidade intestinal (laxantes, anti-inflamatórios, antibióticos, corticoides); deficiência de nutrientes...”, exemplifica a nutricionista Rachel Faria (RJ). A questão é que toda vez que um alimento provoca essa reação negativa o organismo libera anticorpos que, por sua vez, desenvolvem uma inflamação para tentar combater o problema. E esse é o ponto de partida para a formação da gordura localizada.

RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO 

O objetivo do ciclo de defesa é evitar a digestão do alimento detectado pelo corpo como ruim. A inflamação impede que o metabolismo aconteça e, assim, as calorias do alimento são estocadas como gordura inútil. Além de aumentar a adiposidade, as constantes inflamações alteram a saúde e trazem danos, por exemplo, ao intestino. O órgão pode ficar “permeável”, deixando partículas de comida e toxinas vazarem para a corrente sanguínea. Quando o sistema de defesa encontra essas partículas, gera inflamações ainda maiores. Mais: contra esses corpos estranhos no sangue o sistema imune libera uma porção excessiva de insulina, que desregula o nível de açúcar e provoca o acúmulo de lipídeo especificamente na região abdominal. O jornal médico americano Obesity revelou que pessoas que sofrem com esse “vazamento” de partículas de comida retêm 56% mais gordura na barriga. Por fim, nosso organismo desvia energia do cérebro, do coração, do fígado e dos pulmões para combater as inflamações e infecções no sangue, o que resulta em cansaço, depressão, fadiga, dor de cabeça... Tudo, quem diria, por conta de um único item errado na dieta. 

ALIMENTOS NA BERLINDA 

Mas, afinal, quais comidas são inflamatórias ou reativas? Aí é que está a questão. Não existe um manual indicando os itens proibidos, já que a reação é individual, depende do organismo de cada pessoa. O que o médico Lyn-Genet reuniu em sua pesquisa foram alimentos que constantemente figuram na lista de reativos, de acordo com os pacientes dele. Aspargos, camarão, aveia, couve- flor, peru e iogurte grego são alguns. Já no jornal médico americano Current Opinion in Pediatrics, leite de vaca, soja, amendoim, ovo, castanhas, trigo, peixes e frutos do mar também são apontados como responsáveis por 90% das intolerâncias alimentares. Não quer dizer que você, necessariamente, também seja sensível a eles, mas para descartar essa hipótese o melhor é consultar um nutricionista, nutrólogo ou endocrinologista. Esses profissionais podem identificar o vilão do seu cardápio com um simples exame de anamnese — análise dos seus hábitos alimentares e da sua saúde. “Depois, eles sugerem a exclusão de alguns itens por cerca de duas semanas para testar a reação do organismo”, explica Rachel. Até que, com um pouco de paciência, é possível eliminar o alimento reativo da alimentação.

PLANO DE AÇÃO

Siga o roteiro e, com disciplina, descubra quais alimentos engordam você

FASE 1

Desintoxicação 

• Durante três dias foque na limpeza do fígado. Corte das refeições carne vermelha, lactose, glúten e mais os alimentos que levantaram desconfiança (em você e no médico) sobre as suas reações (refluxo, desarranjo intestinal, inchaço etc.). De acordo com o americano Lyn-Genet, em 72 horas já é possível baixar 2 kg na balança, apenas interrompendo processos inflamatórios. 

• Não se assuste com os sintomas da fase detox. É que a abstinência de alguns itens que você costumava consumir diariamente pode trazer dor de cabeça, náusea e fadiga. O mal-estar vai embora automaticamente ao fim do período e não há necessidade se medicar. 

• Dê uma força à desintoxicação. Beba um copo de água com suco de meio limão após o café da manhã e, ao longo do dia, tome uma xícara (chá) de dentede- leão. Aliás, a ingestão de muito líquido é essencial (lembre-se daqueles dois litros de água diários).

FASE 2

Descoberta 

Inclua outros alimentos na dieta. Como o seu organismo está funcionando melhor, volte a inserir os itens suspeitos no menu — um a um, dia sim e dia não. 

• Mantenha um diário. Para anotar as reações que o seu organismo sentir, como inchaço, indisposição, constipação, enjoo, acne, insônia, bolsas sob os olhos, dor de cabeça... Elas são sinais de alerta. 

• Monitore o seu peso. Suba na balança de manhã e à noite. Um alimento altamente reativo pode aumentar até 2 kg no fim do dia, devido à inflamação. O sinal será a confirmação de que a intolerância alimentar realmente existe e ajudará a identificar o item alergênico. 

• Exclua a comida reativa do cardápio. Mas os alimentos que vão sendo “aprovados” podem ser incorporados à dieta de todo dia e você vai montando a base da sua nutrição saudável. 

• Adote uma alimentação equilibrada e exercícios físicos. Assim, não haverá mais resistência para o seu corpo eliminar aquela gordurinha insistente.