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Doenças de verão: previna conjuntivite, dengue, zika, micose e outros males

A estação mais quente do ano pede muita diversão ao ar livre, na praia, no campo, no clube... Mas o tempo pode fechar se alguma doença chata aparecer. Saiba quais são os males mais comuns nessa época e a melhor forma de se proteger

Texto: Patrícia Afonso Publicado em 07/02/2017, às 08h57 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Doenças de verão - Shutterstock
Doenças de verão - Shutterstock
Infecções gastrointestinais

Dor abdominal, febre, náuseas, vômitos e diarreia são sinais de um problema de origem viral ou bacteriana que, no geral, ocorre pela ingestão de água contaminada (vinda principalmente de torneiras ou bicas) ou de alimentos preparados sem as condições de higiene ou de conservação ideais. 

■ PROTEJA-SE: água e alimentos crus só devem ser consumidos em locais confiáveis. Na dúvida, opte por versões industrializadas e, antes de comprar, certifique-se de que estão bem vedadas — até a água de garrafinha pode ser duvidosa caso o lacre esteja rompido. Ah, e não esqueça de lavar bem as mãos antes das refeições.

Conjuntivite

É a inflamação da conjuntiva, a membrana fi na e transparente que reveste o globo ocular e o interior das pálpebras. Pode ser causada por reações alérgicas a fatores como poluição e o cloro da piscina ou ainda por contaminação viral ou bacteriana (nestes casos, é contagiosa). “O calor e a umidade facilitam a disseminação do vírus”, alerta Rodrigo Ribeiro de Magalhães, oftalmologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). 

■ PROTEJA-SE: a conjuntivite pode ser transmitida pelo contágio direto, que ocorre quando o indivíduo toca a secreção de uma pessoa acometida por essa inflamação — em um abraço, por exemplo —, ou indiretamente, usando objetos infectados (maquiagem e toalhas) ou coçando os olhos depois de ter segurado algo contaminado. Portanto, a dica é lavar bem as mãos antes de levá-las aos olhos, evitar o compartilhamento de acessórios e não mergulhar em água de procedência duvidosa. 

Otite 

Tudo começa com uma sensação de ouvido entupido e a diminuição da audição. Aos poucos, surge dor, coceira e até uma secreção amarela ou marrom. Os culpados? Bactérias e fungos que ficam na água de piscinas, do mar e até dos chuveirões coletivos que ao entrarem no canal auditivo geram inflamação. Para piorar a situação, o intenso contato do ouvido com a água, comum nessa época, pode comprometer a integridade da camada de cera que recobre o local. 

■ PROTEJA-SE: as hastes flexíveis não devem ser usadas para limpar internamente o ouvido. O órgão expulsa, naturalmente, a cera excedente. Realize a limpeza apenas na parte externa da orelha. Depois do banho ou dos mergulhos, seque a entrada da orelha com uma toalha macia enrolada no dedo. Se for uma praticante assídua de esportes aquáticos, por exemplo, vale a pena investir num protetor auricular. Outra dica: com a cabeça de lado, pingue de quatro a cinco gotas de álcool comum dentro do ouvido e conte até dez. Vire a cabeça para o lado oposto para que o álcool seja removido. A solução faz a água do ouvido evaporar, prevenindo o surgimento da otite.

Bicho-geográfico 

A lesão inicial pode ser confundida com uma picada de inseto, mas logo o que era um pontinho se espalha e vai formando uma espécie de caminho na pele, como se fosse um mapa — daí o nome popular da doença larva migrans. “O que causa a infecção são as larvas de um parasita presentes no intestino de cães e gatos contaminados. Quando eles defecam na areia, ela se torna um veículo da doença”, diz Carla. 

■ PROTEJA-SE: para caminhar com segurança na praia o melhor é calçar chinelos. Se for se deitar ou sentar, use uma esteira ou toalha. 

Desidratação 

No verão, o corpo transpira mais e perde muita água. Se não houver uma correta reposição, o funcionamento das células começa a falhar. Os sintomas iniciais, como secura na boca, tontura e dor de cabeça, podem evoluir para perda de consciência, convulsões, coma e até a morte. 

■ PROTEJA-SE: “Beba pelo menos 1,5 litro de água, diariamente”, orienta a cardiologista Débora Giron (SP). Outra boa ideia é reservar a exposição ao sol para os horários de clima mais ameno: até as 10h (11h no horário de verão), ou após as 16h (17h no horário de verão). 

Leptospirose 

O aumento das chuvas e os consequentes alagamentos facilitam o contato com águas contaminadas pela urina de ratos. Basta pisar numa poça infectada e pronto! A doença pode ser assintomática, mas quando se manifesta causa febre alta e repentina, mal-estar, dor muscular (especialmente nas panturrilhas), olhos irritados, cansaço, calafrios e manchas vermelhas pelo corpo. 

■ PROTEJA-SE: embale bem o lixo para evitar que os roedores se aproximem da sua casa. Lave as frutas e os legumes antes do consumo e só beba água filtrada ou de procedência conhecida. Tem mais: não esqueça as caixas d’água destampadas e use luvas e botas em locais que podem estar contaminados, como garagens e depósitos.

Micose 

Principais sintomas do mal: descamação, a presença de manchas avermelhadas ou brancas na pele e coceira, muita coceira! A micose é causada por fungos, daí a sua prevalência ser mais alta no verão. “A exposição a ambientes molhados, somado ao calor, faz esses micro-organismos nocivos se desenvolverem”, diz a dermatologista Carla Bortoloto (SP). 

■ PROTEJA-SE: seque-se sempre muito bem, principalmente nas dobrinhas do corpo, como virilha, axilas e entre os dedos dos pés. Se precisar, recorra ao secador de cabelo nessas áreas após o banho. Evite permanecer com roupas molhadas — desde o biquíni até a blusa suada pela caminhada no calçadão. Sapatos fechados devem ser colocados em local arejado e com sol após o uso.

Dengue, zika e chikungunya

Essas doenças são causadas pelo mesmo agente transmissor: os mosquitos do gênero Aedes, em especial o Aedes aegypti. “No verão, o inseto encontra seu período ideal de proliferação, já que ocorrem muitas chuvas e ele procria em locais com água parada”, diz o infectologista Francisco Eduardo Cardoso Alves (SP). O que provocam: dor abdominal, vômitos, queda de pressão súbita, sonolência, irritabilidade, redução no nível de urina, diminuição repentina da temperatura corporal, desconforto respiratório e sangramentos. Para a zika, as suspeitas se dão em pacientes que apresentem manchas vermelhas espalhadas pelo corpo associadas a coceira e a dois ou mais dos seguintes sinais: febre, vermelhidão nos olhos sem secreção, dor ou inchaço articular. 

■ PROTEJA-SE: elimine objetos que podem acumular água parada e servir de criadouro para o mosquito. “Também é preciso usar um produto repelente regularmente nas áreas expostas do corpo. Ao passar filtro solar, o repelente vai por cima. Mulheres grávidas precisam se proteger mais usando roupas compridas”, orienta o médico. Para a dengue, já é possível tomar uma vacina preventiva. “Ela é aplicável em indivíduos de 9 a 45 anos, mas está disponível apenas na rede privada, com custo médio entre R$ 130 a 160”, completa o expert.