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Macetes para quem não consegue parar de comer

Fazer uma reeducação alimentar não é fácil. Exige tempo, paciência e disciplina. Mas, acredite, é possível. Identifique o comportamento que está atravancando o seu projeto verão e dê o primeiro passo rumo ao corpo dos seus sonhos

por Diane Neubüser Publicado em 13/12/2017, às 09h00 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Macetes para quem não consegue parar de comer - Shutterstock
Macetes para quem não consegue parar de comer - Shutterstock

Pelo menos 30% das pessoas que tratam a obesidade lutam contra quadros de fome emocional. O dado do Ministério da Saúde é um reflexo daquelas justificativas que todas nós usamos para escapar da dieta: compensarmo- nos a solidão, o dia puxado, o estresse ou qualquer outro percalço do caminho. Trata-se de uma busca por conforto que a comida supre muito bem, obrigada — ao menos momentaneamente. O problema está nos reflexos que esse relacionamento tóxico com os alimentos proporciona: prejuízos para a saúde e a qualidade de vida e, claro, aumento de peso. O primeiro passo para a libertação é identifi car qual é a “desculpa” que prende você. Veja se alguma(s) das descrições a seguir soa familiar...

Sou uma formiga!

“A sensação de necessidade por doce está relacionada às memórias da infância”, diz Sidney Chioro, neurologista e psiquiatra com enfoque em emagrecimento (SP). “Na maioria dos casos o quadro aparece em mulheres que, quando crianças, ganhavam um doce do pai na volta do trabalho, sentiam o aroma do bolo da mãe invadindo a casa, eram compensadas com guloseimas quando iam bem na escola...”, explica. Agora, o doce resgata esse sentimento.

A CONSEQUÊNCIA

Bem, você já sabe: o açúcar é um veneno para a saúde. Em excesso, desregula a glicemia, provoca diabetes, acelera processos oxidativos, prejudica os dentes etc. Isso tudo além de engordar. “Muitas ‘formiguinhas’ cortam calorias da refeição principal e se convencem de que comendo só um grelhado com salada compensarão porções generosas de sobremesa. Só que os doces, muitas vezes, têm três vezes mais calorias do que um prato saudável — e ainda não promovem saciedade e são viciantes”, avisa a nutróloga Liliane Oppermann, especialista em emagrecimento e obesidade (SP). Aí, não tem dieta que dê conta.

A SOLUÇÃO

Você pode se deliciar com a sua sobremesa favorita, mas só uma vez por semana! Na vida adulta será preciso entender que essa fonte de prazer não é mais viável em doses diárias. “Aprenda a substituir o doce por frutas aquosas (que devido ao grande volume também promovem saciedade) e naturalmente doces, como a melancia e o melão, ou apele para uma gelatina diet”, indica Liliane. No máximo, consuma um cafezinho com pouco açúcar depois do almoço, ou coma um quadradinho de 5g de chocolate amargo. “Escovar os dentes logo após as refeições também corta a tara pelo açúcar”, completa.

Eu não tenho tempo

Fazer feira, planejar a lista de compras e cozinhar um sortimento de legumes e carnes magras dá trabalho, sim. E, na correria do dia a dia, é fácil trocar essas tarefas por um congelado ou lanches rápidos (e calóricos). “Mas, na verdade, esse comportamento denuncia que a pessoa não se considera merecedora de gastar o tempo com ela mesma, nem que seja para cuidar da alimentação, do corpo e da saúde”, diz Liliane. É aquela velha questão de eleger prioridades: o que está sendo mais importante do que cuidar de você? O trabalho? As tarefas domésticas?

A CONSEQUÊNCIA

Além de perder muito em vitaminas e fi bras alimentares, recorrer a comidas prontas e fast food pesa no bolso. Mais: por serem ricos em gorduras e conservantes, provocam o acúmulo de gordura e desaceleram o metabolismo.

A SOLUÇÃO

Primeiro, reorganize o seu tempo. Tenha em mente os benefícios que a mudança vai surtir para você e todas as pessoas à sua volta. Depois, comece a pesquisar opções práticas e saudáveis. Nada mais rápido do que lavar uma fruta para comer nos lanches, ou fazer um ovo mexido e lavar verduras para substituir um jantar. Quando for ao mercado, procure os legumes já cortados e higienizados, que facilitam o preparo.

Fazer dieta me estressa

"Cuidado para não abafar as suas emoções com comida”, alerta Sidney. “Ao invés de aliviar a pressão comendo, aprenda a respeitar os seus limites e procure a fundo o que está lhe fazendo mal”, indica. Certamente a causa dos seus problemas não é comer bem.

A CONSEQUÊNCIA

Enfiar o pé na jaca é uma solução muito provisória para nos acalmar. Pior: ver os quilinhos subindo na balança só faz aumentar a insatisfação pessoal. Fique esperta!

A SOLUÇÃO

“Eu já vi pacientes dizerem que vão esperar o momento ideal, sem estresse, para iniciar a dieta”, conta Liliane. “Só que esse momento não vai chegar. As contas, os prazos, as frustrações, as decepções e as perdas fazem parte da vida”, completa. Logo, o jeito é aprender a lidar com esse pacote e encontrar outra válvula de escape. Que tal redirecionar a energia para exercícios de explosão, como corrida, muay thai e cross fit? E não é só: uma alimentação rica em vegetais (e, consequentemente, em vitaminas, fi bras e minerais) oferece condições para o nosso organismo controlar o cortisol (hormônio do estresse) e aumentar a serotonina (do bem-estar).

Eu mereço esse agrado

Comer é um dos maiores prazeres da vida. Por isso tão facilmente usamos a comida como forma de compensação. “Esse mecanismo também pode estar relacionado à infância. É como ganhar um pirulito depois da vacina”, explica Liliane.

A CONSEQUÊNCIA

Pior do que a frustração nas dietas que não evoluem é a dependência emocional pela comida. “A pessoa fica condicionada a ver no prato a solução para tudo, o que não deixa de ser um vício”, afirma a especialista.

A SOLUÇÃO

Em vez de biscoitos, chocolate e sorvete, por que não usar alimentos saudáveis como forma de compensação? Aqui, a apresentação dos itens pode ajudar. Monte uma taça de iogurte com frutas bem colorida e apetitosa. Faça uma tábua de queijo branco, amêndoas e frutas secas — mesmo que seja só para você. Não há nada de errado em sentir prazer em comer. Você só precisa ajustar o seu paladar e os seus hábitos para que esse agrado não cause malefícios à sua saúde.