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Famosos / Racismo

Miss Amazonas, Juh Campos conta o quanto episódio de racismo no Rio de Janeiro a empoderou

Morando na capital carioca, atriz e apresentadora revelou ter conhecido o preconceito após sua mudança para a cidade

Máxima Digital Publicado em 15/04/2022, às 12h00

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Miss Amazonas, Juh Campos conta o quanto episódio de racismo no Rio de Janeiro a empoderou - Divulgação
Miss Amazonas, Juh Campos conta o quanto episódio de racismo no Rio de Janeiro a empoderou - Divulgação

Para muita gente, desistir não é uma opção. E para a atriz e apresentadora Juh Campos, de 30 anos, não é diferente. Embora tenha crescido em meio a muitas dificuldades no município de Presidente Figueiredo, no estado do Amazonas, e tenha passado pelo choque de tomar consciência de fato do preconceito racial durante sua mudança para o Rio de Janeiro, ela não deixou a peteca cair e segue brilhando e inspirando o público.

“Existe uma Juh do passado, que acreditou muito e teve que passar por muitas coisas para construir a Juh de hoje. E que continua trabalhando arduamente, para transformar minhas vivências em instrumento de empoderamento da mulher preta. Porque, eu até já conhecia o racismo e o preconceito, mas só tive conhecimento do quanto é importante e necessário levantar mais debates sobre isso, quando cheguei no Rio de Janeiro e senti isso de forma bem mais forte e cruel”, contou a artista.

Atual musa Rio de Prêmios, Miss Amazonas e Vice Miss Bumbum Brasil, Juh contou que hoje entende que muitas das dificuldades que passou na vida tiveram relação com a sua cor, mas só entendeu de verdade isso, após ter sido impedida de entrar num Hotel da Zona Sul do Rio de Janeiro, por ser preta e aparentemente pobre, devido as roupas simples que usava na ocasião. O caso, que chegou a ganhar certa repercussão, de acordo com a artista, a inspirou a estudar e querer entender mais sobre sua bandeira, afim de não só impedir que aconteça com ela novamente, mas também para se tornar porta voz de outras mulheres pretas.

“Eu entendi naquele momento o quanto é preciso avançarmos em representatividade em diversos espaços. Eu cheguei a ver numa pesquisa recente, que temos cerca de 25% de mulheres ocupando cargos de liderança, mas me deixou triste saber que destas, apenas 3% são mulheres pretas. Isso evidencia para a gente, como mostrava a pesquisa, que existe um abismo gigante de direitos que ainda temos que enfrentar. E é uma coisa que já não dá para deixar para depois. Precisamos agir hoje, para que as novas gerações de mulheres pretas do país, tenham seus direitos garantidos e sejam reconhecidas por sua competência, e não apenas por sua beleza e/ou corpo curvilíneo”, explicou Juh.

E continuou: “A medida que fui estudando mais sobre nossa bandeira, fui entendendo também a necessidade real de refletirmos mais sobre o papel de cada uma nesse movimento. Não dava mais para ficar omissa como eu estava. Hoje quero evidenciar os avanços da representatividade da mulher preta, principalmente na arte e na cultura, que é a minha área. Mas não apenas. Porque não é de hoje que já somos verdadeiros exemplos de força e resistência”.

Dona de uma autoestima inabalável, Juh também contou que toda força para não desistir veio de sua família, em especial sua mãe, a quem a artista faz questão de cuidar e retribuir toda o apoio a amor e dedicação.

"Por todas as dificuldades que passamos, desde ainda menina eu já ajudava minha mãe no comércio. E assim vem sendo até hoje, porque sigo tentando ajudar minha família o máximo que posso. Agora, por exemplo, tenho condições de permitir que ela (mãe), não trabalhe e assim tenha mais tempo para ficar em casa e se cuidar. Ela passou por muitos desgastes físicos e emocionais nos últimos anos e isso deixou sequelas que a deixa muito triste e deprimida. O que determinou minha decisão. Faço tudo por ela, sempre”, concluiu Juh, emocionada.