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LGBT / Implantação hormonal

Visibilidade trans: implantes hormonais podem ser aliados de trangêneros no processo de transição

O especialista Aldo Grisi explicou que os implantes hormonais são opções eficazes para a hormonização contínua, especialmente para as pessoas trans

Máxima Digital Publicado em 11/08/2021, às 12h20

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Visibilidade trans: implantes hormonais podem ser aliados de trangêneros no processo de transição - Freepik
Visibilidade trans: implantes hormonais podem ser aliados de trangêneros no processo de transição - Freepik

A terapia hormonal faz parte do processo de transição de boa parte das pessoas trans, uma vez que a conformidade com o gênero também passa pela aceitação de seu próprio corpo. O implante hormonal surge como uma opção eficaz e confortável para que os transgêneros vivam com a maior qualidade de vida possível.

Este tipo de implante funciona com a ajuda de pellets, isto é, palitos que são introduzidos embaixo da pele.

O médico Aldo Grisi explicou como funciona esse procedimento: “Eles vão liberando hormônios em pequenas dosagens. Mas seu diferencial é que o paciente tem uma liberação de medicação gradual, contínua e prolongada”.

Sendo assim, a terapia hormonal é indicada para o público trans, ainda mais do que a ingestão oral ou a injeção.

“A ingestão oral de hormônios aumenta o risco de efeitos colaterais e hepatotoxicidade, isto é, problemas no fígado. Além disso, precisam ser usadas doses maiores para alcançar o objetivo”, disse.

Em homens trans, o hormônio mais utilizado é a testosterona. Já nas mulheres trans é o estrógeno. O procedimento traz muitos benefícios, mas é preciso manter uma rotina de cuidados durante o uso.

“Não podemos esquecer de modular todo sistema endócrino, pois não é apenas aplicar hormônio: precisamos suprimir alguns outros da produção endógena do próprio paciente”, explicou o médico.

Ele destacou algumas características que são observadas: “Existe uma faixa etária mais recomendada. Geralmente é a partir da puberdade, mas isso é relativo. A obesidade também precisa ser levada em consideração. Por ser uma doença crônica, devemos fazer o seu controle em paralelo com a aplicação de hormônio”.

A demanda pelo procedimento, apesar de ainda tímida, é maior por parte das mulheres trans, de acordo com o especialista.

“Porém, infelizmente, uma grande parcela ainda não chega até nós, médicos, e optam em fazer por conta própria. Por isso, acabam em resultados por vezes muito prejudiciais, que colocam a saúde dessa comunidade em risco”, lamentou.

Vale ressaltar que o uso do implante pode causar possíveis efeitos colaterais, assim como qualquer outro tipo de medicamento. Por isso, ele precisa ser feito com acompanhamento médico a longo prazo por uma equipe multidisciplinar.

“Os efeitos colaterais são reais, mas não são próprios do implante hormonal, e sim, de algumas substâncias e doses que podem ser usadas”, declarou. “Desta maneira, fazemos um tratamento personalizado, com dosagens específicas para reduzir o risco de essas reações surgirem. Contudo, caso haja algum efeito, teremos mecanismos para revertê-los”, enfatizou.

O médico orientou que os profissionais deem suporte ao paciente: “Também é importante darmos todo o suporte para o paciente, até mesmo para iniciar o tratamento, já que ele deve passar por uma avaliação psiquiátrica e já comparecer à consulta munido de um relatório que nos oriente”.