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Saúde e Bem Estar / Aleitamento materno

Agosto Dourado: No mês de incentivo à amamentação, saiba se é seguro amamentar com o aumento de casos de Covid-19

Entenda como proceder caso a mamãe seja diagnosticada com o coronavírus e veja os benefícios da amamentação

Letícia Couto Publicado em 03/08/2020, às 10h17

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A amamentação traz benefícios para a mãe e o bebê. - Freepik - Criado por 'Freepik'
A amamentação traz benefícios para a mãe e o bebê. - Freepik - Criado por 'Freepik'

Com o intuito de chamar a atenção para a importância da amamentação, o 'Agosto Dourado' deste ano traz novas perguntas e respostas para as mulheres que deram à luz antes e durante a pandemia.

São inúmeros os benefícios que o leite materno traz para mãe e o filho, entre eles, reforma o sistema imunológico do bebê. No entanto, muitas mulheres ficam em dúvida em relação ao Covid-19. Afinal, na situação atual, é seguro amamentar os bebês?

É importante ressaltar que mulheres sem sintomas de coronavírus devem amamentar seus filhos normalmente, enquanto as sintomáticas ou com o coronavírus podem fazer a ordenha e pedir para outro responsável pelo bebê alimentá-lo com leite materno ou, ainda, recorrer a um banco de leite humano, durante os dias de isolamento da mamãe.

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A Dra. Mariana Rosário, ginecologista, obstetra e mastologista, explica que o leite materno continua sendo o melhor alimento do mundo e fundamental para a saúde e a resistência do bebê a doenças. 

“É o único alimento completo, que não precisa de absolutamente nada para sustentar o bebê de até seis meses de vida – nem de água”, iniciou. “Não existem evidências da presença do coronavírus no leite materno. Então, as mães podem amamentar”, completou.

A médica afirma que as mães não infectadas com o vírus podem continuar alimentando seu bebês, sem restrições. “E devem manter-se em casa, é sempre bom lembrar, porque estão com imunidade mais baixa, assim como seus bebês”, indicou.

Já as mamães infectadas com o coronavírus, com ou sem sintomas, devem isolar-se do bebê, deixando-o aos cuidados de outras pessoas. Elas podem fazer a ordenha, a retirada do leite, para que ele seja servido à criança em mamadeira, pelo responsável que estiver cuidando do bebê. Caso tenham receio de contaminação, podem recorrer a um banco de leite humano, se desejarem, mantendo a alimentação da criança exclusivamente por leite humano.

A importância do aleitamento materno

Durante toda a gestação, é muito importante sobre o preparo, para que as gestantes adquiram a consciência da importância da amamentação exclusiva do bebê, até os seis meses de vida, e complementar, até os dois anos de idade.  

“A cada dia, percebo que as mães, principalmente as de alta renda, têm a tendência de desistir da amamentação com muita facilidade. Realmente, este pode não ser um processo fácil, porque há muitos bebês que demoram a pegar o peito, sendo um ato que demanda paciente e dedicação. Mas, a amamentação é tão importante que eu insisto para que as gestantes tentem o tempo que for necessário para que se crie esse vínculo entre mãe e filho e a amamentação aconteça”, explicou a médica, que faz parte do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, entretanto, apenas 39% dos bebês brasileiros são amamentados com exclusividade até os cinco meses de vida, mesmo diante de todas as informações sobre os benefícios.

Recentemente, uma pesquisa divulgada no periódico The Lancet afirmou que a amamentação está associada a uma redução de 13% na probabilidade de ocorrência do sobrepeso e/ou obesidade e também a uma queda de 35% na incidência do diabetes tipo 2. Além de contribuir com o aumento médio de três pontos no quociente de inteligência (QI). 

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Há vários motivos que impedem as mamães de amamentarem seus bebês. Dor, medo, insegurança e até motivos estéticos podem surgir. A Dra. Mariana Rosário, explica que amamentar realmente é difícil, mas pode se facilitar com preparação.

Segundo a especialista, todas as mulheres produzem leite, desde a gestação. Após à saída da placenta, existe a saída do colostro, que dura de três a cinco dias e é um alimento fundamental para o bebê, porque traz anticorpos imprescindíveis para a proteção de seu organismo.

Após este período, vem o que popularmente é chamado de ‘descida do leite’: "As mamas ficam bem cheias e é possível que exista dor e, em alguns casos, até febre. Não é um momento para estresse, porque apenas com calma e paciência é que a mãe conseguirá amamentar. O estresse, inclusive, pode prejudicar a produção do leite", afirmou.

Ela também conta que é normal que, nos primeiros dias, os bebês não peguem o peito – e as mães se desesperem: "Isso é comum, mas eles estarão no hospital, acompanhados pela equipe médica, e nada de ruim acontecerá. É o melhor momento para que se tente amamentar, acompanhada pela equipe de enfermagem e com todo o apoio"

Mamães de plantão, em casa também não se deve desistir, porque o recém-nascido tem instinto de sobrevivência e precisa se alimentar. É importante tentar alimentá-lo com o leite materno, optando pela fórmula apenas depois de tentar a amamentação, e claro, com orientação do pediatra.

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Lembrando que, é necessário seguir as orientações da equipe de enfermagem e do obstetra, pois dependendo do jeito que o pequeno pega o peito, pode causar rachadura. Mas não se desespere, existem pomadas específicas para tratamento, que devem ser usadas apenas após o nascimento do bebê.

Há diversos utensílios que auxiliam as mães na amamentação, entre elas, os bicos de silicone. É o estímulo do sugar do bebê, entretanto, que fará com que o leite desça e que a produção seja contínua. Por isso, não se deve desistir – mas, também não se pode deixar a criança mamar quando o peito estiver machucado, porque a situação pode piorar. Caso houver qualquer problema, deve-se procurar pela orientação médica.

Outro fator que deixa várias mamães aflitas são os efeitos que a amamentação poderia causar, esteticamente falando, em suas mamas. No entanto, é um mito de que a sucção da criança deixaria as mamas flácidas e caídas. As mulheres que já têm as mamas flácidas realmente terão o problema acentuado. Porém, as que não as têm não sofrerão do problema.

O fim da licença maternidade também é uma preocupação para as mamães, temendo que seja difícil para o filho ficar sem o leite. A especialista explicou que é "melhor ele ser amamentado pelo maior tempo possível, com exclusividade, do que não ter nenhum período disponível desse alimento, tão precioso". 

Antes do nascimento

Durante a gestação, também é possível preparar as mamas para a amamentação. "Uma de minhas dicas é esfoliar, durante o banho, o bico do peito, com uma bucha vegetal comum, para que o bico vá se formando" indicou. 

"Outra dica é tomar sol no peito, sem roupa, pela manhã, diariamente (até às 10h), para que a pele fique mais forte. O mamilo pode ser estimulado com a mão, para que vá se formando. Mas, antes do parto, nunca se deve usar pomadas emolientes", explicou.

A preparação psicológica da mãe durante a gestação também é grande importância. "Trata-se de um ato de amor e muitas mulheres relatam o bem-estar imenso que sentem ao amamentar, porque o vínculo que é criado entre a mãe e o bebê é ímpar, insubstituível. Portanto, se houver o preparo, sem medo, tudo dará certo", contou a Dra. Mariana Rosário.

Lembrando que a amamentação também traz benefícios para as mães. O aleitamento permite que o útero volte ao tamanho normal rapidamente, previne a anemia materna, já que reduz o sangramento. Além de prevenir o risco de câncer de mama e de ovário, e de ajudar na manutenção do peso corporal.

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