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Saúde e Bem Estar / Efeito Sanfona

Efeito Sanfona: Especialista ensina como evitar o fenômeno

Georgia Zattar disse que esse tipo de questão pode causar riscos à saúde, especialmente no contexto do novo coronavírus

Máxima Digital Publicado em 21/06/2021, às 12h01

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Efeito Sanfona: Especialista ensina como evitar o fenômeno - Freepik
Efeito Sanfona: Especialista ensina como evitar o fenômeno - Freepik

O temido Efeito Sanfona é muito mais popular do que parece. Conhecido entre aqueles que desejam emagrecer, ele é o processo contínuo de engordar logo após perder peso.

Aparentemente inofensivo e ligado apenas à mudança estética, esse fenômeno não é nada saudável e, inclusive, gera riscos para a saúde.

Segundo a doutora Georgia Zattar, especialista em performance e longevidade, o efeito ocorre por conta de uma resposta do organismo a uma perda brusca de massa muscular.

"Uma perda rápida ou desequilibrada de peso pode reduzir o metabolismo. Quando se perde peso, rapidamente perde-se também músculo e gordura, mas quando se recupera o peso, a pessoa ganha apenas gordura, basicamente", explicou. "Essa condição faz com que o ganho de peso seja mais fácil do que a perda.", completou.  

A especialista explicou que o efeito sanfona causa diversas transformações hormonais.

"Quando perdemos peso e diminuímos nossa massa adiposa, temos a redução de um hormônio chamado leptina, que promove a saciedade e é diretamente proporcional ao tecido adiposo. A leptina também influi diretamente no funcionamento da tireóide e das gônadas. Por isso, o metabolismo fica mais lento e a fome aumenta na medida que vamos emagrecendo", afirma.

De acordo com uma pesquisa publicada no periódico americano New England Journal of Medicine, foi comprovado que engordar e emagrecer o tempo todo aumenta o risco de problemas cardiovasculares e de morte prematura – especialmente entre pessoas que já apresentam fatores de risco para doenças do coração, como níveis altos de colesterol.

Mesmo sendo um processo complexo, existem meios de evitar o efeito sanfona e garantir estabilização no peso corporal. O exercício físico e alimentação saudável são os melhores remédios para o sucesso a longo prazo.

“É essencial definir um estilo de vida saudável e manter o foco e a persistência. Com aumento da atividade física e adequação alimentar, buscando sempre limitar as calorias e os horários das refeições, já é possível contribuir de 70 a 80% na perda de peso.”, disse a especialista. 

Dra. Georgia orientou sobre um alerta para os transtornos alimentares

Atualmente, os distúrbios psicológicos acabam tendo muito impacto na manutenção do peso. Os transtornos alimentares, em geral, costumam ter como origens frequentes a ansiedade e a depressão. Nesse contexto, a obesidade se mostra super presente.

Segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Unicamp, UFMG e Fiocruz, mais da metade da população adulta do Estado de São Paulo sente ansiedade ou nervosismo frequentemente desde que a pandemia do novo coronavírus começou. A pesquisa revelou que 39% dos entrevistados se sentem deprimidos ou tristes com frequência, enquanto 30% começaram a ter problemas de sono.

“Muitos pacientes obesos apresentam, inicialmente, um quadro depressivo ou ansioso, e evolui para um aumento de peso significativo, podendo chegar à obesidade mórbida. O Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico é um dos exemplos de como o consumo de alimentos em um curto espaço de tempo, geralmente com excesso de carboidratos, aumentam o peso corporal de forma significativa.”, disse. 

Os riscos da obesidade aumentam durante pandemia

Segundo o relatório da Federação Mundial de Obesidade, o risco de morte pelo novo coronavírus é 10 vezes maior em países onde a maioria da população está acima do peso ou com obesidade. Vale lembrar que o Brasil está na 5ª posição no ranking mundial de sedentarismo e lidera o status na América do Sul, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Com o isolamento social, tivemos aumentos significativos nas taxas de sedentarismo, ansiedade e depressão o que também influencia no aumento de sobrepeso”, ressaltou a médica.

Ela acrescentou: “Para cada quilo perdido, geralmente é necessário um mês de estabilização. Ou seja, uma pessoa que emagreceu dez quilos deve manter-se com seu novo peso por, pelo menos, dez meses. A obesidade não é diferente das outras doenças crônicas, nas quais os tratamentos em curto prazo não alteram a biologia que as mantêm”.

Dietas milagrosas podem causar malefícios

A busca por “dietas milagrosas”, quando há uma insatisfação corporal, leva o indivíduo a se submeter a grandes restrições de grupos alimentares e pode dar início a uma grave compulsão.

“Além das dietas restritivas, o uso de medicamentos ditos milagrosos também pode contribuir para efeitos indesejados, como a retomada de um alto ganho de peso após a interrupção do tratamento”, apontou Dra. Georgia. Ela ressaltou que uma boa parcela desses problemas não aconteceria se o paciente tivesse um acompanhamento médico frequente.

“O apoio de um profissional da saúde é fundamental e o tratamento deve ser individualizado. A medicina integrativa, nesse caso, pode ajudar, por oferecer uma abordagem mais integral e abrangente”, indicou.

“Deve-se levar em consideração os seus aspectos físicos, biológicos, sociais, ambientais, históricos, psicológicos, culturais e espirituais (no sentido de crenças), visando um diagnóstico o mais acurado possível”, completou a especialista.