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Saúde e Bem Estar / Aborto espontâneo

Meghan Markle revela que sofreu aborto espontâneo; médico explica as causas e soluções para o problema

A Duquesa de Sussex é uma da enorme parcela de mulheres que já passou por essa situação que ainda é pouco discutida

Máxima Digital Publicado em 15/12/2020, às 11h04

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Médico explica as causas e soluções para o aborto espontâneo - Instagram
Médico explica as causas e soluções para o aborto espontâneo - Instagram

No final de novembro, Meghan Markle compartilhou uma situação íntima e particular durante uma entrevista concedida ao jornal The New York Times. A Duquesa de Sussex revelou que havia sofrido um aborto espontâneo em julho desse ano. 

"Eu sabia, enquanto agarrava meu primeiro filho, que estava perdendo meu segundo", disse Meghan.

O caso da Duquesa está longe de ser apenas um caso isolado. “Cerca de 20% das gestantes sofrem com abortos espontâneos. Ainda assim, o assunto é tratado como um tabu e muitas mulheres não sabem os motivos que levam ao problema, muito menos a quais tratamentos podem recorrer para que a gestação ocorra de maneira saudável e sem complicações”, afirmou o ginecologista e obstetra Dr. Rodrigo da Rosa Filho, especialista em reprodução humana e membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH).

De acordo com o médico, o aborto espontâneo é caracterizado pelo fim da gestação antes da 22ª semana devido a morte do feto. Segundo o especialista, os sintomas mais comuns são dor abdominal forte e o sangramento vaginal. 

Enquanto narrava como tudo havia acontecido, Meghan caracterizou essa dor como uma "cólica aguda". 

Com relação às causas do problema, as características são extremamente variadas. “A maior causa dos abortos espontâneos não tem relação com a saúde da gestante, ocorrendo devido a uma alteração cromossômica do embrião que faz com que este não se desenvolva corretamente, sendo assim rejeitado pelo organismo, o que leva ao aborto”, explicou o especialista.

Alguns casos de abordo podem estar ligados à saúde da mulher, podendo incluir problemas no útero, alterações hormonais, doenças autoimunes e da tireoide e condições como síndrome dos ovários policísticos, clamídia, sífilis e toxoplasmose.

“Alguns hábitos do dia a dia também são prejudiciais à saúde da gestante e do bebê, podendo levar ao aborto. Por exemplo, o consumo de bebidas alcoólicas e ricas em cafeína, o uso de drogas e medicamentos sem prescrição e o tabagismo, assim como a simples exposição à fumaça do cigarro, estão relacionados ao aumento de casos de aborto espontâneo”, alertou o Dr Rodrigo.

O médico pontuou sobre os tipos de corpos das mulheres: “Mulheres obesas ou extremamente magras também estão mais propensas a sofrerem com aborto, visto que, nesses casos, o organismo não está em condições de garantir o bom desenvolvimento do feto.”

Porém, temos boas notícias! Dr. Rodrigo explicou que é possível evitar que o abordo espontâneo se repita. Para isso, o primeiro passo é adotar um estilo de vida saudável, mantendo uma alimentação balanceada, controlando o peso, dormindo bem, praticando exercícios físicos de acordo com a recomendação de seu médico e evitando o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e o uso de drogas.

“Além disso, é fundamental visitar o médico, que poderá realizar uma avaliação de sua saúde e solicitar exames para verificar se não existe uma condição pré-existente que pode levar ao aborto, indicando, a partir disso o tratamento, mais adequado para cada caso”, afirmou o especialista.

“Por exemplo, quando o aborto é causado por alterações hormonais o médico poderá recomendar suplementos que ajudem a equilibrar os níveis dos hormônios no organismo. Já em casos de síndrome do ovário policístico, o tratamento inclui o uso de anticoncepcionais para regular o ciclo menstrual, indutores de menstruação para ajudar no processo de ovulação e hipoglicemiantes para controlar a resistência insulínica, além de medicamentos para reverter o quadro de infertilidade.”, explicou. 

No caso do aborto espontâneo por motivos genéticos, o que pode ser identificado por meio de testes de genotipagem, a melhor alternativa é apostar em uma fertilização in vitro para garantir uma gestação saudável.

“Isso porque a fertilização in vitro permite que os óvulos sejam fecundados em laboratório e os embriões sejam avaliados por meio de exames genéticos. Dessa forma, apenas os embriões saudáveis e que não apresentam alterações cromossômicas são selecionados e implantados novamente no útero, o que reduz significativamente o risco de aborto”, esclareceu Dr Rodrigo.

Vale ressaltar que, ao sofrer um aborto, o mais importante antes de tentar engravidar novamente é consultar um médico, que poderá realizar uma avaliação de seu estado de saúde e solicitar exames para identificar qual a real causa do problema, recomendando assim o tratamento mais adequado para garantir que a próxima gestação ocorra de forma segura e sem complicações.