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Saúde e Bem Estar / Nutrição

Pesquisadora brasileira produz chocolate funcional que regula o intestino

Alimento com lactobacilos vivos é alternativa para quem tem intolerância à lactose, alergia ou qualquer restrição à proteína animal

Raquel Maldonado Publicado em 10/01/2018, às 10h18 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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A novidade une o poder dos antioxidantes do cacau com a força dos probióticos - iStock
A novidade une o poder dos antioxidantes do cacau com a força dos probióticos - iStock

Aproveitar a suposta unanimidade do chocolate e transformá-lo num produto funcional e acessível a pessoas com restrições alimentares. Essa foi a intenção da engenheira de alimentos Marluci Palazzolli da Silva durante seu mestrado pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP. O resultado foi a produção de um chocolate meio amargo com lactobacilos vivos. O alimento une o poder antioxidante do cacau, que protege as células contra o ataque de radicais livres, prevenido doenças, com a força dos probióticos, que melhoram as funções gastrointestinais, reduzem o risco de constipação e de várias doenças, como o câncer de cólon.

E o melhor é que ao contrário da maioria dos alimentos com probióticos, o chocolate pode ser consumido por pessoas com intolerância à lactose ou qualquer tipo de restrição à proteína animal. “Os alimentos com essas características comercializados no mercado brasileiro são de origem láctea (iogurte, leite fermentado, queijo), portanto, quem tem intolerância à lactose, alergia ao leite ou faz dietas que restringem o consumo de proteína animal acabam não podendo consumi-los. O chocolate surge, então, como uma possibilidade de diversificação dos alimentos probióticos oferecidos atualmente no mercado”, destaca Marluci.

Os probióticos contidos no chocolate são Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium animalis, semelhantes aos presentes no nosso organismo. Segundo a pesquisa, a ingestão regular desse tipo de substância é capaz de restaurar a flora intestinal e, assim, melhorar o sistema digestivo e imunológico. “Verificamos que uma porção de 20 a 30 g do chocolate por dia é suficiente para garantir os benefícios”, pontua a pesquisadora. Segundo ela, o alimento é indicado a toda população, em especial a quem sofre frequentemente com constipação intestinal. Apesar de não conter leite na composição, o chocolate tem açúcar, portanto, deve ser evitado por diabéticos.

Para quem está se perguntando se a novidade engorda menos, aqui vai uma má notícia. O chocolate com lactobacilos vivos tem a mesma quantidade de calorias do meio amargo tradicional, ou seja, uma porção de 30g tem cerca de 130 calorias.  “Apesar disso, pequenas porções podem ser consumidas diariamente, associadas a uma dieta balanceada e exercícios físicos”, recomenda a engenheira de alimentos.

O produto passou por uma avaliação depois de pronto para comprovar sua aceitação, no que diz respeito ao sabor. Dentre os 100 voluntários que provaram o chocolate, 75 disseram que o comprariam quando estivesse no mercado. Apesar disso, a novidade ainda não tem prazo para começar a ser comercializada. Para isso, ainda precisam ser feitos estudos mais detalhados, como ensaios clínicos para identificar o benefício que cada probiótico veiculado no produto traz à saúde. Segundo Marluci, só após a conclusão dessas pesquisas é que o chocolate estará disponível nas prateleiras dos supermercados.