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Saúde e Bem Estar / Emocional

Você sabia que as doenças de pele aumentaram devido ao estresse na pandemia? Entenda

A dra. Ana Carolina Rocha explica como o esgotamento físico e emocional podem causar efeitos colaterais na pele

Letícia Couto Publicado em 31/07/2020, às 11h49

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Entre os efeitos colaterais, coceiras são um dos sintomas. - Freepik - Criado por 'Freepik'
Entre os efeitos colaterais, coceiras são um dos sintomas. - Freepik - Criado por 'Freepik'

Você sabia que os estressores psicológicos são gatilhos para deflagração e piora de quadros de doenças de pele? Vão desde queda de cabelo até doenças mais graves conhecidas como psicodermatoses. 

De acordo com o levantamento - recente - da Universidade Estadual do Rio de Janeiro publicada na principal revista científica internacional, a The Lancet, as questões psicológicas durante a pandemia aumentaram 90% e os casos de estresse e ansiedade mais que dobrou.

Após mais de 100 dia de muito incerteza e estresse por conta da pandemia e do distanciamento social,  a pele é o órgão que mais sente os efeitos colaterais.

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A Dra. Ana Carolina Rocha, professora de cosmiatria desde 2005, doutoranda e palestrante internacional no assunto, conta porque isso acontece e como reverter este quadro.

"O estresse vivido por este momento aumenta a inflamação e a liberação de uma série de hormônios (como o cortisol, adrenalina e derivados) que interferem em receptores e neurotransmissores em diversas regiões do corpo. A pele é, não apenas um canal imediato de situações de estresse, como um alvo para algumas respostas ao estresse (os mediadores do estresse atuam nela, promovendo respostas inflamatórias e até imunológicas)", iniciou.

A pele e o sistema nervoso tem a mesma origem embrionária, e permanecem ligados por toda a nossa vida. Como órgão sensorial, a pele é que permite a sensação térmica, a termorregulação, a capacidade sensitiva de tensão mecânica e da dor. 

“Se ficamos envergonhados ou emocionados nossa pele exprime essas emoções através da ruborização e dos arrepios. Enfim, tamanha é a complexidade das funções da pele com terminais nervosos que este tema vem sendo trazendo novas descobertas científicas”, sinaliza a médica.

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É importante alertar que o estresse aumenta a liberação de células inflamatórias, além de reduzir a imunidade, promovendo maior incidência de alergias, acne, dermatites, urticária. “Quando o grau de estresse é elevado ou cronificado, doenças mais sérias (como as autoimunes) podem se apropriar do momento e serem deflagradas, em indivíduos predispostos”, explicou.

Sabemos que a acne aparece por aumento da oleosidade e inflamação dos poros, com infecção, gerando as tão conhecidas espinhas e cravos. No entanto, as demais inflamações provocam outros sintomas a serem observados no contexto individual do paciente.

A dermatite, por exemplo, causa vermelhidão, coceiras e até mesmo bolhas. Outras condições pioradas podem ser a urticária, uma reação alérgica que pode aparecer através de vergões na pele. 

Para tratar e prevenir, a especialista lembra que é importante manter uma rotina de cuidados específicos para cada pele, respeitando a sazonalidade - o inverno requer mais cuidados, e evitar água quente - e a individualidade de cada paciente.

Praticar exercícios físicos, meditações e técnicas respiratórias,  são grandes aliados para minimizar os efeitos do estresse. No entanto, alguns pacientes tentam esses recursos, mas não conseguem sozinhos, ou possui o retorno sucessivo das alergias e outros problemas de pele, o que afeta sua autoestima.

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