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Cachorro também tem medo de ficar sozinho

A Síndrome de Ansiedade da Separação afeta muitos cães, entenda o que ela significa

Gabriella Gouveia Publicado em 02/03/2017, às 14h17 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Cães que vivem exclusivamente dentro de casa, sem passeios ao ar livre ou outras atividades lúdicas podem ser mais propensos ao problema - Shutterstock
Cães que vivem exclusivamente dentro de casa, sem passeios ao ar livre ou outras atividades lúdicas podem ser mais propensos ao problema - Shutterstock

A correria da nossa rotina faz com que tenhamos pouco tempo livre e infelizmente o fiel companheiro é um dos primeiros a sentir isso. É fundamental antes de escolher um pet levar em consideração o tempo que gastará para garantir a felicidade dele.

Algumas raças são mais independentes do que outras, elas tendem a se adaptar melhor a horas de solidão, o que pode ser uma boa escolha para aqueles que não param em casa. Isso não significa que não sintam a ausência do dono, nem mesmo elas estão imunes à Síndrome de Ansiedade da Separação (SAS). “Essa Síndrome é caracterizada pelo conjunto de sinais clínicos exibidos pelos cães quando deixados sozinhos ou afastados da pessoa que eles têm como referência. Dentre esses sinais, podem ser citados: uivos, choro ou latidos em excesso, comportamento destrutivo (como roer, rasgar objetos e roupas, por vezes da pessoa de referência), micção e defecação em locais inapropriados”, explica a Professora Angélica Silva, do Curso de Medicina Veterinária da UNG Universidade.

Os motivos que despertam a SAS no animal são diversos, pode ser por causa da morte de outro animal da casa, mudança de residência, insegurança ao estar só ou até mesmo por apego excessivo ao dono. Filhotes, em geral, costumam ser excessivamente dependentes e afetuosos por serem gregários – animais que vivem em bandos -, a família torna-se seu grupo, desta forma as alterações como a ausência do dono podem desencadear na SAS.

Cães que vivem exclusivamente dentro de casa, sem passeios ao ar livre ou outras atividades lúdicas podem ser mais propensos ao problema, segundo Silva. A professora explica que animais que têm comportamentos disfuncionais, como seguir o dono pela casa o tempo todo ou levar mais de dois minutos ao saudá-lo quando chega em casa, tem três a cinco vezes mais chances de desenvolver a patologia. Por isso, preste atenção para identificar os sinais que o seu animalzinho transmite.

O problema deve ser tratado de acordo com o motivo. Em casos de medo deve-se focar na superação do trauma com o manejo do ambiente, retire possíveis fatores que provoquem essa fobia e mostre que a situação não é temerosa.  Se for por perda de outro animal o recomendado é que consiga outra companhia para o bichano.

Para aqueles que sofrem de hiperapego o tutor deve reduzir a dependência afetiva, reforçando os comportamentos de calma e obediência, mostrando os limites por meio de afagos. Angélica sugere condicioná-lo a ficar em um local confortável com brinquedos ou uma peça de roupa do dono em alguns períodos do dia, quando o tutor estiver presente. Após algumas repetições desse processo, deve-se colocá-lo neste mesmo local um pouco antes de sair. E quando voltar, se ele estiver tranquilo, soltá-lo e brincar com o bichano. A conscientização do proprietário é fundamental de que atenção em excesso pode ser prejudicial.

Apesar das dicas a professora reforça a necessidade da visita ao médico veterinário, caso seu cão sofra alguma mudança de comportamento, pois somente o profissional conseguirá diagnosticar com propriedade o caso e instruí-lo conforme as necessidades específicas de seu animalzinho.