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Comportamento / Preconceito

4 atitudes racistas que as pessoas têm e não percebem

Selecionamos alguns atos para você ficar atento e não cair no preconceito

MÁXIMA Digital Publicado em 19/04/2019, às 12h00 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

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Paula Von Sperling e Gabriela - Reprodução/Instagram
Paula Von Sperling e Gabriela - Reprodução/Instagram

A vencedora do Big Brother Brasil, Paula Von Sperling, foi protagonista de várias polêmicas durante o reality show. Entre elas, estão algumas falas racistas, que geraram até um depoimento na polícia após queixa de Rodrigo França.

Em outra ocasião, ela disse que “seu cabelo era ruim” como o de outra participante, Elana. Após ser repreendida por pessoas da casa, Paula se defendeu dizendo que tinha costume de falar “cabelo ruim”.

Para não cair neste tipo de comportamento, a MÁXIMA Digital listou quatro atitudes e expressões para você ficar atento e evitar espalhar preconceito por aí. Confira!

1. JULGAR O CABELO ALHEIO

Adepta do cabelo estilo black power, Ana Carolina Carvalho, estudante de Relações Públicas da USP (Universidade de São Paulo), conta que sofre diariamente com o julgamento alheio: “Sinto que as pessoas sempre olham primeiro para o meu cabelo, depois para os meus olhos”, diz.

Já Raí Campos Silva, vice-presidente regional de São Paulo da ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos), reclama que já pegaram e cheiraram o seus dreads. “Mas eu entendia que não era proposital o preconceito, de certa forma, mas sim algo inerente a essas pessoas”, afirma.

Você já pensou o motivo de, mesmo não sendo a dona dos cabelos, ficar tão incomodada com os fios alheios?

2. NEGRO=ASSALTANTE

Em 2017, o depoimento do ator Diogo Cintra tornou-se conhecido no Facebook. Ele sofreu uma tentativa de assalto em um terminal de ônibus em São Paulo e, depois de correr e pedir ajuda para os seguranças, viu os mesmos homens que tentaram assaltá-lo aparecerem e inverterem a história, como se ele tivesse tentado roubar os jovens.

“Os seguranças acreditaram neles e, sem pensar duas vezes, começaram a me segurar com força e violência”. Na ocasião, o ator foi agredido e, depois, explicou: “Por pouco, eu não fui morto por uma injustiça e por conta de um ato racista. [...] Racista porque ninguém naquela noite acreditou em mim, e além de ser assaltado, fui sentenciado por pessoas que nem quiseram me ouvir falar.”

Quantas vezes já pensou em atravessar a rua após ver um jovem negro caminhando na sua direção?

3. “PRETOS DE ALMA BRANCA”

A expressão vem disfarçada como um elogio, mas é uma verdadeira ofensa aos negros. As jornalistas Natália Romualdo e Maristela Rosa, do canal Papo de Preta, já explicaram o significado da frase em um vídeo: “Quer dizer que apesar de a pessoa ser negra, ela é boa. Então, por isso, ela tem uma alma branca. Como se for bom fosse sinônimo de ser branco.”

Já tinha pensado por esse lado?

4. “PÉ NA SENZALA”

Afirmar que tal pessoa “tem um pé na senzala” pode não ter a intenção de magoar alguém. Mas, quando se pensa no real significado da expressão, entende-se que isso não deve ser dito, pois remete ao período da escravidão.

Maristela Rosa também esclarece em seu canal que a origem da população negra não foi nesse sistema: “A história do negro foi interrompida com a escravidão, ela não começou lá.” 

Por que as pessoas tomam esse tipo de atitude e não percebem que é racismo?

O professor Dennis de Oliveira, que atua na USP e pesquisa racismo e dinâmicas de subalternização étnica, explica que, para entender essa questão, deve-se levar em conta que o racismo está introjetado na sociedade brasileira.

Afinal, desde a colonização do Brasil, há mais anos com o sistema escravista permitido do que proibido.

E isso acaba sendo refletido no cotidiano, como as atitudes listadas. “As pessoas não têm noção da gravidade dos atos. Elas cometem esses atos e acham que é normal. É o racismo estrutural”, finaliza o professor.

A boa notícia é que ainda dá tempo de todos repensarmos nossas atitudes e ajudarmos a deixar o mundo melhor!