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LGBT / CINEMA

Os 10 anos de "Tatuagem", de Hilton Lacerda

Filme completa uma década e ganha lista de (pelo menos) 10 motivos para você ver e rever!

Ezatamentchy Publicado em 30/04/2024, às 11h25

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Arte, subversão e romance se misturam no longa de Hilton Lacerda - Divulgação
Arte, subversão e romance se misturam no longa de Hilton Lacerda - Divulgação
Por Eduardo de Assumpção*
O emblemático "Tatuagem" completou 10 anos e listamos 10 razões para ver e rever o filme, de Hilton Lacerda, que é fundamental dentro da cinematografia queer brasileira. Mas porque o longa, ambientado no obscuro período da Ditadura Militar, e ainda muito atual, é tão importante?
Disponível para streaming na Reserva Imovision e na Netflix.
ESTREIA NA DIREÇÃO DE HILTON LACERDA
O filme marca a estreia do pernambucano, que já havia trabalhado no roteiro do poderoso "Baile Perfumado", de Lírio Ferreira, e parcerias com Cláudio Assis, em "Amarelo Manga", "Baixio das Bestas" e "Febre do Rato", por trás das câmeras. Aqui o filme é inteiramente seu, e oferece sua visão única e poética, sempre destacando Recife.
TRAMA
A trama de envolve revolução, romance, poesia e filosofia. O filme, em toda a sua libertinagem, baseia-se no ciúme e nas relações instáveis, ao mesmo tempo em que tenta controlar a situação política e a repressão vivida na época.
REFERÊNCIAS
É nos pequenos detalhesv(inclusive no colarinho com triângulos rosas de Clécio), que o filme faz inúmeras referências, tanto à arte, como à literatura, inclusive a de Cordel, o Cinema Novo, em alguns momentos acena para cineastas como Almodóvar, mas sobretudo reverencia os icônicos Dzi Croquettes.
TRILHA SONORA
A trilha sonora, composta pelo DJ Dolores, é hipnótica ("A Polka do Cu" é um novo clássico). Além disso, a obra traz canções de Caetano Veloso, Angela Rô Rô, Dolores Duran, Dalva de Oliveira, Maria Callas e a poderosa "Volta", em uma bela participação de Johnny Hooker.
Diversão subversiva e a liberdade de expressão censurada por uma temida Ditadura Militar
ELENCO
O filme conta com atuações impecáveis de Irandhir Santos, Rodrigo Garcia e Jesuíta Barbosa, antes de se tornarem grandes estrelas de cinema e TV, misturando momentos de seriedade, extravagância, anarquia e humor. 
CONTEXTO HISTÓRICO
Mesmo que com leveza, a história se passa quando a Ditadura Militar está instalada, mas a sociedade vive o eco da revolução sexual e dos novos modelos familiares. É nesse contexto que o grupo teatral desafia as normas, e não hesita em criticar a realidade social do país.
PRÊMIOS
Para um filme de estreia,  tem uma bela galeria de estatuetas, incluindo Melhor Filme no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro (2014), o Kikito, de Melhor Filme, em Gramado (2013), o Prêmio do Júri, do Festival MixBrasil, entre vários outros, destacando sua direção, elenco e equipe.
CHÃO DE ESTRELAS
Um cabaré e boate que é o palco de números icônicos, e exuberantes, onde teatro, poemas, dança, filosofia e música compõem a diversão subversiva e a liberdade de expressão censurada por uma temida Ditadura Militar.
Filme conta com atuação impecável de Irandhir Santos
DESCENTRALIZAÇÃO EIXO RIO-SP
Ambientado no Recife, da década de 70, representa um marco gigante no cinema pernambucano, evidenciando a riqueza cultural da região e inspirando outros cineastas locais a explorarem novas narrativas e abordagens. 
FAMÍLIA ESCOLHIDA
Em certo momento, Clécio que já tem um filho de uma relação livre com Deusa, vai morar numa comuna com o restante dos personagens. O ambiente se torna cenário de conflitos, mas também reforça o conceito de acolhimento familiar, tão comum entre a comunidade LGBT+.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com

Instagram: @cinematografiaqueer

Twitter: @eduardoirib

Por Ezatamentchy.