Book rosa: um guia sobre o ciclo menstrual - Shutterstock

Confira um guia sobre o ciclo menstrual

Para você tirar de letra as implicações físicas e emocionais do período

Texto: Patrícia Afonso / Foto: Shutterstock Publicado em 29/02/2016, às 11h33 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40

A menstruação representa os anos férteis da vida da mulher, que se iniciam na adolescência e terminam na menopausa. Em geral, o ciclo menstrual tem duração de 28 dias, mas pode variar entre 25 e 35. O que não é normal são intervalos mais curtos ou longos do que esses, pois podem representar problemas de saúde, como ovários policísticos. O período é dividido em três fases (veja box), de acordo com as alterações hormonais que ocorrem durante o mês. Finalizadas as fases vem a menstruação, caracterizada por sangramento de cinco a sete dias. Além das mudanças fisiológicas, há sintomas que acompanham essa reviravolta no corpo e atingem também as emoções. Saiba mais...

Dor é ok?
Quando o óvulo não é fecundado, a camada interna do útero descama em forma de sangramento (menstruação). Quem auxilia nesse processo, fazendo o órgão se contrair para eliminar o sangue, é uma substância chamada prostaglandina. Essa ajudinha, no entanto, cobra um preço: a movimentação comprime os nervos e os vasos sanguíneos locais, resultando na cólica. A intensidade e a duração das crises variam para cada mulher, mas, no geral, elas ficam mais amenas após a primeira gestação. Porém nem todo desconforto deve ser encarado com naturalidade. Dores severas, progressivas e duradouras precisam ser investigadas. “Elas podem indicar a existência de endometriose, miomas ou pólipos uterinos, varizes pélvicas, moléstia inflamatória pélvica (Mipa), entre outros males”, alerta o ginecologista Gustavo Ventura (SP).

Tampão absolvido
Vários mitos acerca do absorvente interno já caíram por terra, mas ainda existem temores e dúvidas. Para começar: é normal sentir dor durante a utilização? “Na maioria das vezes, a dor está relacionada à escolha inadequada do tamanho”, diz a ginecologista Maria Elisa Noriler (SP). Para se proteger dos males que podem ocorrer devido à proliferação de bactérias no local, mantenha bons hábitos de higiene: esteja com as mãos limpas na hora da aplicação e respeite o intervalo recomendado para a troca do absorvente, que varia de quatro a oito horas. Problemas sérios, como a síndrome do choque tóxico — doença de causa bacteriana que pode levar à amputação de membros (o caso de uma modelo americana que perdeu a perna ficou famoso no ano passado) e até levar à morte — são raros e, no geral, estão relacionados ao descumprimento dessas regrinhas básicas de bom uso.

Continue malhando
A sua performance na atividade física despenca no período pré-menstrual? “Isso se deve, sobretudo, a alterações nos níveis dos esteroides sexuais, como o estrogênio e a progesterona, redução na serotonina e maior fadiga muscular e nervosa”, explica o educador físico e fisiologista Gabriel Vieira** (RJ). Em vez de ficar parada nesses dias, malhe respeitando os seus limites. “Os exercícios melhoram o humor e agem como um analgésico. Os aeróbicos (corrida e natação) são indicados nos casos de retenção hídrica, compulsão por doces e depressão. Quando há ansiedade, invista em atividades relaxantes”, diz.

Eu só quero chocolate!
Algumas teorias apontam que a menstruação derruba os níveis de magnésio no organismo e, como o chocolate é fonte desse mineral, há o impulso de comê-lo. Ele também estimula a produção de serotonina, por isso causa prazer. Mas a tara pelo docinho não passa de um hábito associado, ou seja, uma desculpa para aliviar a culpa e cometer excessos. “Consumir muito chocolate aumenta a retenção de líquidos, facilita o ganho de peso e não trata a fundo as causas da TPM, só as mascara”, explica Gustavo. Para não se expor a esses malefícios, ingira um ou dois quadradinhos das versões amarga ou meio amarga. “Elas são ricas em cacau e antioxidantes e têm menor concentração de açúcares e gorduras. Em quantidades reduzidas, estão liberadas para esses dias difíceis”, completa o ginecologista.

Up no humor
Ninguém merece aquela maré de ansiedade e sensibilidade que pode dar as caras durante a TPM. Para atravessar o período, há quem recorra ao álcool. O problema é que, dependendo da dose, ele aumenta a depressão e a apatia. Se você não resiste, aposte numa taça de vinho por dia. Sabe o que pode salvá-la mesmo? A atividade física, que eleva os níveis de serotonina e endorfi na, garantindo o bem-estar. “Uma dieta rica em vitaminas do complexo B e o consumo de óleo de prímula também trazem ânimo”, afirma Maria Elisa.

Baixa da imunidade
Gripes, dores e cansaço parecem vir como um brinde (nada agradável) da TPM. “Muitas mulheres ficam mais suscetíveis a doenças e sintomas nessa fase por causa da elevação de prostaglandina, que tem um efeito inflamatório”, conta Maria Elisa. Para controlar a reação negativa, invista no ômega 3, encontrado em alimentos como atum e sardinha, linhaça, oleaginosas e azeite. 

Escape
A menstruação já havia acabado, mas... o sangramento reapareceu! Se for discreto, o sintoma, causado por uma queda dos hormônios, é normal. Ajustes na dose do anticoncepcional devem resolver a questão. Agora, se o sangramento for intenso, alerta vermelho! É preciso fazer exames ginecológicos para averiguar a presença de pólipos uterinos, miomas e até mesmo de inflamação.

Segue o fluxo
Como saber se a quantidade de sangue liberada é normal? “Cada mulher tem um fluxo. O que pede atenção são alterações no padrão, por exemplo, se era intenso e torna-se discreto, ou quando provoca fraqueza, tontura ou anemia”, diz Gustavo. Uma pista: se o absorvente precisa ser trocado em menos de uma hora, provavelmente há algo errado. 

Xi, cadê?
Excluída a hipótese de gravidez, pode haver uma série de fatores por trás da interrupção do fluxo. Uma delas é a pausa no uso de anticoncepcionais que suspendem a menstruação. Nesse caso, o retorno do sangramento não é imediato. “Enquanto a mulher está usando a pílula, os ovários entram praticamente em repouso e nem sempre voltam a produzir os hormônios nos níveis corretos prontamente. Por isso, pode ser comum a ausência de menstruação ou um sangramento irregular”, pontua Gustavo. A normalização não deve ultrapassar seis meses. Outras possibilidades para a menstruação não aparecer são o stress ou uma perda significativa de peso. Se nenhuma dessas situações se aplica a você, apure. Pode haver uma disfunção no aparelho reprodutivo, como a síndrome dos ovários policísticos.

MULHER DE FASES

Fase folicular
Começa no primeiro dia da menstruação e dura, em média, 12 dias. 

Fase ovulatória
Dura oito dias e é quando ocorre a ovulação, na metade do ciclo. Para um período de 28 dias, a ovulação acontece no 14º dia. 

Fase lútea
Prepara o útero para a próxima menstruação e dura aproximadamente dez dias.





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