Eles são os últimos dentes permanentes a aparecer, já na idade adulta. Apesar de o nome vir do latim siso, que significa juízo, eles não são, assim, tão necessários. Entenda por quê
Carmen Cagnoni Publicado em 03/12/2015, às 10h30 - Atualizado em 22/08/2019, às 01h40
De
acordo com o Faisal Ismail,
cirurgião-dentista e fundador da Ortoplan
– Especialidades Odontológicas, anteriormente, os dentes do siso tinham
a função de manter uma boa atividade mastigatória. “Isso, porque os primeiros dentes, que nasciam por volta dos seis anos,
eram perdidos muito cedo. Hoje, como isso é raro devido à odontologia mais
conservadora, e a concentração de flúor nas águas, os sisos perderam a função
original”, explica.
Por isso, cada vez é mais comum a retirada de tais dentes em consultório, com anestesia local. “Apenas em casos mais complexos, o paciente precisa ser levado ao hospital para fazer o procedimento. Após a cirurgia, é normal haver inchaço e incômodo, que duram de três a quatro dias. Nesse período é importante evitar alimentos quentes (e abusar dos gelados!), não abaixar a cabeça e abrir mão das atividades físicas”, conta o especialista.
Nem todo mundo, porém, precisa extrair os sisos. "Em casos raros, eles nascem harmoniosamente e a retirada não é necessária. Porém, muitas pessoas têm problemas, principalmente se esses dentes ficarem cobertos por parte da gengiva, o que pode causar infecções com complicações sérias, sendo a extração indicada como método preventivo", constata Ismail.
Quem
extraiu um tem de tirar todos os outros.
Mito. O que
se recomenda é que, se foi retirado o siso superior do lado esquerdo, por
exemplo, o inferior do mesmo lado também seja extraído. É o chamado dente
antagonista, que pode tentar ocupar o espaço do outro que foi removido,
continuando a crescer e machucando a gengiva oposta.
Não
é bom retirar os sisos na adolescência.
Mito. O
momento da retirada deve ser avaliado pelo dentista em cada caso. Há estudos
que indicam a idade ideal entre os 16 e os 18 anos, porque há somente 2/3 da
raiz formada. Após esse período, a extração pode ser mais complicada.
Sisos
podem atrapalhar o alinhamento dos outros dentes.
Verdade. A
força da erupção deles pode fazer com que dentes vizinhos fiquem desalinhados
ou até apinhados (uns por cima dos outros). O nascimento dos sisos também pode
atrapalhar o tratamento ortodôntico. Como esse dente é o último da arcada, e
normalmente tem pouco espaço para nascer, ele pode dificultar a movimentação
dos outros dentes em tratamento com aparelhos ortodônticos.
Mesmo
antes de nascer, o siso está sujeito a cáries.
Mito.
Qualquer dente só estará sujeito a cáries se exposto ao meio bucal. Porém, se o
siso estiver semi-incluso, ou seja, com uma parte exposta e outra sob a
gengiva, e não houver uma higiene adequada, ele pode, sim, ter cárie.
O
siso pode atrapalhar a movimentação da boca, a fala e a respiração.
Mito. Pode
acontecer de ele atrapalhar a movimentação da boca se a gengiva estiver inchada
ao seu redor, devido a um processo chamado pericoronarite (inflamação da
gengiva).
É
normal sentir dor e ter sangramento quando o siso está nascendo.
Mito.
Normalmente, o dente do siso não causa dor nem sangramento para nascer. A dor
acontece quando há uma infecção na parte da gengiva que recobre o siso.
O
siso é um dente mais difícil de extrair do que os outros.
Verdade. Pelo
local aonde se encontra, a extração é mais complexa. Muitas vezes, o dente está
numa posição desfavorável (em lugar de nascer na posição vertical, nasce
horizontalmente ou inclinado) e isso pode dificultar a remoção. Os
especialistas, entretanto, dispõem de técnicas que permitem a retirada com
tranquilidade.
É
possível retirar os quatro sisos de uma vez.
Verdade. A
retirada pode ser feita em consultório e, ao contrário do que muita gente
acredita, usando apenas anestesia local. Mas esse tipo de procedimento não é
necessário e dependerá do julgamento do profissional.
Sisos
inclusos podem provocar perda óssea.
Verdade.
Mas a perda de massa óssea ao redor
do siso só acontecerá se houver um problema periodontal ou de infecção crônica.
A perda óssea também pode estar ligada à formação de um cisto ou tumores, mas
esses são casos muito raros.
É
possível nascer sem os sisos ou com apenas alguns deles.
Verdade. É
muito comum. O siso é um dente em extinção, ou seja, ao longo do tempo a arcada
humana diminuiu e o número de dentes foi reduzido. É uma adaptação do ser
humano à evolução da espécie.
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