O ator Orlando Caldeira revelou que já enfrentou uma sessão de regressão
Máxima Digital Publicado em 16/06/2023, às 19h30
O ator Orlando Caldeira, do elenco de Vai Na Fé, é um homem gay e fala abertamente sobre o assunto. No passado, sua orientação sexual não foi um tópico bem aceito por sua família.
O artista contou que, aos 18 anos, sua mãe o levou para sessões de regressão para uma suposta "cura gay".
"No intuito de querer me ajudar, entre muitas aspas, minha mãe me levou para um parapsicólogo para fazer sessão de regressão. E ele prometia que ia me curar, em uma mentalidade muito bizarra sobre a 'cura gay'.", contou ele em entrevista ao GShow.
Orlando continuou: "Minha mãe gastou muito dinheiro nessas sessões, completamente na ilusão".
"E isso aconteceu até o momento em que ela percebeu que estava dando resultado. Não queria mais ir, era muito torturante para mim participar dessa mentira, dessa distorção", falou ele.
O ator contou que a situação dolorosa começou a ser resolvida com a ajuda de uma psicóloga.
"Minha mãe me levou a uma psicóloga e foi ela que falou que, na verdade, estava tudo certo comigo. Era ela [a mãe] que precisava lidar com essa situação. Hoje, tenho a oportunidade de poder falar abertamente sobre a minha orientação. Sinto que estou levando uma mensagem positiva para as famílias, para entenderem e lidarem com essa questão com naturalidade leveza, amor e respeito.", disse.
O artista, que atualmente tem 38 anos, refletiu sobre a importância na evolução de pensamento da sociedade: "Era uma época que não se falava sobre isso, que existia um tabu maior sobre sexualidade. Era até uma grande vergonha ter um parente gay, um filho gay. Não que hoje seja muito diferente disso. Mas, acho que muitas discussões já avançaram e a gente tem onde procurar ajuda".
Orlando falou sobre a importância de interpretar um homem gay e negro na TV aberta e retratar a realidade de muitas pessoas.
"Fazer parte dessa transformação não tem preço. É como se eu estivesse sendo coroado, ganhando um presente por estar fazendo parte dessa história. E eu me vejo sendo um elemento de transformação nas ruas, quando as pessoas me encontram e param para falar comigo. É muito respeitoso, porque as pessoas me encontram, desejam boa sorte e me incentivam a continuar", falou.
Ele continuou: "A pessoa LGBTQIA+ não é uma coisa. Ali tem um ser humano que sofre, que ama, que chora, que inveja, que ambiciona e que vive. Para mim, está sendo um presente muito grande interpretar o Anthony e entender as curvas que esse personagem tem feito e vai fazer ainda na trama.".
"A escrita da Rosane [Svartman, autora de Vai na Fé] é muito profunda, muito respeitosa de muitas camadas. E assim é o Anthony!", finalizou.
