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LGBT / Inclusão

Erika Hilton responde fala transfóbica: “Por que a luta de outras mulheres precisa excluir a nossa existência?”

Durante a Comissão da Mulher da Câmara dos Deputados, Erika Hilton rebateu uma fala transfóbica de uma deputada

Máxima Digital Publicado em 01/09/2023, às 10h10

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Erika Hilton responde fala transfóbica: “Por que a luta de outras mulheres precisa excluir a nossa existência?” - Instagram
Erika Hilton responde fala transfóbica: “Por que a luta de outras mulheres precisa excluir a nossa existência?” - Instagram

Na última quarta-feira, 30, viralizou nas redes sociais um vídeo da deputada Erika Hilton discursando na Comissão da Mulher da Câmara dos Deputados. Na gravação, a parlamentar rebate a fala da deputada Cristiane Lopes

Na gravação, Cristiane afirmou que as mulheres transsexuais estão tomando o espaço de mulheres que "parem, que sentem dores do parto e cólicas" em áreas como esporte e em concursos de beleza em feiras agropecuárias.

Em resposta, Erika disse que o parlamento não pode aceitar falas que irão “desqualificar a mulheridade de mulheres trans e travestis é, sim, transfobia". Ela ainda acrescentou que o discurso biológico desconsidera a violência e o preconceito contra as mulheres trans na sociedade brasileira, trazendo a visão que mulheres transgêneros são “menos mulheres” e como consequência “menos cidadãs”.

“A sociedade ainda nos enxerga como menos mulher e, ao nos enxergar como menos mulher, também nos enxerga como menos cidadãs, que não merecem proteção, que não podem estar nos esportes, que não podem receber, como a deputada falou, ser consagradas em agremiações e em festivais. Nós temos que estar onde? Nas esquinas de prostituição, nos cárceres, no drogadicídio? Onde que é nosso lugar, se também não é aqui discutindo uma agenda de direitos a todas as mulheres? A luta das mulheres transsexuais e travestis desse país nunca excluiu nenhum tipo de mulher. Por que a luta de outras mulheres precisa excluir a nossa existência?”, questionou Erika.

“As mulheres ‘de verdade’, nas palavras da deputada, estão perdendo espaços para mulheres trans. Que espaços são esses? Porque onde nós estamos é a pergunta que não se calará. Quantas deputadas transsexuais nós temos nessa casa? Quantas médicas travestis temos nesse país? Quantas juízas, advogadas? Queremos espaços dignos na sociedade, direito à cidadania”, pontuou.

“Quando parlamentares eleitas pelo povo usam desse espaço de representação para dizer contra a dignidade dessa população o que nós vemos são travestis que têm seus corações arrancados. O que nós vemos são mulheres transexuais e travestis que não conseguem empregos porque não são consideradas dignas, são expulsas de suas casas, porque existe um sentimento no parlamento brasileiro que corrobora com a cultura de ódio, de preconceito e estigma”, finalizou.