O capital russa adotou medidas ultraconservadoras e abre precedente para prisão de ativistas da causa
Máxima Digital Publicado em 01/12/2023, às 13h10
Na última quinta-feira, 30, a Suprema Corte da Rússia proibiu o “movimento internacional LGBT” e suas respectivas “filiais” no país, e justificou a decisão citando extremismo.
A decisão da corte russa ocorre durante um contexto crescente ultraconservador do país. A Organização das Nações Unidas (ONU) fez uma declaração oficial sobre a decisão e expressou sua condenação a medida.
A diretora associada da Human Rights Watch para a Europa e Ásia Central, Tanya Lokshina, disse: "A medida das autoridades aparentemente serve a um duplo propósito".
"O objetivo é aumentar o bode expiatório das pessoas LGBT para atrair os apoiadores conservadores do Kremlin antes da votação presidencial de março de 2024 e paralisar o trabalho dos grupos de direitos humanos que combatem a discriminação e apoiam as pessoas LGBT", completou.
"O ataque aos direitos LGBT se tornou um símbolo da rejeição russa aos direitos humanos universais, pois o governo posiciona a Rússia como defensora dos chamados valores tradicionais em oposição ao 'Ocidente coletivo'", pontuou.
"As pessoas LGBT russas precisam de apoio agora mais do que nunca", enfatizou Tanya.
Essa decisão é mais um passo para a instauração de processos legais contra qualquer organização que busque os direitos da comunidade LGBTQIAPN+ na Rússia.
O juiz da jurisdição mais alta do país, Oleg Nefedo, decretou que o “movimento internacional LGBT e suas filiais” sejam considerados “extremistas”. Além disso, segundo os realtos de jornalistas da AFP, ele solicitou a “proibição de suas atividades no território da Federação Russa”.
Oleg anunciou sua decisão para a mídia e afirmou que a ação teria efeito "imediato". A sessão que decretou a proibição aconteceu sem a presença de outros advogados, pois não existe uma organização na Rússia com o nome “movimento internacional LGBT”.
