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Relacionamento abusivo ou apenas não deu certo? Entenda como identificar este tipo de relação

A psicóloga Névia Rocha explica a diferença entre relacionamentos abusivos ou apenas problemáticos em alguns pontos

Ivana Guimarães com supervisão de Marina Pastorelli Publicado em 04/09/2020, às 18h01

Nos últimos tempos, o termo relacionamento abusivo foi muito comentado nas redes sociais, ajudando vítimas dessas relações a entenderem melhor o que passaram e saberem que não estão sozinhas. 

O assunto precisa ser cada vez mais debatido para que todos entendam que várias atitudes tidas como normais entre casais, familiares, amigos e colegas de trabalho, na verdade não fazem bem e podem deixar sequelas permanentes.

Porém, há alguns dias a discussão de como identificar este tipo de relacionamento, já que todos têm problemas, e não banalizar o termo, apareceu no Twitter:

gente...... assim....... não é pq a pessoa te magoou e a relação não deu certo que foi um relacionamento abusivo......... pessoas machucam pessoas e é isso......... relacionamento abusivo é um outro papo e colocar tudo no mesmo buraco só é pior pras reais vítimas..........

— é ráissa não é raíssa (@ehraissa) August 23, 2020

E para falar sobre o que é um relacionamento verdadeiramente abusivo, nós, da Máxima Digital, conversamos com a psicóloga analítica Névia Rocha, que em seu Instagram produz conteúdos para ajudar mulheres e pessoas LGBT+ a terem mais saúde emocional.

 

 

Afinal, o que é uma relação abusiva? “É um relacionamento no qual há uma estrutura de poder e abusos, mesmo que nunca haja violência física. Ele é caracterizado por muita manipulação, possessividade, controle sobre a vítima, isolamento social, difamação e muitas vezes pode alternar entre fases de muita tensão e pequenas “luas de mel”, onde tudo parece estar indo bem, mas é só mais uma forma de prender a vítima ao ciclo do abuso”, disse a psicóloga.

E como identificá-la? “É possível identificar se você está sempre pisando em ovos e se sentindo culpada. Se é proibida (de forma direta ou sutil) de falar com seus amigos e familiares. Se o parceiro te impede de usar determinadas roupas e acessórios, te faz sentir vergonha e acreditar que é incapaz, controla seu dinheiro e caso haja traições recorrentes. Na condição de você sempre duvidar da própria sanidade e acabar se desculpando por coisas que nem mesmo fez. Dentre muitos outros aspectos”, explicou.

Mas o que diferencia este tipo de interação dos problemas comuns à todas as pessoas que se relacionam? “O abuso não cessa, ele não é um problema isolado com um motivo específico. Ele se repete constantemente e sua intensidade sempre tende a aumentar. No abuso não existe diálogo, tudo vira uma disputa para tentar encontrar um “culpado” e não visa a solução do problema. O abuso sempre tem uma estrutura de poder, na qual um tem o controle da relação e o outro precisa se submeter. Onde o abusador está sempre culpabilizando a vítima pela violência (física ou psicológica) que ele faz a ela. Existe muita manipulação, medo e mentiras. Já em um relacionamento normal, os problemas são pontuais e podem ser debatidos. Existe uma preocupação com o sentimento do outro e não há o desejo de ferir, humilhar, proibir e controlar”, detalhou a profissional.

Sobre banalizar a violência e o termo, Névia expressou: “Como vivemos em uma sociedade patriarcal, existe a banalização da violência contra a mulher, seja ela física ou psicológica. Logo, quando começamos a falar sobre relacionamentos abusivos, que acontecem majoritariamente contra mulheres, há sempre a tentativa de relativizar e diminuir a importância das denúncias, como se fossem coisas “normais”. Particularmente, não acredito na banalização do termo, quanto mais debatermos sobre o assunto, mais claro ele se tornará.”

Em relação a situações isoladas e níveis de abuso, ela comentou: “Existem atitudes tóxicas isoladas que podem ser resolvidas com diálogo entre ambos. Nesse caso, as pessoas tentam entender o que fere o outro e não repetir mais aquilo que é prejudicial. E existem relacionamentos abusivos em que as ações são feitas intencionalmente, nas quais há total falta de empatia e respeito pelos sentimentos do outro e muita manipulação, sempre com a ideia de posse, controle e superioridade. Há diferentes tipo de abusadores também, desde pessoas sem nenhum transtorno de personalidade, até os casos de abusadores perversos como narcisistas, psicopatas e sociopatas.”

 

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