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LGBT / CINEMA

“13 Sentimentos”, de Daniel Ribeiro, estreia nos cinemas

Dessa vez o cineasta Daniel Ribeiro se destaca pelas cenas de sexo, tão reais, e naturais, quanto a vida

Ezatamentchy Publicado em 12/06/2024, às 11h45

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João (Artur Volpi) acaba de sair de um casamento de 10 anos - Divulgação
João (Artur Volpi) acaba de sair de um casamento de 10 anos - Divulgação
Por Eduardo de Assumpção*

"13 Sentimentos" (Brasil, 2024) 
Os sentimentos são o motor que move o novo longa de Daniel Ribeiro, pelo menos 13 deles. Mas o primeiro que bate é a confusão do fim de um relacionamento, João (Artur Volpi) acaba de sair de um casamento de 10 anos, e precisa agora descobrir a vida. E ele faz isso através de um método bastante contemporâneo no meio LGBTQIA+, pelos apps de namoro ou sexo.

Pela internet ele conhece Vitor, Michel Joelsas, de “Boca a Boca”, por quem realmente se interessa, mas quem não consegue conhecer por inteiro, No entanto, também uma variedade de outros homens, com quem logo após irá compartilhar sobre os encontros com seu diverso grupo de amigos.

E se em “Hoje eu quero voltar Sozinho”, Daniel Ribeiro soube muito bem filmar a descoberta sexual, o que lhe rendeu um Teddy, no Festival de Berlim, dessa vez o cineasta se destaca pelas cenas de sexo, tão reais, e naturais, quanto a vida, mas sem nunca cair num território apelativo ou voyeurístico, com diversidade de texturas e corpos. E é nessa aventura que, João, que é um cineasta, começa a terceirizar seus serviços para filmar outros encontros, e explorar a cultura OnlyFans.

Um cubo mágico, traz simbolismo e até um aspecto lúdico ao projeto, afinal, quem conseguir resolvê-lo, provavelmente conquistará João,  que precisa resolver a vida agora que ela está recomeçando, como o cubo,  isso exige complexidade. Essa mistura de realidade e ficção, o cineasta atribui  “Bergman’s Island”, de Mia Hansen-Løve, como uma das influências.

João também  está trabalhando num roteiro, o que brinca com o inevitável trocadilho de 13 centímetros,  e até mesmo em alguns diálogos, uma certa  metalinguagem se sobressai. É um caminho adotado pelo diretor, que também assina o roteiro, que afirma mais de uma vez que a vida imita a arte.
Os sentimentos são o motor que move o novo longa de Daniel Ribeiro

Lindamente fotografado, por Pablo Escajedo, o longa nos dá um vislumbre da vida queer em São Paulo, a maior metrópole do país, e como mesmo no meio da multidão, ela está repleta de sentimentos representado por um homem gay, que agora solteiro, precisa rever suas emoções. Um cena de festa foi rodada no estúdio fotográfico de Fábio Audi, que interpretou Gabriel em “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho”. Nesta cena, ele fez uma participação especial.

O filme lida com conflitos universais e por isso é tão atual, seu elenco, bastante diverso, brilha em cena, principalmente o protagonista Artur Volpi, que compartilha uma química imbatível com todos com que divide a cena, tanto na cama ou numa mesa de bar com seus amigos, vividos por Marcos Olli e Julianna Gerais.
Lindamente fotografado, por Pablo Escajedo, o longa nos dá um vislumbre da vida queer em São Paulo

Temos um “Mais que Amigos” para chamar de nosso! Embora os filmes não se pareçam em seu conteúdo se parecem na forma, com uma abordagem mais comercial que pretende atingir a um público maior, mesmo que nichado, e sair do lugar de fala do cinema LGBTQIA+ conceitual e independente. Nesse ponto, mesmo que com orçamento limitado, o ensolarado longa de Daniel Ribeiro, irá levar vivências queer para as grandes plateias.

*Eduardo de Assumpção é jornalista e responsável pelo blog cinematografiaqueer.blogspot.com
Instagram: @cinematografiaqueer
Twitter: @eduardoirib


Por Ezatamentchy