Durante um podcast, Nikolas teve declarações preconceituosas contra a comunidade LGBTQIAPN+
Na última quarta-feira, 18, o deputado Fábio Felix, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, apresentou à Procuradoria Geral da República uma notícia-crime contra o deputado Nikolas Ferreira pelo crime de homotransfobia.
Nikolas participou de um podcast no YouTube e teve declarações preconceituosas contra a população LGBTQIAPN+. Em alguns trechos da entrevista, o político compara casais homoafetivos ao vício em bebidas, gula, mentiras e propõe a “cura gay”.
O deputado também afirmou: "O homossexualismo é pecado que afasta as pessoas de Deus, uma ilusão, que a pessoa homoafetiva está sendo usada pelo diabo.”
Em sua representação, Fábio disse: “Nikolas Ferreira usou de uma suposta liberdade religiosa e subterfúgios de cunho religioso para promover preconceito, exclusão e ofensa à população homoafetiva."
"Além das expressões carregadas de preconceito e de caráter de exclusão, o deputado colocou a homoafetividade como uma disfunção, uma aberração da qual a pessoa tem que se arrepender”, explicou ele.
Fábio disse que as falas de Nikolas ocorreram poucos dias antes da influenciadora bolsonarista Karol Eller tirar a própria vida justamente por se submeter a uma "terapia de conversão".
“Esse tipo de discurso é uma afronta aos direitos e garantias fundamentais, à dignidade da pessoa humana e ao princípio da igualdade", continuou Fábio.
"É uma difusão do ódio e crime de homofobia. Na atual conjuntura em que vivemos, não se pode naturalizar esse tipo de discurso e formação de opinião maquiavélica e medieval, com alta promoção da perseguição que pode levar as pessoas à morte”, acrescentou.
A notícia-crime apresentada por Fábio pede que Nikolas seja processado pela prática do crime tipificado pelo artigo 20, da Lei7.716/89, que qualquer tipo de discriminação ou preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade.