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LGBT / Livros

Livro biográfico de escritore não binária chega no Brasil após ser banido dos EUA

O livro Gênero Queer, da Maia Kobabe, chega ao Brasil pela editora Tinta-da-China

Máxima Digital Publicado em 30/08/2023, às 12h20

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Livro biográfico de escritore não binária chega no Brasil após ser banido dos EUA - Reprodução
Livro biográfico de escritore não binária chega no Brasil após ser banido dos EUA - Reprodução

O livro Gênero Queer, escrito por Maia Kobabe, chegara ao Brasil após ser banido dos Estados Unidos. A escritore se denomina assexual, alguém que não sente ou sente pouca atração sexual por outra pessoa, e não binárie, pessoas que não se identificam com nenhum gênero.

Em seu livro autobiográfico, Maia fala sobre os questionamentos dos padrões de uma sociedade heteronormativa. Gênero Queer mostra uma jornada de descobertas e enfrentamentos com muitas referências da cultura pop, como David Bowie, One Direction, Tolkien e Harry Potter.

A trama acompanha ume jovem que mora na Califórnia da virada do século, em um ambiente de liberdade de costumes, entusiasmo cultural, curiosidade intelectual e profundas dúvidas sobre gênero e sexualidade.

O livro, chega ao Brasil pela editora Tinta-da-China Brasil e acompanha uma marca negativa: Gênero Queer, que foi alvo de um movimento de censura, com pedidos de banimento da obra nas bibliotecas dos Estados Unidos.

O fato ocorreu entre 2021 e 2022, também levou a procura pelo título. Para Mariana Delfini, editora executiva da Tinta-da-China, enfatizar esse aspecto é uma forma de lutar contra a prática de censura.

“Ao divulgar que Gênero Queer foi o livro mais censurado em 2021 nos Estados Unidos, segundo a Associação Americana de Bibliotecas (ALA), estamos nos posicionando contra essa censura inconcebível a livros em uma democracia – que não está restrita aos Estados Unidos, vale lembrar”, garante ela.

“Ao mesmo tempo, estamos comunicando o impacto e a relevância do livro, a importância dele nos debates de gênero e sexualidade. Acabamos falando disso também ao contar, na orelha da edição, que ele foi publicado em francês, espanhol, italiano, alemão, japonês, coreano, checo e holandês – ou seja, que o gibi de Maia abriu cabeças pelo mundo”, pontuou.

“Maia se incomodava em ser tratada no feminino, ainda quando era criança, e a descoberta de pronomes não binários (do sistema Spivak, no inglês) foi um momento muito importante na sua vida. A linguagem é um tema de Gênero queer. Na edição brasileira estivemos muito atentos a isso”, ressaltou Delfini.

“A narrativa é muito vibrante, cheia de referências pop e nerd, com música, livros, fanfics: uma profusão de vida em volta de Maia. E, mesmo nos momentos de maior angústia – quando Maia precisa fazer um exame ginecológico, quando enfrenta dificuldades para se relacionar com outras pessoas –, sentimos que estamos perto delu”, concluiu.