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Organzza, do reality Drag Race, participou de novelas e de programas da Tv Globo

A drag queen é uma das participantes da versão brasileira "RuPaul's Drag Race"

Redação Publicado em 31/08/2023, às 10h10

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Organzza, do reality Drag Race, participou de novelas e de programas da Tv Globo - Instagram
Organzza, do reality Drag Race, participou de novelas e de programas da Tv Globo - Instagram

Na última quarta-feira, 30, estreou a primeira temporada do Drag Race Brasil, a versão brasileira de RuPaul's Drag Race, e mostrou as drag queens participantes do reality que estão disputando a coroa de maior drag queen do país e um prêmio de R$150mil.

A participante Organzza falou sobre sua trajetória até o reality, em entrevista ao iG Queer, a artista falou sobre suas referências e a forma em que sua mãe a inspirou para criar o personagem.

“Costumo dizer que tenho três pilares para construir a Organzza. O primeiro é o Carnaval carioca e tudo que representa essa grande festa. O segundo é o afrofuturismo, que é um movimento estético, social e filosófico que contribui muito para minha estética e filosofia de vida com a arte que me proponho a criar", disse.

"E o terceiro é a minha mãe, que desde criança eu tenho como referência de beleza e também de montação, sempre muito bem vestida, maquiada, com cabelos exuberantes e foi com os sapatos dela que eu aprendi a andar de salto alto”, lembrou.

Sobre a escolha de seu nome, Organzza explicou que foi inspirado em um tecido do mesmo nome: "Muito fino, feito de seda, caro, requintado, sintético e altamente inflamável”

“Sempre que possível, acendo esse fogo em mim, para que isso me impulsione a conquistar tudo que eu almejo. Eu sou taurino, do signo de terra, mas gosto muito da analogia do fogo porque quando ele começa não para, ele vai conquistando tudo pela frente e é para isso que eu trabalho todos os dias, para conquistar uma vida melhor para mim e para a minha família. Então, se preparem, porque tecido sintético pega fogo e quando começa não para mais", falou.

Esse não é o primeiro concurso que Organzza participa, a artista também marcou presença no Queens- O concurso,. No bate-papo, a drag queen falou sobre as críticas e como faz para lidar com ela.

“Eu sei que é muito fácil a gente se apegar aos comentários negativos, mas eu sempre procuro fazer o exercício de ir atrás dos comentários positivos. Com o programa, eu já recebi muitos ataques e tenho algumas amigas que me perguntam se querem que elas respondam por mim e eu digo que não, eu peço para que elas focarem nos comentários positivos e engajar essas pessoas que estão vibrando por mim”, falou.

Além de realitys, Organzza também é ator e fez parte do elenco da novela Verão 90, na Tv Globo, exibida em 2019, além de ter participado do quadro Caldeirola, do Caldeirão com Mion, também na mesma emissora.

“Na novela, minha participação era pequena, mas eu fiz questão de criar um momento para que eu não passasse despercebida durante a cena. Foi muito divertido e é um momento que guardo com muito carinho, quem sabe depois do programa eu não faça participações maiores ou até mesmo ganhe um personagem, vamos jogar pro universo”, contou.

“No ‘Caldeirola’, eu participei com a minha house, a Casa de Cosmos, e foi um momento muito importante para a cena ballroom e para a nossa comunidade. Eu pude estar com minhas irmãs, travestis, femme Queens (como chamamos elas na comunidade) em rede nacional, num sábado à tarde na casa de milhares de brasileiros mostrando a realidade e a excelência das artistas Ballroom”, completou.

“Hoje fico muito feliz de estar em ‘Drag Race Brasil’ falando da comunidade ballroom brasileira. Poder falar sobre isso no programa é muito importante, principalmente porque o ‘Drag Race’ sempre utilizou muitos elementos da cultura e dos bailes no programa, inclusive existe certa resistência de muitas pessoas da comunidade ballroom com o ‘Drag Race’ justamente por conta disso", acrescentou.

"Para muitas pessoas, esse é o único contato com a cena e isso precisa mudar. Espero que com minha participação no programa as pessoas possam se interessar mais pela cultura e conheçam mais dessa cena brasileira, como diz minha Overall Mother Legendary Juliete Cosmos: ‘Ballroom tá aí, procurem saber!’”, avisou.

Organzza comentou sobre a importância do Carnaval: “O Carnaval é o momento do ano mais importante para mim, de fato meu ano só começa depois dele. O Rio de Janeiro tem uma ligação muito forte com o funk e eu sendo do subúrbio sempre estive rodeado de baile funk, mas é no samba que eu cresci. Por morar bem perto de Madureira, desde criança frequento rodas de samba e quadras de escolas”.

Ela ainda contou que desde a infância explorou sua feminilidade, sem medo de ser feliz e afirmou que nunca teve um "momento de descoberta" sobre sua sexualidade: “Tive a felicidade e a sorte de ter tido todo apoio da minha família para ser o que eu quisesse ser desde sempre."

"Eu não sei dizer quando eu ‘me descobri’, acho que nunca fui coberto (risos), afinal fui uma criança viada dos anos 1990 e fã de É o Tchan. Hoje não me identifico como um menino gay, pois não me relaciono só com homens, eu sempre me entendi como  bissexual, gosto de dizer que sou uma Bi-xa Preta", finalizou.