Descubra o significado da cor das secreções vaginais - Reprodução/PixaBay
SAÚDE ÍNTIMA

Saúde íntima: descubra o que significa a cor da secreção vaginal

Especialista destaca que secreção é comum; mudança de cor, consistência e odor desse corrimento, por sua vez, podem ser sinais de alerta

Ana Carolina Batista Publicado em 30/01/2021, às 11h00

De vez em quando, a secreção vaginal aparece sorrateira na calcinha, mas ela, por si só, não é motivo para pânico algum. Então, tranquilize-se! Muita gente não sabe, mas ter secreção é super comum. 

Essa secreção de líquidos é natural e mantém a vagina limpa e lubrificada, além de evitar infecções provocadas pelo desequilíbrio da flora vaginal. 

O fluido geralmente é transparente, esbranquiçado, com aparência leitosa e não tem cheiro forte, mas vale lembrar que nem sempre esse líquido é igual. Segundo a obstetriz Mariana Betioli, o corrimento pode mudar de aspecto em alguns contextos específicos, como, por exemplo, durante as diversas fases do ciclo menstrual. 

"Em certos dias do mês, a secreção aumenta. Isso acontece porque a produção do líquido é estimulada pelo estrogênio, um hormônio que está presente em maior volume perto da ocorrência da ovulação e também durante a gravidez", explica. 

Além da menstruação, o uso de absorvente interno, medicamentos, chegada da menopausa, hábitos de higiene e outras situações também influenciam na natureza da secreção vaginal. 

Cores de secreção

Por outro lado, é necessário prestar atenção na cor da secreção e alguns outros sintomas para poder identificar quando algo não vai bem, como a mudança na consistência e odor do fluido. Saiba o que possivelmente significa a cor do seu corrimento, de acordo com a obstetriz:

Branco: é bem provável que seja um corrimento normal, porém, se há mau odor e aparenta ter placas brancas ou acinzentadas (como a textura de queijo cottage), pode ser sinal de vaginose bacteriana. Se for uma secreção branca acompanhada de ardência, coceira ou vermelhidão, pode ser candidíase.

Marrom: costuma indicar a presença de sangue. Pode ser restinho de sangue coagulado da menstruação, irritação no canal vaginal após a penetração ou uso de duchas vaginais, mas também pode ser sinal de infecção. A secreção marrom também pode sugerir implantação do embrião nos primeiros dias de gravidez e, muito menos frequente, ser um sintoma de gravidez ectópica.

Amarelo: corrimento levemente amarelado e sem cheiro pode ser normal. Mas se for acompanhado de mau cheiro e aparência purulenta, com aspecto de pus, pode ser sinal de inflamação, devido a infecções, como por exemplo clamídia ou gonorréia.

Amarelo-esverdeado: corrimentos com essa coloração e odor bem desagradável costumam indicar tricomoníase.

Cinza: corrimento acinzentado com cheiro forte, espesso, que se agrupa em placas como queijo cottage, costuma ser sinal de vaginose bacteriana.

É importante ficar de olho no corrimento e notar se está acompanhado de irritação, coceira, vermelhidão, ferida ou ardência. "Consultar um profissional de saúde para avaliar o seu quadro é fundamental, já que alguns sinais podem indicar infecções, alergias ou até mesmo algumas doenças", alerta a especialista. 

Dicas de como evitar infecções e manter a saúde íntima

Sabendo dos sintomas e o que significa cada aspecto do corrimento, fica mais fácil entender como cuidar da região íntima do jeito certo. Betioli reuniu algumas dicas que podem ser aplicadas no dia a dia para a prevenção de doenças nesta região. Confira!

Ventilação em primeiro lugar:

“A melhor alternativa é usar roupas que deixem a região genital mais ventilada", indica. “Evite calças jeans e outras peças mais justas e apertadas para dar preferência a saias, vestidos e shorts mais folgados, além do uso de calcinhas de algodão, para ajudar na transpiração da vagina”.

Durma sem calcinha:

O ideal, inclusive, é dormir sem roupa íntima para deixar a vulva “respirar”, de acordo com a especialista. “A dica é deixar que a região íntima ‘respire’ livremente em pelo menos alguns momentos do dia”, afirma Mariana. 

Evite roupas molhadas: 

Evite ficar muito tempo com as roupas molhadas, como biquínis e maiôs, pois a umidade facilita a proliferação de fungos e bactérias e pode resultar em outras infecções”, ressalta.

Para quem costuma deixar as peças íntimas secando no banheiro, muita atenção. “Não tem nada de errado em lavar a calcinha no banho usando um sabonete neutro. O problema é deixar a calcinha secando no box”, diz a especialista. 

“O banheiro é uma região úmida; lá, sua calcinha vai demorar mais para secar e ter mais chance de atrair fungos e bactérias. Se você lava suas peças íntimas no banho, coloque suas calcinhas para secar no varal, que é um ambiente seco e arejado.”

Lave a região íntima do jeito certo:

Algo fundamental para ajudar na saúde íntima é deixar a região limpinha. Só que há um porém: a limpeza não deve ser feita na parte interna, a vagina. A pessoa precisa lavar somente a vulva, que é a área externa.  

“A vagina é autolimpante, então pode esquecer ducha, sabonete ou qualquer outro tipo de limpeza interna. Já a vulva, só com água morna e os dedos, a pessoa consegue higienizar aqueles espaços entre os lábios internos e externos, para tirar uma eventual secreção”, recomenda.

“Se quiser, dá para usar um pouquinho de sabonete neutro na vulva e na parte do monte de vênus, onde nascem os pêlos. Após a limpeza, é só secar direitinho”, acrescenta Mariana.

Sexo com camisinha:

Não pense que a camisinha durante a relação sexual evita apenas a gravidez. “A proteção no momento do sexo também diminui as chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis e infecções”, ressalta a obstetriz.

Cuidado extra durante a menstruação:

Além disso, segundo Mariana, o coletor e o disco menstrual são opções mais saudáveis para a região íntima.

“Os modelos mais comuns do mercado – os absorventes descartáveis externo e interno – não são os mais indicados. O absorvente externo abafa essa região e o sangue que fica em contato com a vulva começa a entrar em decomposição, o que também aumenta o risco de problemas”, aponta. 

“Já os absorventes internos, quando inseridos no canal vaginal, acabam sugando não só o sangue, mas também toda a umidade da vagina, desregulando o pH e favorecendo a proliferação de fungos e bactérias indesejadas.”

Para ela, o ideal é evitar produtos químicos em contato com a região genital. “Coletores e discos menstruais  feitos de silicone hipoalergênico, um material sem corante e substâncias químicas, preservam a saúde da vagina e ainda deixam a vulva arejada. Uma outra alternativa são as calcinhas absorventes, que tem um tecido com tratamento antimicrobiano que diminui o risco de infecção”, garante a profissional.

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