“Eu tenho certeza que ele vai ter muito orgulho de ser filho de uma travesti”, diz Pepita sobre maternidade

Mãe, artista, ativista e inspiração. Pepita é símbolo de força e representatividade. Mãe de Lucca Antonio, a cantora é capa da Máxima em janeiro e bateu um papo exclusivo sobre maternidade, música e lutas diárias da comunidade. "Eu sou essa bandeira!", disparou ela.

"Feliz! Deus é tão bom comigo que ele me deu um homem para criar que é filho de uma travesti. Então, é uma responsabilidade muito gostosa. Eu vou dar o meu melhor. Eu já dou o meu melhor", disse a estrela-mãe e ressaltou que esta é uma responsabilidade que apenas mulheres que querem estar no papel devem experimentá-la. “A maternidade é uma responsabilidade muito grande, mas não é muito difícil, também não é obrigatória. Tem que ter a maternidade quem quer, porque não é tranquilo, tem momentos que bate medo, dúvidas, inseguranças, ansiedades, perguntas”, confessou. Sobre dúvidas que vêm à mente, ela abriu o coração: “Será que eu estou fazendo a coisa certa? Será que é do jeito certo? De que maneira eu começo? De que jeito começo? Mas descobri que o jeito que você tem que começar é trazendo do seu coração, aí tudo dá certo”.

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Sobre o juízo digital da maternidade, um dor para mulheres que vivem o dia a dia do ser mãe e são expostas a uma infinidade de “experts” de redes sociais, Pepita falou sobre como enxerga esse tipo de comentário. “A gente não pode falar de uma coisa quando não tem essa vivência. As pessoas que falam isso da maternidade não sabem o que é acordar de madrugada, ver aquele seu ser pequenininho chorando e você não saber o que é, mas querer ajudar, dar colo, abraçadinha, colocando uma música e fazendo qualquer coisa. Eu vejo que é muito fácil você dizer o que acha, mas a dica que dou é viver a experiência antes de falar”, comentou.

E se Pepita tivesse que descrever o "ser mãe"? “Real, gostoso, doloroso [risos]. É um mix de emoções. Amo ser mãe do Lucca Antonio. Agradeço a Deus todos os dias por ele ter me escolhido. Tenho certeza que ele vai ter muito orgulho de ser filho de uma travesti”, disse.

Pepita é inspiração para uma série de mulheres. Em diferentes âmbitos de sua vida, sua trajetória serve como luz para aquelas que buscam um brilho de incentivo. “Ser inspiração para outra pessoa é muito louco porque você se cobra para fazer o certo, já que o outro está te vendo e quer aprender com você. A minha vida é muito real, muito orgânica. Tem dias em que estou bem e quero falar, tem outros em que não estou bem e não quero falar; tem dias que exponho a minha vida e tem dias que eu só mostro o que eu quero. Sou normal!”, falou ela.

No Dia Nacional da Visibilidade Trans, a estrela também comentou sobre a comunidade LGBTQIAPN+. Sincera, ela falou que não se considera um símbolo, mas parte dele.

“Eu não me considero um símbolo para a comunidade LGBTQIAPN+, eu sou a comunidade! Eu passo por preconceito, por falta de respeito, por situações as quais eu me pergunto se sou obrigada a passar e porque estou passando por aquilo. A comunidade LGBTQIAPN+ é cercada de amor, respeito, querer, prazer e entender. A pessoa que não faz parte dessa comunidade acha mais fácil julgar, apontar e diminuir. Eu posso dizer que eu sou essa bandeira!”, comentou.

Novidades? Temos, sim! Sem esconder nada, Pepita contou, com exclusividade, o que vem por aí em 2024. A cantora brincou que seu ano só começa depois do Carnaval e que, logo, ela desfila na avenida. “Eu estou em três escolas este ano. É uma experiência maravilhosa”, acrescentou.

E tem mais! A artista também disse que a veremos na música e nas telas. “Estamos produzindo um álbum para meus fãs com funk, pagode, música para ficar juntinho e outras experiências que me permiti passar na música. A gente vai pisar na telona, nas telinhas e vocês serão meus convidados!”, finalizou.