Máxima
Busca
Facebook MáximaTwitter MáximaInstagram MáximaGoogle News Máxima
LGBT / Mês da visibilidade trans

Mês da visibilidade trans: Marcella Maia fala sobre os desafios enfrentados por mulheres trans na indústria do entretenimento

A multiartista Marcella Maia abriu o coração e falou sobre os desafios enfrentados por mulheres trans na indústria do entretenimento

Máxima Digital Publicado em 10/01/2024, às 14h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Mês da visibilidade trans: Marcella Maia fala sobre os desafios enfrentados por mulheres trans na indústria do entretenimento - Divulgação
Mês da visibilidade trans: Marcella Maia fala sobre os desafios enfrentados por mulheres trans na indústria do entretenimento - Divulgação

A multiartista Marcella Maia aproveitou o mês da visibilidade trans para abrir o jogo sobre os desafios enfrentados por mulheres trans na indústria do entretenimento.

Ela que já estrelou a novela Quanto Mais Vida Melhor, participou de filmes, gravou um EP autoral e até dublou um projeto para plataforma de streamings contou que a invisibilidade dos seus talentos e trabalhos é algo recorrente na sua vida.

“Eu sou atriz, compositora, cantora, dubladora, trabalho desde nova, viajei o mundo, trabalhei para diversas marcas como modelo, mas infelizmente quando sou abordada pela imprensa ou até mesmo por alguma pessoa importante do entretenimento invisibilizam toda a minha carreira e me resumem apenas a 'mulher trans'. Houve uma época que comecei a nem falar que não era uma mulher cisgênero e sentia que a abordagem inicial mudava, queriam ouvir sobre a minha vida, carreira e sonhos, mas já ao saberem sobre a minha identidade de gênero toda a conversa/entrevista era resumida a operação, violência e prostituição”, contou a atriz que foi uma das protagonistas da novela da Rede Globo.

Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Marcella revelou que se mudou do Brasil para internacionalizar a sua carreira e dessa forma começar a ser valorizada no cenário nacional.

“Eu cresci sabendo da síndrome de vira-lata presente no cenário nacional, mesmo não entendendo, mas senti na pele de como é pesada. Eu fiz alguns trabalhos no exterior como modelo, como as principais semanas de moda: Paris, Milão e Nova York. Duas semanas depois, recebi pela primeira vez uma enxurrada de convites de marcas nacionais querendo me incluir no casting e estranhei.", contou.

Ela continuou: "Após participar como uma das Amazonas do Filme Mulher Maravilha isso se repetiu, recebi convites para testes de duas emissoras e também para plataforma de streamings no Brasil, e sim, senti que não era sobre conseguirem ver meu talento após esses episódios, mas por compactuar com a gringa está achando. Essas situações me afastaram muito do Brasil e hoje vivo no exterior, sinto que infelizmente atrelado a isso tem a questão de que nós mulheres trans da indústria geralmente ocupamos o lugar de atriz com uma única novela no currículo, basta reparar".

Marcella contou que costuma receber muitas mensagens de meninas que estão começando a transição e que sonham com o estrela e deu um conselho.

“Eu não costumo frustrar elas com as minhas perspectivas sobre esse mercado, mas sempre digo para elas seguirem firmes, corajosas, não darem brejas para que a transfobia que (infelizmente) é muito presente ainda nesse mercado e que também não tenham medo de dizer ‘não’ a propostas que não estão relacionadas ao trabalho”, finalizou a atriz, que vai viver sua primeira protagonista em uma produção hollywoodiana.