Algumas dicas tornam esse momento mais proveitoso e tranquilo. Coloque-as em prática
Não é raro observar nas ruas aquela cena clássica
do cão que “leva” o dono para passear, tamanha a frequência e força com que
puxa a guia. E esse hábito é uma das maiores reclamações dos donos de cães. A
boa notícia, no entanto, é que é possível revertê-lo. “Antes de mais nada, é fundamental que o
dono mostre ao cão quem é o líder, quem está no comando. O dono que leva o cão
para passear deve conduzir o trajeto, não o contrário", explica Cleber Santos,
adestrador e especialista em comportamento animal da ComportPet (SP).
Confira as dicas do expert:
- Escolher bem a
coleira.
Existem vários modelos disponíveis e nem todos são adequados para todos os cães. “A coleira mais tradicional é
a de pescoço, para a qual não costuma haver restrição de porte e raça. No
entanto, é preciso tomar cuidado ao colocá-la para que não enforque o
animal, e ao mesmo tempo não fique folgada o suficiente que o cão possa
escapar”, explica. Outro tipo é a coleira peitoral e, segundo o
especialista, ela não é indicada para cães que tendem a puxar o dono.
"Nessa coleira, não há nenhum controle sobre a cabeça do animal e isso
facilita que ele puxe mais ainda o dono. Em geral, são mais indicadas para
cães de pequeno porte, que não têm a força física suficiente para deslocar
o dono”, explica.Segundo ele, há ainda o enforcador, também chamada de
coleira de obediência. “Pode ser uma opção para os cães de grande porte
que puxam, pois uma vez que a coleira é tensionada causa um desconforto no
animal, sem machucá-lo. No entanto, ele alerta que é preciso usá-la com
cuidado e critério, para não haver risco de causar lesão. “Não sou a favor
de seu uso constante. Ela só deve ser usada temporariamente e apenas com o
acompanhamento de um especialista”, diz.
- Mudar de direção.
O dono deve caminhar normalmente,
incentivando o cão a passear ao seu lado. Se o pet acompanhar a caminhada
sem puxar a guia, o tutor segue andando normalmente, recompensando-o com
carinho ou petiscos durante o trajeto. Se o cão começar a puxar a guia, o
condutor deve mudar de direção imediatamente, fazendo uma volta de 180
graus no sentido oposto. "Essa mudança impedirá que o cão chegue
aonde deseja, consequentemente evitando que arraste o dono pela guia. Com
o tempo, o animal vai aprender que, a cada vez que ele puxa a guia, o
passeio muda de direção", explica Cleber.
- Parar de
caminhar. A
cada vez que o cachorro puxar, o dono deve parar de caminhar e ficar
parado. Não importa o quão forte o cão puxe, não deixe
que ele siga na direção que quer. “Se o cachorro puxar e o tutor seguí-lo,
ele aprenderá que puxar é uma maneira eficaz de ir a algum lugar, e
passará a se sentir o líder”, justifica.
- Usar o método da
guia solta. A cada vez
que o cão puxar, o dono deve parar de andar, aguardar a guia ficar folgada
novamente e dar uma recompensa. "O importante é não puxar a guia de
volta, o que é a resposta natural", comenta o especialista. Segundo
ele, uma guia de 1,5 m de comprimento já é suficiente para esse
treinamento. O tutor deve soltar a guia de forma que o cão possa caminhar
a cerca de um metro de distância, recompensando-o com um carinho ou um
petisco a cada vez que a guia ficar solta.