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Comportamento / Superação

MÊS DA MULHER: Colecionadora de medalhas no fisiculturismo, Sol Meneghini conta como superou câncer na gravidez e a perda de um dos gêmeos que estava esperando

Na gravidez de gêmeos da atleta, apenas um deles sobreviveu: Dudu, que hoje tem 6 anos

MÁXIMA DIGITAL Publicado em 19/03/2021, às 17h00

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Sol Meneghini conta como superou câncer na gravidez e a perda de um dos filhos que estava esperando - Acervo Pessoal
Sol Meneghini conta como superou câncer na gravidez e a perda de um dos filhos que estava esperando - Acervo Pessoal

Colecionadora de medalhas no fisiculturismo, Sol Meneghini não comemorou apenas vitórias no esporte. Ela conquistou uma medalha que pode ser considerada como uma das mais importantes de sua trajetória: a da luta contra o câncer durante a gravidez.

Sol Meneghini é conhecida no mundo fitness pela sua dedicação como atleta de fisiculturismo, mas, referência para inúmeros fãs pela vida saudável que leva, muitos deles não sabem dos graves problemas de saúde que enfrentou nos bastidores.

Sol descobriu um câncer no fígado em 2014, pouco antes de saber que estava grávida de gêmeos. A má notícia surgiu durante a preparação para mais uma competição fora do Brasil.

“É comum os atletas passarem por uma bateria de exames, para comprovar que não utilizam drogas hormonais. Foi quando descobri a doença”, explica Sol.

TRÊS MESES DE GESTAÇÃO E UM CÂNCER NO FÍGADO

Pouco tempo depois de começar a quimioterapia, a atleta descobriu a gravidez, já aos três meses de gestação. Sol conta que nunca havia sentido desejo de ser mãe. Então, o susto da gravidez veio em dobro, porque foi somado ao quadro de saúde tão complicado para ela e os futuros filhos.

“Sempre me preocupei com o mundo em que uma criança vive hoje. Já que passamos por tantos problemas, não queria gerar uma criança para sofrer.” E receber a notícia da gravidez, sabendo que não poderia engravidar, inclusive com alerta do médico, foi assustador”, diz Sol. Pelos riscos que geraria ao bebê, a quimioterapia foi suspensa.

“Fiquei desesperada, mas minha família me deu muita força. Saber que, mesmo no sofrimento, passando o que estava passando, eu poderia gerar outras vidas, também foi algo positivo. De alguma maneira, isso me deixou mais otimista para lutar.”

Após a gravidez de risco, apenas um dos gêmeos sobreviveu: o Dudu, que hoje tem seis anos. “Quando você descobre que está doente e que gerou vidas, você quer lutar por essas vidas. É uma dor terrível, mas agradeci a Deus por ter deixado um deles comigo.”

AMOR DE MÃE

Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos dois anos, seu filho hoje ensina ainda mais lições de vida à mãe, que já tem inúmeras histórias de superação para contar. Atualmente, ela levanta a bandeira dos direitos das pessoas autistas no país e é uma voz em destaque na causa, com mais de 240 mil seguidores.

Apenas depois do nascimento de Dudu que Sol voltou com o tratamento contra o câncer, reagindo bem à quimioterapia e vencendo a doença. Mesmo guardando boas recordações da época de fisiculturista, ela não pensa em participar de competições novamente.

“Foram períodos de muito desgaste físico e mental, com muitas dietas restritas e treinos intensos. Continuo cuidando da minha alimentação e saúde, mas de uma maneira mais leve”, explica.

Por causa de tantas mudanças em sua vida, principalmente depois de superar o câncer e os problemas de saúde durante a gravidez, hoje ela se considera uma mulher mais corajosa e humana.

“Sempre fui muito humana em tudo, mas, com a gravidez e após o câncer, fiquei dez vezes mais. Me tornei uma mulher mais otimista, destemida para lutar, responsável ao extremo, mais feliz e com uma fé inabalável”, pontua. “Cada um tem a sua religião, mas é essencial acreditar na cura, pois foi com esse pensamento que consegui chegar até aqui”, completa.